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Uma casa branca, com dezenas de janelas brancas com leves detalhes azuis, uma porta dupla com espelhos, quatro colunas grandes bem na frente e um quintal imenso. O amor da minha vida mora na casa que é idêntica a do meu filme de romance favorito, coincidência? Com certeza, porque ele não faz ideia da minha existência.

Louis William Tomlinson, ele não tem só nome de príncipe, ele é um príncipe, não no sentido literal, mas pra mim ele é. Crescemos juntos, não juntos juntos, mas juntos, ele mora na frente da minha casa e estudamos no mesmo colégio, só que...não temos os mesmos amigos, não temos motivo pra sermos próximos. Louis é popular, capitão do time de futebol, o aluno mais inteligente da aula de física, o melhor ator principal de todas as peças, o melhor musicista da aula de música, ele tem o quadro que pintou bem na porta de entrada, e a assinatura dele é perfeita, capitão do time de debates e presidente do Grêmio. Como ele consegue fazer todas essas coisas? Simples, ele é Louis Tomlinson.

- Está fazendo de novo - olho para Niall

- Não estou não - volto a comer

- Está sim. Está encarando o Louis de novo e todo mundo está percebendo, menos ele - riu

- Eu não olho pra ele com tanta frequência assim, Niall - reviro os olhos - E ninguém percebe isso - espero que não

- Harry, eu te amo, você é meu melhor amigo, mas sério, você fica igual um psicopata olhando pro Louis - riu - Como consegue ser tão devoto? Está nisso há anos já

- Não consigo controlar, okay? - digo irritado e volto a olhar pra ele - Ele é... perfeito - suspiro frustrado - E eu não sou devoto, eu só gosto de olhar pra ele, me faz bem

- Quando vai falar com ele? - o olho como se ele estivesse louco

- Nunca?! - digo óbvio e rio de leve - Louis não sabe nem que eu existo e eu não tenho coragem de mudar isso, Louis e eu somos de mundos diferentes mesmo estando tão perto

- Estamos no último ano, Hazz, você sabe que não vai fazer faculdade aqui, vai embora sem ter tido a chance de saber se ele sente o mesmo? - ele me olhava como esse fosse realmente um questionamento sério

- Niall, olha bem pra mim - me sento de lado e ele me olha - Conheço o Louis há dezoito anos, okay? Ele mora na frente da minha casa, estudamos nesse colégio desde sempre e nós nunca tivemos qualquer tipo de contato. Você acha mesmo que eu vou chegar do nada e dizer oi? - ele pareceu pensar

- Não é verdade, teve aquela vez que você ia entrar no banheiro e ele estava saindo e te pediu desculpa por ter esbarrado em você - sorriu

- Ele pediu licença de uma forma tão fofa - sorri lembrando do dia - Ele tocou no meu braço e olhou pra mim todo preocupado, daí ele sorriu e saiu andando - toquei meu braço e ainda consegui sentir o calor que senti há dois anos atrás

- Você é muito idiota - Niall riu e deu um tapa na minha mão - Se não vai falar com ele, deveria ao menos parar de ser psicopata 

- Eu não sou um psicopata, Ni - revirei os olhos - Para

- Eu entendo por que todos são apaixonado por ele, quer dizer, o cara é incrível, tudo nele exala perfeição - ambos olhamos pra ele - Como deve ser ser perfeito em tudo? Imagina, Harry, não precisar fazer o mínimo esforço pra ser bom em tudo

- Deve ser muito bom mesmo, ele é tão natural - suspiro

- Eu vi dois caras brigando por ele uma vez, daí o Louis chegou, conversou com os dois e hoje esses dois namoram graças ao cupido - riu

- Eu também não sei o que ele tem, mas ele consegue ser a melhor pessoa do mundo só sorrindo - o olhei novamente e ele conversava com Zayn e alguns outros estudantes que sempre ficavam na mesa dos populares

Os pais do Louis são donos da única companhia de energia elétrica na Inglaterra, sim, eles levam luz pra rainha, ou seja, eles são podres de ricos. Como acabamos morando na mesma rua? Meus pais são médicos, não chegam nem perto da riqueza do Louis, mas também não são pobres e a casa dele é herança de família - graças a Deus porque assim eu pude conhecê-lo e me apaixonar pela pessoa incrível que ele é, chega a ser mágico o sentimento que eu sinto.

