- Ah... M-me desculpe. Foi s-sem querer - fico vermelha de vergonha - Mas quem mandou chegar de mansinho!? - mudo de tom e ponho as mãos na cintura, na tentativa de mostrar que fiquei irritada.
- Agora a culpa é minha? - ele diz já pegando a bandeja novamente.
- Totalmente - a essa altura, todos pararam para ver e rir da cena - deixe-me te ajudar - agacho e o ajudo a limpar.
Começo a rir da cara de surpresa que ele fez e da minha de constrangimento. E acabo o contagiando, pois ele também começa a rir. Esqueço que tem mais gente vendo a cena. Apenas foco no cara à minha frente. Nesse momento, só existe ele, eu e nós.
- Você não existe - ele se levanta.
- Nem você - faço o mesmo.
- Vou pegar outro - ele levanta a bandeja que contém o pão que antes estava no chão e agora todo despedaçado, o copo com o resto do suco e a laranja que está partida ao meio, mas com cabelo do chão agora.
- O lugar não está ocupado - Nós sorrimos um pro outro.
- Já volto então - ele se vai.
- O que acabou de acontecer aqui? - Marlene pergunta.
- Não sou fã desse cara - Guilherme fecha a cara.
- Não sei - aponto com a cabeça para Marlene - E vamos dar uma chance pra ele - olho para Guilherme.
- Que sorrisinho é esse na sua cara? - Marlene diz desconfiada.
- O que? - percebo que estou com um olhar bobo, tento me recompor.
- Você sente algo por ele?
- Você está gostando dele!? - Guilherme diz assustado.
- Quê!? Não!
- Pode confiar na gente.
- Marlene, somos só amigos - pego em suas mãos.
- E tudo o que você nos contou sobre ele? - Guilherme se indigna.
- Bem...
- Vamos descobrir logo, logo - Marlene dá uma mordida em sua pera para disfarçar.
- Não vai derrubar essa também - Fábio se senta e sorri.
- Foi mal - volto a ficar constrangida - trocou de calça? - reparo em sua roupa.
- Sempre tenho uma de reserva.
- É sempre bom - não consigo dirigir meu olhar pra ele.
- Quais são as suas intenções? - Guilherme pergunta de repente, com um tom de voz mais autoritário.
- Quê? - Fábio fica perdido, como eu.
- É. Como você chega aqui e age como nosso amigo?
- Isso é ciúmes...? - implico.
- Não. Só quero entender as coisas.
- Meninos! - Marlene se pronuncia - Nada de brigas. O tempo é curto. Vamos aproveitar.
- É! E respondendo a sua pergunta – mesmo a pergunta não sendo pra mim, eu acabo respondendo - ele é meu amigo - bom, não tenho certeza, mas o Guilherme não pode ter um ataque de ciúmes e esperar que eu não faça nada. Embora eu não ache que seja um ataque de ciúmes, somos só bons amigos. Ele deve estar só preocupado comigo, contei tudo o que aconteceu entre mim e Fábio desde sua chegada para Guilherme e Marlene.
- Não acha estranha a atitude dele? - Guilherme insiste.
- Não tem problema. Eu vou para outro lugar - Fábio ameaça a se levantar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Descoberta De Quem Sou
Teen Fiction🏅 Menção Honrosa - Deuses Literários 🏅 Vitória França é uma garota de 17 anos, filha de Theo França e Malala, tem duas amigas, Ágata e Miranda, e um namorado, Thomas. Uma vida perfeita, amigas para todos os desafios, um namorado dos sonhos e uma f...