II- Superficialidade

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SEROTONINA

As últimas aulas passaram com um tanto de pressa, e eu não conseguia parar de sentir o olhar emburrado de Deidara queimar minhas costas.

Irritado com aquilo, superei o meu incômodo de falar com pessoas e me virei para ele.

- Você pode parar de me olhar? Não é como se eu também estivesse às mil maravilhas por fazer com você. Aliás, a culpa foi sua.

- Eu só estava preocupado porque você parecia estar hiperventilando. Mas tudo bem, próxima vez eu vou deixar você passar mal até morrer.

- Não é como se eu não quisesse isso também.

- Oi?

- Nada. Só para de me olhar.

- Tanto faz, hm! - Ele cruzou os braços e virou o rosto com os lábios comprimidos em uma expressão completamente infantil.

---

- Ei, você vai embora assim? Eu preciso do seu número.

- Para?

- Você realmente tá achando que eu vou fazer o trabalho sozinho? Sério? Eu achava que você era tímido mas aparentemente é só preguiçoso.

- Ah, eu nem lembrava disso. - Cocei a nuca, tento esquecido completamente do trabalho do professor Jiraya.

Estou desconfortável, eu quero logo ir para casa.

- Você pode me passar no ônibus. - Ele apontou para a parada do ônibus escolar que trazia e levava os alunos em suas casas.

- Eu não vou com o ônibus.

- Ah. - Ele estranhou e me mediu dos pés à cabeça. - Riquinho.

Ele riu.

Não, eu não sou riquinho. Infelizmente eu tenho que dar um trabalho a mais para meus pais me trazerem porque eu não consigo estar no meio de pessoas.

- Eu só não gosto muito de transporte público. Meu pai me trás.

- Então passa agora, vamos! - Ele disse apressado, me entregando o celular.

- Tá' bom, calma. - Escrevi o meu nome em seus contratos. "Obito Uchiha - Sala"

- Eu costumo colocar só nome e sobrenome, você é estranho. - Ele disse após analisar o novo contato. - Uchiha? De Madara Uchiha?

- Sim... - Falei. Por favor, apenas me deixe ir embora.

- Aquele Alfa dominante casado com outro Alfa? Então você é adotado?

Eu não quero falar da minha vida pessoal para uma pessoa que eu não tive mais de duas conversas inteiras em toda a minha vida.

- Isso não é da sua conta. - Esbravejei.

- Vai ser tão difícil fazer dupla com você. - Ele negou e saiu em direção ao ônibus que estava parando ao lado da placa.

Serotonina - TobiDeiOnde histórias criam vida. Descubra agora