Passo o restante das aulas olhando e admirando como Louis é lindo, como ele é dedicado, como o sorriso dele parece mais sincero sempre que acerta uma questão, como ele fica bonito segurando um lápis e como eu queria que ele reparasse em mim. Mas eu sou conformado, eu sonho, mas sonho com os pés bem firmes no chão e apesar de querer ser alguém na vida de Louis Tomlinson, eu fico feliz por ele ser alguém na minha vida.

- Cadê você? - murmuro sozinho

Do meu quarto, eu tenho visão para uma parte da casa, isso inclui a entrada, mas eu sempre preciso de um binóculo pra enxergar melhor. Eu sempre vejo quando Louis chega, vejo os pés dele quando está deitado na cama, o vejo de costas pro computador e ele passando sempre que vai pro closet. Nas raras vezes que ele fica no escritório do pai, eu o vejo perfeitamente já que é o único cômodo que é mais visível pra mim, porque ele parece um anexo que fica mais a frente do que toda a casa.

São 16h47 em ponto e Louis sempre chega nesse horário, mas hoje, ele se atrasou e estou levemente preocupado.

17h23 ouço o barulho do portão e dou um pulo olhando na direção da casa. O carro dele.

- Onde você estava? - murmuro novamente

Louis sai junto com o amigo, Zayn Malik, o príncipe dos bolinhos, os pais dele são donos de uma rede de restaurantes e o prato pelo qual são conhecidos são os bolinhos árabes, podem acreditar ou não, mas eles ficaram ricos com isso e fazem sucesso não só no Reino Unido, mas por quase toda Europa, mas tanto ele quanto a família são bem humildes no quesito status social, o pai dirige um carro popular e a mãe adora trabalhar administrando os restaurantes da família, não esbanjam quanto dinheiro tem, Zayn ainda almoça na cantina do colégio quase todos os dias.

Meu sorriso triplica vendo como Louis estava lindo com o uniforme do colégio, como o cabelo dele estava perfeito caindo na testa, como ele anda parecendo estar desfilando e o sorriso... o sorriso é simplesmente impossível de descrever, é lindo, é singelo, é único, é... tudo pra min, capaz de mudar o dia de qualquer pessoa, de levar paz pra qualquer um que olha, que te faz sorrir imediatamente porque é impossível não fazer tal ato olhando algo tão bonito.

Não me achem estranho, veja bem, eu não sou um louco obcecado por alguém que não gosta de mim, eu só gosto de olhar pra ele, gosto de saber coisas sobre ele, eu me sinto bem estando perto de qualquer coisa que lembre ele, não no estilo "eu vou te sequestrar e te manter refém no meu quarto escuro", é mais pro estilo "eu te amo mais do que tudo e eu só quero que você seja feliz". Não consigo achar estranho, minha mãe já me perguntou sobre uma ida ao psicólogo, mas eu não acho que ele será capaz de tirar Louis Tomlinson da minha cabeça.

Não tenho coragem de falar com ele, ele parece tão inalcançável e eu tão... eu. Louis se tornou uma espécie de imagem que todos simplesmente apreciam, querem ser igual ou querem ter, eu sei que ele é muito mais do que um nome, mas ainda sim, ele parece estar em um patamar que nós, meros mortais, nunca conseguiríamos. Aceito meu lugar de admirador e evito sonhar com coisas que eu nunca vou ter, mesmo que lá no fundo uma partezinha queira que algo a mais aconteça.

- Harry, jantar! - ouviu sua mãe gritar do andar inferior

- Já vou! - se virou rapidamente e logo voltou para a janela a tempo de ver Louis se perder de sua vista

Borahae (l.s)Onde histórias criam vida. Descubra agora