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Acordei com um braço em minha cintura, não ousei me mover já que Louis estava lindamente ao meu lado, deitado de bruços, com um biquinho fofo e metade do rosto afundado no travesseiro. Tínhamos nos beijado. Nos beijado pra valer. Passamos bons minutos apenas nos beijando durante a madrugada, sentir os lábios de Louis foi impactante, intenso e a melhor sensação à la Louis, eu não tinha como descrever o que senti, mas fiquei com medo de explodir meu coração devido a tanta emoção, ele acariciava meu rosto com tanto cuidado e era tão carinhoso que eu me senti derreter com a forma que sua mão se alojou na minha cintura, como ele movimentava sua cabeça para os lados sempre deixando o ângulo perfeito para que nos sentíssemos mais e como, mesmo estando em uma cama, ele não ultrapassou qualquer limite, cuidou de mim e quando achou que fosse melhor dormirmos, me deu um último beijo e ajeitou em cima do meu peito.

Minha cintura queimava com seu toque, sentia cada célula do meu corpo se agitar por lembrar do nosso beijo e imaginar se teriam outros, se seria diferente agora e o que eu deveria fazer, fiz uma nota mental de conversar com Niall amanhã. Mas antes de qualquer coisa, um pensamento rondava minha mente, por que ele me beijou? Éramos amigos, estávamos voltando a ficar bem, ele demonstrou sentimento e quando eu demonstrei também, ele se afastou e me rejeitou de todas as formas. Deixou claro que não queria mais nenhum tipo de contato comigo e com o tempo acabou me deixando voltar, eu me convenci ontem a noite de que éramos amigos e ele nunca teria qualquer tipo de sentimento por mim, mas então veio isso e eu estou extremamente confuso.

- Posso acordar assim todos os dias? – tomei um leve susto com sua voz e corei, será que ele tinha um poder de saber quando alguém estava olhando pra ele? – Eu sei que você está com vergonha, então eu não vou abrir os olhos e vou te deixar ir ao banheiro – sorriu e eu sorri junto, mesmo com vergonha, Louis parecia me conhecer como se tivéssemos contato há anos

- Eu... vou usar o banheiro do corredor e você... pode usar o meu – minha voz soou baixa, mesmo que eu já estivesse acordado há um tempo, ainda não tinha falado, mas ela não era nada comparada a voz de Louis quando acordava, me peguei pensando que não veria problema em ouvi-la todos os dias

- Você é incrível, gatinho – sorriu e deixou com a cabeça entre meu pescoço, abraçou mais forte minha cintura e timidamente o abracei contra mim, ele se ajeitou e o senti sorrir novamente – Só mais cinco minutinhos – beijou meu pescoço e eu ri de leve

°

Seriam quatro horas de viagem, Yorkshire não ficava tão próximo de Londres quanto eu achei que ficasse, mas quase não percebi o tempo porque Louis ia me divertindo, cantamos músicas, brincamos de fazer perguntas um para o outro,  descobri que Louis tem um medo descomunal de envelhecer e chorou em seu aniversário de dezesseis anos porque tinha uma vela a mais no bolo, descobri que o nome do carro dele é Cheryl, que já postou um vídeo cantando na internet, que já tinha invadido uma base militar com Zayn e que perdeu uma irmã assim que ela nasceu. Fiquei triste com a última, mas ele diz não se importar muito já que tinha cinco anos na época.

Quando a placa Yorkshire, Reino Unido, apareceu, eu quase dei graças a Deus porque estava com dores no quadril de tanto tempo sentado e nem os doces que Louis me deu, pra comprar minha quietude, resolveram.

- É aquela casa ali - apontou e em segundos estacionamos o carro, era uma casa de tijolos marrons com janelas brancas, tinha um pequeno jardim na frente e enfeites de patos, um esquilo e um menino inteiramente branco próximo a porta.

Descemos e Louis parecia feliz, esfregava as mãos uma na outra e sorria olhando pra mim, acho que estava com medo de que eu não gostasse ou só ansioso por eu ser a primeira pessoa a vir. Tocou a campainha e logo um homem abriu, era um pouco mais baixo que Louis, com os poucos cabelos brancos, um sorriso doce, roupas em tons de bege e meias listradas, eu fiquei encantado com as meias porque adoro meias diferentes.

Borahae (l.s)Onde histórias criam vida. Descubra agora