Capítulo 22

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No fim das aulas

- Vamos conversar direto né? - pergunto à Marlene e Guilherme.

- Claro, ué! - ela põe uma mão na cintura e faz cara de óbvio. Me fazendo rir.

- Não tem nada para fazer você ficar? - Guilherme diz tristonho - agora que a gente tá se dando bem...

- Fica assim não. 3 meses...

- ...Passam rápido - ele me interrompe.

Acho que já repeti o suficiente.

- Liga não. Ele só está triste porque está gostando... - é interrompida por uma cotovelada, de leve, de Guilherme. E eu começo a rir.

- Eu vou sentir falta de vocês! - abraço meus amigos bem apertado – logo agora que os encontrei, vou ter que ir... - digo chorosa.

As aulas aqui acabaram pra mim. Procurei Fábio o dia todo, pelo colégio inteiro. Mas não o vi. Pelo visto, vou ir embora sem me despedir daquele garoto.

Não sei nem se somos amigos, colegas ou conhecidos. Tudo bem, fomos no show juntos, mas o que isso significa? Claro, foi TOP! Mas e daí? Sim, ele foi super legal comigo, mas compensa as vezes que ele me desprezou? Eu, sinceramente, não sei o que quero com ele.

E quanto a Thomas, bem... Eu não quero ir brigada com ele. Eu me sinto péssima, eu menti pra ele. Eu o magoei. Mesmo nunca ter sido minha intenção fazer isso.

Resumindo, não sei se estou pronta para ir. Há tantas coisas pendentes aqui, que eu não sei se é a hora certa de ir. E ainda tem Marlene. Não queria me despedir dela. A garota pareceu ter caído do céu.

- Flor, acho que tem alguém querendo te ver - Marlene diz olhando para além de mim. Me viro e não vejo ninguém.

- Quem? - ela se meche como se acordasse de um transe.

- Desculpa - ela põe a mão em sua testa, como se a segurasse para não cair.

- Vitória, posso falar com você? - me viro novamente e me deparo com Fabio. Não me seguro e o abraço. Ele fica sem reação e eu compreendo o que eu tinha feito. Me afasto e sinto minhas bochechas esquentarem.

- Desculpa - sorrio sem graça.

- T-tá tudo bem... - ele passa a mão em sua nuca, desconfortável.

- Eu vou indo - Marlene se despede.

- Tchau - Guilherme segue Marlene.

- Você, Marlene e Guilherme? - Fábio olha como se fosse coisa de outro planeta.

- Longa história - reviro os meus olhos - para encurtar, descobri uma amizade que não quero perder nunca - olho ao longe pelo caminho que eles trilharam.

- Tendi. Então... É verdade? Você vai embora mesmo?

- Como sabe?

- É verdade então, né? Olha, você não pode ir. Não agora.

- Ué? Por quê? - não o entendo.

- Por favor, só... confia mim - podia jurar que algo brilhou em seu olhar.

- Eu...

- Por favor. Não posso te perder. Não agora, não agora que estou tão perto...

- Perto de que?

- E-eu... Agora que somos amigos - senti que ele sabia de algo a mais e não queria me contar. Ele escondia algo.

- Preciso ir. Minha mãe está me esperando. Nos falamos daqui a 3 meses - já me despedi, agora, pronto. Tento ir, mas ele segura meu braço - me solta! - tiro suas mãos de mim.

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