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Eu estava o observando, ele abriu o armário, o papel caiu no chão, ele olhou confuso e eu me escondi quando ele olhou para os lados. Voltei e ele se abaixou, pegou e encarou o papel por alguns segundos, foi até a lixeira e jogou fora.
Ele não gostou.
Algo muito sério estava acontecendo com ele, porque Louis sequer leu o que estava escrito, simplesmente pegou o papel e jogou fora... o que aconteceu pra que ele ficasse tão chateado a esse ponto?

No dia seguinte eu escrevi o mesmo, ele fez exatamente a mesma coisa do dia anterior e isso partiu meu coração mesmo que ele não soubesse disso, me partiu porque ele estava tão triste e chateado que não conseguiu nem ficar feliz com os bilhetes. Ele nem lia o que estava escrito...

Doeu um pouco mais porque ele amassou o papel, amassou, jogou na lixeira, franziu a testa e saiu andando. Louis não falou comigo e isso durou uma semana inteira.

Na semana seguinte, eu ainda mandava o mesmo recado, ele ainda jogava no lixo e meu coração ainda ia junto. Niall estava preocupado comigo, ele não saía do meu lado porque tinha medo que eu pudesse fazer alguma coisa, eu estava acostumado a ter Louis Tomlinson e uma vida sem ele era algo ruim, sem brilho, sem algo especial, era monótono e me doía cada dia que não ouvia sua voz. Eu me sentia como há meses atrás, observando Louis de longe, só que dessa vez ele não tinha um brilho próprio, ele não tinha nada.

Hoje tive esperança, ele abriu o armário e assim que o papel caiu, ele suspirou, fechou os olhos e pegou. Dessa vez ele leu, sua boca abriu levemente e eu tenho certeza que vi um pequeno sorriso se formar, mas ele foi embora tão rápido quanto chegou.

- Ao menos ele não jogou fora - Niall me consolou, mas isso não ajudou tanto quanto ele gostaria

- Eu não sei o que tem de errado com ele, Niall - disse triste

- Será que ele sabe que é você? - eu ri de leve

- Não tem como ele saber, ninguém nunca me viu colocando os papéis e Louis só chegava depois

- Tem que ter alguma explicação - pôs sua mão no queixo tentando pensar em algo

- É a única coisa que eu penso...

Minha vida havia voltado a ser triste, voltado a ser parada e sem vida. Eu não conseguia sorrir sinceramente, não conseguia brincar com Niall e tudo o que eu sentia era saudade de Louis, continuei mandando os bilhetes todos os dias, ele passou a ler, nos últimos dias ele até guardava os papéis, me lembro que isso foi a única coisa que me fez sorrir minimamente.
Eu não tinha desistido dele, mas eu precisava respeitar seu tempo, ele fugia de mim no começo, mas em algum momento isso parou e eu apenas... não o via, como se ele não fizesse mais parte do colégio e da minha vida. Zayn também parou de falar comigo e eu odeio incomodar as pessoas, então achei melhor me manter afastado também, mas ele sim me via, ele sim me olhava e parecia querer dizer mil coisas, mas não dizia.

Eu deixei de pensar que era algo que havia acontecido e cheguei a conclusão de que era pessoal. Era comigo. Talvez os dois deixaram de gostar de mim e perceberam que eu sou tedioso.

Eu me lembro da primeira vez que voltei a ter esperança, tinha tempo que Louis não lia os bilhetes, mas então, ele leu. Isso me motivou, me deixou feliz e todos os dias eu deixava citações diferentes, ele sorria de vez em quando, olhava para o fundo do armário e uma vez eu pude jurar ele dizer meu nome, mas acho que estava tão animado por finalmente ter tido esperança que imaginei coisas.
Hoje foi diferente, eu não sabia que seria, mas foi, Louis não veio no horário normal e eu fiquei chateado porque Niall também não apareceu, mas meu incômodo não durou tanto porque Tomlinson surgiu bem na porta da sala.

Borahae (l.s)Onde histórias criam vida. Descubra agora