Capítulo 15

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- Quem era? - Fábio chega e me entrega a água.

- Não sei. Disse que pensou que eu era a filha dela - dou um gole em minha água. Percebo Fábio se enrijecer – o quê?

- Nada. Vamos curtir? - ele responde rapidamente.

- Vamos! - resolvo esquecer e me divertir. Pois, foi pra isso que vim.

- Você terminou com Thomas? - Fábio do nada me pergunta.

- Por quê? - arqueio uma sobrancelha.

- Ele não ficaria com ciúmes? - ele diz com um tom que eu não pude decifrar.

- Eu faço o que eu quero. Não recebo ordens de ninguém. Muito menos dele - Fábio sorri - mas respondendo sua pergunta. Terminamos - me lembro da cena, resultando em mim ficando cabisbaixa.

- Desculpa.

- Tudo bem. Não tinha como você saber - lhe dou um sorriso amigável. Acho que Fábio pensou que foi Thomas quem terminou. Tecnicamente foi. Mas não foi isso o que me entristeceu. Foi como aconteceu. Porém, é melhor deixar quieto. Se não, teria que contar o motivo.

- Vamos mais pra frente! - ele me puxa. Senti meu corpo todo eletrizar com um simples toque seu.

Pitty começou cantando a música Admirável Chip Novo. E foi simplesmente O MÁXIMO! 

Eu, absolutamente, não me arrependo de nada dessa noite!

Eu fui e me diverti. Dancei, pulei, gritei... E pela primeira vez, em séculos, eu me senti bem comigo mesma. Foi a melhor noite da minha vida!

Mas, infelizmente, tudo que é bom tem que acabar. O show havia chegado ao fim e eu fui obrigada a ligar pra minha mãe para vim me buscar.

- Não precisa incomodá-la. Eu te dou uma carona.

- Você tem carro por acaso? - eu quase caí, mas Fábio me segurou. A adrenalina estava se esvaindo, levando meu equilíbrio junto.

- Não..., mas posso pedir um táxi. Aí peço pra deixá-la em casa primeiro - ele tentou tirar a mão de meu braço, mas me desequilibrei de novo – Tem certeza que você está bem?

- Eu tô bem... - talvez não completamente.

- Acredito... vem - o táxi parou na nossa frente - eu te ajudo - ele me pós, com todo o cuidado, dentro do carro.

- Obrigada - ele entra também - acho que eu não devia ter tomado nem um drink – acabo soltando e apoiando minha cabeça em seu ombro. Não demorou muito e eu já tinha adormecido em seus braços fortes e reconfortantes.

- Vitória - acordo com uma voz firme, mas gentil, em meu ouvido - Chegamos.

- Hã? Ham... Sim - com a ajuda de Fábio, saio do carro. Vejo minha mãe, então, vou para os seus braços.

- Obrigada! Você foi muito gentil. Espero que possam sair mais vezes - minha mãe diz a Fábio.

- Eu amei a noite de hoje. Foi bastante divertida - Fábio entra novamente no carro e sorri - tchau!

- Tchau - eu e minha mãe dissemos juntas. O carro dá a partida e ele se vai. Não entramos enquanto ele não saiu de nossas visões.

- Seu pai não chegou ainda. Tome banho e descanse. Quero todos os detalhes amanhã - ela sorri e me leva para o quarto.

- Foi demais! - eu quase não conseguia ficar de olhos abertos de tão TÃO cansada que eu estava.

- Que bom que gostou - ela beija minha testa - mais vai direto pro banho tirar esse cheiro - eu rio e me dirijo para o banheiro. Tomo um relaxante banho e me deito. Nem termino de dizer "boa noite" e eu já havia apagado.

Sábado

Acordo com uma tremenda dor de cabeça.

Então é isso que é uma ressaca?

Começo a rir de mim mesma. Mas sou obrigada a parar por causa da piora da minha dor de cabeça. Escuto minha barriga roncar. Estou morrendo de fome. 

Estranho minha mãe não me chamar. Ela sempre me acorda.

Resolvo descer, mas antes... visto uma roupa mais decente. Opto por uma blusa preta, de colarinho alto e manga curta, um short jeans e um tênis desportivo branco e, por último, faço um coque de qualquer jeito.

Acho que essa roupa está boa para começar a fazer meu pai se acostumar com o meu novo guarda-roupa.

Quando chego à escada, ouço vozes. Uma delas era de meu pai e a outra, feminina. Sei que não é certo, mas resolvi dá uma espiadinha..., no entanto, me arrependo, de certa forma.

Uma mistura de surpresa, susto e até medo passa pelo meu corpo. Era a mulher que me confundiu com a filha no show de ontem.

O que ela tá fazendo aqui? Não acredito em coincidências.

- Ela morreu! - saio de meus devaneios com essa frase saindo da boca do meu pai. Que pelo seu tom, estava com muita raiva.

- Mentira! - a mulher estava com a voz chorosa.

- Por que acha isso? - meu pai diz com pouco de receio.

- Eu a vi! - a mulher praticamente berra.

- C-como? - meu pai começa a gaguejar - e o que você está fazendo aqui? Não devia estar em Londres?

- Então é verdade. Quero vê-la!

- Não será possível - a mulher tenta entrar, porém é impedida pelos braços fortes de meu pai.

- Ela é...

- Gente! O que está acontecendo aqui? Que gritaria toda é essa? - minha mãe aparece, não deixando a mulher terminar sua frase. 

- Eu vou. Mas eu volto! - a mulher sustenta o olhar em meu pai – e pode ter certeza, a justiça está do meu lado - Depois sai raivosamente.

- Ela merece a verdade. Ela precisa saber - minha mãe abraça meu pai e diz com a voz abafada, quase não consegui ouvir.

- Eu não sei... - então o "milagre" acontece. Posso ver uma lágrima solitária escorrer pela bochecha de Theo França - Vá chamá-la, temos que conversar - meu pai se recompõe.

- Não seja duro com ela.

- Eu só quero o bem da minha filha!

- Eu sei disso. Acredito. Mas ela não entende. Não ainda. Por favor, eu lhe peço.

- Ela é a minha filha. Ela está debaixo do meu teto. Minhas regras. Eu sei o que é melhor pra ela - meu pai praticamente grita. Minha mãe sustenta o olhar no dele por alguns segundos antes de vim em direção às escadas.

Essa é a minha deixa.

Corro de volta para o meu quarto e espero minha mãe vim me chamar. Mas eu não consigo tirar aquela conversa da cabeça.

Quem era aquela mulher? Por que meu pai se sentiu ameaçado? Por que minha mãe praticamente se submeteu a ele, como se não tivesse voz? Ele é meu pai, mas ELA é minha mãe. E de quem eles falavam?

Preciso investigar!

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