- Para onde estamos indo agora, papai? - Taehyung colocava a sua mochila no banco de trás junto com as outras malas.
- Para longe daqui, filho. Já colocou todas as suas coisas no carro? - Perguntou à criança que o seguia dando a volta no veículo e caminhando até o porta-malas.
- Sim, papai. - Respondeu observando as grandes bolsas que seu pai guardava no Impala. - O que tem nelas?
- Não seja curioso, querido. Lembra da história que contei sobre a mamãe? - Ele fitou os olhos castanhos de Tae. O menor desviou o olhar em questões de segundos por se sentir desconfortável com a forma fria a qual seu pai se referia à sua mãe.
- Lembro, papai. - Respondeu melancólico com saudade da voz materna amável que escutava todos os dias.
- Ótimo. - Ele fechou o porta-malas com força fazendo o pequeno pular com o som da batida. - Agora entre no carro, temos que ir.
- Não posso me despedir do Kook antes? - Ele perguntou com um pouco de esperança, enquanto se sentava no banco de carona.
- Não seja tolo, estamos atrasados.
O senhor Kim deu partida no carro e Taehyung se despediu mentalmente da cidade enquanto passavam pela vizinhança. O seu coração bateu mais rápido quando avistou a casa de Jungkook há algumas quadras da sua e vê-lo sentado na calçada o fez criar expectativas de um adeus, mesmo que breve.
Tae se aproximou da janela para que o amigo o visse e o gritou quando percebeu que estava distraído com as bilocas na calçada.
- Tae? - Kookie falou ao escutá-lo e assim que ergueu o olhar percebeu Taehyung acenando contra a janela do carro de seu pai. - Tae! - Gritou correndo na direção do carro. Não sabia o que aquilo poderia significar, mas o olhar de Taehyung estava triste o bastante para Jungkook saber que tinha algo errado.
- Adeus. - Taehyung sussurrou acenando ao ver seu amigo correr atrás do automóvel.
Apesar de se sentir triste por estar partindo, sentiu-se amado e feliz com a reação de Kookie.
Kim Taehyung encostou no banco do carro quando viraram a esquina e já não conseguia ver o amigo que tanto amava. Depois de anos, ele iria relembrar daqueles curto período e se conscientizar de que já o amaram um dia e esse amor era recíproco. Um alguém que moraria em seu coração apesar de nenhuma notícia de sua vida receber.
- Por que temos que partir, papai? - Ele perguntou triste.
- Porque senão vamos morrer, filho. - Respondeu assustando a criança.
- Nunca mais poderei vê-lo então?
- Se tiver um pingo de amor próprio, jamais voltará a essa cidade Taehyung.
Mas até que ponto somos capazes de arriscar quando falamos do amor verdadeiro? O amor que coloca a vida do outro em primeiro lugar; aquele que nos faz dar a nossa própria vida por alguém, porque sem este não somos capazes de viver.
Há uma intensidade na reciprocidade, ela significa que ambos estão dispostos a lutar apesar das circunstâncias que os circulam para ficarem juntos. A reciprocidade carrega consigo a pureza, pois não dá espaço a nenhuma traição e isso torna os seus envolvidos perseverantes.
vrum
Após alguns meses depois de sua partida, já na nova cidade, Taehyung chegou ansioso da escola e bastante animado para escrever sobre suas notas boas em história e português para o seu amigo. Ele largou a mochila na sala e correu para o quarto gritando pela casa que já tinha chegado, a fim de avisar para o pai. Porém assim que abriu a porta de seu quarto o seu sorriso foi desfeito ao avistar o senhor Kim sentado em sua escrivaninha.
- Papai? - Ele sussurrou pela surpresa. Seu pai jamais fora em seu quarto, e vê-lo ali só podia significar duas coisas: mudança ou...
- O carteiro passou mais cedo hoje, Kim Taehyung. - Tae congelou com a informação. Não era possível ver o rosto do seu pai, pois estava entre as sombras do quarto. Mas não era necessário, pois Tae sentia a severidade em sua voz e temeu o que estava por vir. - Ele entregou isso. - Seu pai jogou uma carta em cima da cama de Taehyung e seus olhos começaram a encher d'água.
- Papai...- Ele choramingou já não conseguindo esconder o medo.
- Está de castigo, Taehyung. Ficará nesse quarto durante uma semana e não sairá por nada.
- Mas e a escola? - Perguntou confuso e esperançoso de ainda achar um meio de se comunicar com Kookie às escondidas.
- Não precisará mais disso Taehyung. Você conhecerá o trabalho do papai. - Ele se levantou caminhando até a criança que tremia segurando os soluços. - Conhecerá o mundo real e os seus riscos, só assim aprenderá. - Seu pai se levantou e caminhou até a porta se apoiando na mesma enquanto tirava o cinto da calça. - Agora entre. - Taehyung estremeceu com a imagem amedrontadora.
- Papai, por favor...
- Não irei repetir. - A criança engoliu a seco, deixando as lágrimas escorrerem livremente de seu rosto.
- Desculpe, papai. - Taehyung fungou entrando no quarto cabisbaixo, ouviu seu pai fechar e trancar a porta atrás de si. Um arrepio passou por todo o seu corpo.
Naquela tarde, Tae passou a ter o pior dos sentimentos que pode-se ter por um pai: medo. Porque foi a partir dali que ele percebeu a verdadeira alma de quem ele tanto amava: assustadora como um demônio. E ele podia ver tudo isso enquanto tentava encontrar um resquício de amor enquanto seu pai o batia.
Durou muito tempo e ele nunca amenizava a força, era como se ele sentisse prazer com aquilo ao ponto de expressar alívio quando a pele de Tae começou a sangrar.
- Entenda uma coisa, filho: eu faço isso porque eu te amo. Mais tarde você me agradecerá.
🥀🥀🥀
Trailer da nossa querida fanfic:
Queridos leitores,
Essa é a minha mais nova fanfic e vou tentar não excluí-la kk Espero muito que gostem.
Com amor,
Quel
![](https://img.wattpad.com/cover/253613090-288-k72259.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Blood Color | Kim Taehyung
FanfictionNem todo passado é tranquilo e fácil de superar, o de Kim Taehyung é um exemplo. Antes mesmo de ser apresentado ao amor, ele conheceu o ódio e isso desalinhou seus pensamentos construindo em suas lembranças ao invés de pessoas, demônios. No entanto...