"Voy sintiendo el fuego en mi interior
Me muero por conocerte, saber qué es lo que piensas
Abrir todas tus puertas y vencer esas tormentas que nos quieran abatir
Centrar en tus ojos mi mirada, cantar contigo al alba"
(Sin Miedo A Nada – Álex Ubago)Chegando ao hospital, me informei sobre o estado de saúde e sobre a cirurgia à qual meu paciente seria submetido.
Mateo estava com uma obstrução intestinal, decorrente da expansão de tamanho daquela massa abdominal que identifiquei logo na primeira consulta.
O resultado da biópsia indicava que se tratava de fato de um tumor maligno e o plano inicial da equipe médica era de reduzir o tamanho da massa através de quimioterapia antes de operar, para aumentar a chance de sucesso. Porém, a massa cresceu muito rápido e com isso acabou obstruindo e comprometendo o funcionamento do intestino dele, caracterizando assim, uma emergência cirúrgica.
Cheguei em pouco tempo e pedi autorização do cirurgião no comando para participar do procedimento. Uma vez autorizada, corri até o vestiário para vestir meu scrub esterilizado e me preparar.
Mateo ainda estava acordado quando adentrei a sala de cirurgia e as enfermeiras preparavam as máquinas e equipamentos em volta dele, que observava tudo parecendo bastante assustado. O monitor cardíaco ao lado dele confirmava, mostrando uma frequência cardíaca levemente acelerada.
– Oi, amiguinho. Como você está?
Perguntei, me aproximando dele.
– Carina! Quando eu perguntei, o médico barbudo disse que você não estava no hospital hoje.
Mateo disse, bravo, como se alguém o tivesse enganado.
O médico barbudo em questão era um outro pediatra do hospital, que provavelmente o atendera mais cedo neste dia.
– Eu não estava mesmo, mas quando me avisaram que você estava chamando por mim, eu vim correndo!
Sorri e ele sorriu de volta, mesmo parecendo ainda tenso.
O anestesista se aproximou de Mateo com a máscara de sedação e disse:
– Com licença, garotão. Vou colocar isso no seu rosto e você vai dormir, está bem?
O pequeno se assustou mais uma vez e virou o rosto na minha direção, falando:
– Não deixaram minha mãe vir comigo.
Fiz sinal para que o anestesista recuasse e esperasse um pouco até que o paciente estivesse mais calmo.
– É porque só podem entrar aqui os médicos e os pacientes, querido.
Expliquei e ele continuou, na esperança que fôssemos voltar atrás e permitir que sua mãe descesse:
– Mas ela não ia atrapalhar, só ia segurar minha mão.
– Eu sei, meu amor. Mas olha, eu vou estar aqui e posso segurar sua mão. O que você acha?
Ofereci, percebendo que a analgesia era só o que faltava para começarmos o procedimento e todos na sala estavam aguardando.
– Você vai ficar aqui o tempo todo?
Ele perguntou.
– Sim. O tempo todo!
Respondi para tranquiliza-lo.
– Tudo bem. – Mateo respondeu, me entregando uma de suas mãozinhas. – Mas eu não estou com sono!
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Amigos Con Derechos
RomantikCarina Valbuena, uma pediatra talentosa e emocionalmente marcada, evita envolvimentos amorosos e prefere manter as coisas simples-até que uma noite casual com Cristián Castillo, um famoso goleiro, vira seu mundo de cabeça para baixo. O atleta, cans...