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Parece que passei a semana inteira, cada segundo dos dias, dançando Just Dance porque eu estava com dor em lugares que eu já imaginava, mas que não sabia que doeria tanto. Não consegui me mexer e estava com preguiça de abrir os olhos, não senti Louis grudado a mim e dessa vez eu estava coberto.

O quarto estava silencioso e o cheiro das velas ainda era possível de sentir, ainda tinha poucas pétalas de rosas na cama e eu me permiti sorrir me lembrando da noite de ontem. Perfeito é pouco pra definir como me senti e o que significou pra mim, a confiança que ele me passou, a minha segurança mesmo estando nervoso, o cuidado que ele teve comigo... eu estava nas nuvens, flutuando sobre uma onda intensa de amor e pela primeira vez em toda minha vida, me senti pleno.

- Pelo sorriso no seu rosto, eu tenho certeza que está acordado – ouvi sua voz maravilhosa e senti meu sorriso se abrir ainda mais – Te trouxe café – abri lentamente os olhos e o vi sentado ao meu lado na cama, tinha uma bandeja própria para cafés da manhã na cama e estava repleta de coisas, senti meu estômago implorar por cada uma delas

- Bom dia – murmurei rouco, mas agora olhando para ele e a fome foi substituída pelas borboletas 

- Bom dia, gatinho – acariciou meu rosto – Como está? - perguntou sério 

- Morto – rimos – Mas muito bem, eu vou tomar banho e escovar os dentes pra poder comer, estou morrendo de fome - gemi

- Aqui, coloca esse roupão, você ainda está pelado – me entregou o tecido fofo e eu corei porque realmente estava nu, Louis ficou de costas pra mim e eu sorri com seu gesto

Fiz certa força pra me levantar, eu sou a pessoa mais sensível quando se trata de dor, sempre dói mais e eu preciso de mais remédios e tempo pra melhorar. Visto o roupão e pigarro para que ele me olhe, Louis sorri e caminha até mim, segura minhas mão, entrelaça nossos dedos, gruda nossos corpos e eu sorrio quando sinto seu nariz na minha mandíbula.

- Eu te amo – sussurra – Mais do que você pensa – descansa sua cabeça no meu peito e envolve minha cintura com seus braços

- Eu te amo muito, Lou – sussurro contra seu cabelo já retribuindo o aperto, mas pelos seus ombros

- Quer que eu te ajude no banho? Eu sei que está com dor e prometo manter minhas mãos somente no necessário – riu

- Eu adoraria, mas não precisa, eu consigo sozinho. Só procura algum remédio de dor pra mim – murmurei manhoso

- Tem certeza? - concordo - Okay, vai tomando e eu vou procurar pra você – me soltou e caminhei pro banheiro

O meu banho não foi demorado porque eu realmente não estava no clima de ficar em pé, mas me lavei bem e aproveitei pra deixar meu cabelo cheiroso. Sai e fui escovar os dentes.

- Harry, eu não encontrei remédio pra dor em lugar algum – ouvi Louis gritar do quarto

- Meu pai me deu uma bolsa de primeiros socorros, é a azul, vê se tem – gritei embolado devido a espuma e ouvi ele procurar, até que ouço seu riso alto

- Isso com certeza é um kit de primeiros socorros – riu mais – Mas pra gays sexualmente ativos – estranhei e limpei logo minha boca já saindo do banheiro – Muito ativos - olhava para a bolsa como se ela fosse uma mina de ouro

- Do que está falando? O que tem aí dentro? – apertei o roupão em volta de mim e ele me olhou de um jeito engraçado

- Seu pai sabe que você gosta de homens? - me senti gelar - Tem camisinhas pra muito tempo - tentou conter as risadas, mas não conseguiu, já eu, arregalei os olhos e senti meu rosto ficar inteiramente vermelho - Tipo... meses ou muitas semanas dependendo da quantidade de vezes - foi diminuindo o tom da voz e ficou realmente pensativo - Ele sabe sobre a gente?

- Não... – me sentei com dificuldade de falar – Não sei... eu... e-eu... o que-- deixei um suspiro frustrado sair de mim e não consegui olhar pro meu namorado

- Bom, se ele não sabe, ele desconfia – riu de leve e voltou a mexer na bolsa - Olha, tem bastante coisa legal, mas confesso que não imagino seu pai numa sex shop - riu

- Meu pai pegou tudo no hospital – disse confuso e Louis me olhou como se eu tivesse dito a maior idiotice

- Ele pegou essas coisas no hospital? - manteve seu olhar confuso e olhou brevemente pra bolsa

Borahae (l.s)Onde histórias criam vida. Descubra agora