Capítulo 19

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"Dicen que еl tiempo todo cura en su momento
Nadie me dijo que el dolor se iba tan lento
Yo quiero odiarte, pero te amo, yo no puedo
¿Cómo te olvido? fuiste mi mejor invento
...
Y por querer estar volando
Realmente nunca despegamosMe vendiste un amor que jamás existió
Y aquí estoy, queriendo ser extraordinarios
Queda un amor tan ordinario
...
Era mejor estar soñando
Que despertarnos y borrarnos
Coincidimos en cuatro suspiros
y huimos los dos
...
Y sí, tal vez si fuimos ordinarios..."
(Amor Ordinario – Danna Paola)

Respirei fundo tentando conter o choro, que não cessava.

Esse ocorrido foi como aquela gota d'água que faz um copo muito cheio transbordar.

O dia tinha sido difícil o suficiente e, quando imaginei que algo – mais especificamente "alguém" – pudesse amenizar meu sofrimento, recebi em troca um balde de água fria.

Mais do que doeu ouvir que, para Cristián, eu não fazia o "tipo" para se envolver, doeu perceber que eu não podia culpá-lo por isso. Eu era mesmo insegura, bitolada no meu trabalho e, apesar de me considerar bem madura perto de outras pessoas da minha idade – o que é meio inevitável quando se coleciona tantos perrengues quanto eu ao longo da vida – eu tinha mesmo alguns bons anos de idade a menos que o goleiro.

Não que justificasse tamanha insensibilidade ao falar sobre mim, mas, outra questão que eu não podia questionar, era sobre a casualidade dos nossos encontros, já que fui eu quem fiz questão de assegurar que não teríamos nada além da cama. Ou seja, se casual estava ótimo para ele, ele imaginava que estava ótimo para mim também.

E, por esse lado, era melhor mesmo que eu tivesse ouvido essa conversa de uma vez, para cortar logo pela raiz qualquer expectativa de algo a mais com Cristián. Se eu não tivesse feito isso, poderia continuar me iludindo com atitudes do goleiro, fantasiando por conta de gestos e palavras, que, no final, eram apenas o jeito dele. Nada tinham a ver com reciprocidade aos meus sentimentos, como imaginei que tinham, e ele fez questão de deixar claro.

– Amiga, eu... Nem sei o que dizer!

Mandy disse, parecendo chocada, quando eu contei a ela.

– Nem precisa dizer nada. Um "eu te avisei", talvez. Mas eu agradeceria se você evitasse!

Ri, sem graça, me sentando ao seu lado no sofá.

– Como eu poderia dizer que te avisei se estava tão empolgada sobre isso quanto você?

Ela comentou, com um pesar condolente.

– Você disse no começo que tudo o que é acordado não pode dar errado. Eu fui inventar de sair do acordo desenvolvendo sentimentos e deu tudo errado.

Expliquei.

– Ah! Mas não foi sua culpa, vai... Essas coisas são mesmo uma droga. A gente não escolhe! – Amanda completou,  tentando me consolar. – Você disse a ele que ouviu?

– Está louca? Claro que não disse! Não consigo nem cogitar a ideia de conversar com ele de novo – Falei – E sei que se soubesse o que ouvi, vestiria o disfarce de gentleman para me fazer perdoá-lo. Não dá!

– Não julgo você. Eu também não conseguiria – Amanda concordou, completando alguns segundos de silêncio depois – Só... Pobrezinha da criança, né? Vai sentir sua falta.

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