CAPÍTULO 28

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Oie... Tudo bem com vocês lindas(os)? Votei com mais um capítulo como prometido. Dessa vez bem curtinho só pra dar o gostinho do que espera por vocês nos próximos. E pra vocês terem uma ideia do que acontece com o Henry hehehee

Boa leitura, votem e cometem e leiam o aviso no final do cap s2

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Giro as chaves no indicador. Encaro a porta a diante recordando a última vez que estive aqui. Mês passado. Cinco semanas atrás ou até mais que isso. Eu podia rememorar centenas de imagens na minha cabeça, mas nenhuma delas me trazia para um desses cômodos. A sensação é que estive fora por uma década e ao mesmo tempo é como se eu nunca tinha estado ali antes.

Abro. Atravesso a entrada em passos ligeiros desejando desesperadamente chegar do outro lado. Kate esperou à soleira da porta, descansando o ombro direito no carvalho e de braços cruzados. Suas feições me encorajavam a ir mais a frente e me pergunto se ela pensava que eu tinha medo ou coisa parecida.

O que eu temeria? Esse é meu apartamento, é o meu lar. Vivi aqui desde que cheguei de Sevilha. Pode se dizer que é tudo que tenho. Entretanto, não sinto como se eu estivesse em casa. Talvez porque eu não tenha uma, afinal. Ou acabei tão acomodado que esqueci o que isso significa para uma pessoa.

Eu não sabia. E certamente a ideia de redescobrir me assustava.

Examino Kate novamente. O que estaria ela pensando? Havia um lugar ― que diferente desse ― eu adoraria visitar. Os pensamentos dela me interessavam de tal forma que em certos momentos eu os recriava mentalmente. Adivinhá-los era um esporte entusiasmante, tudo que eu precisava fazer era usar o cérebro. E as vezes eu podia jurar desvendar um ou dois.

Deixo escapar um sorriso bobo. Kate o recebeu desajeitadamente, coçou atrás da nunca e me devolveu o mesmo sorriso ainda mais intenso do quê de costume.

Seu idiota. Penso, revirando os olhos de um jeito casual. Por alguma razão ela fazia com que eu me sentisse bem quando eu não deveria estar. Compreender esse sentimento, mesmo agora, fazia os poros do meu corpo se eriçarem inesperadamente. Eu gostava dela. Gostava tanto que não sobrava espaço dentro de mim. De quando em quando, suportar ele era desafiador, árduo e inoportuno.

Esse é um dos meus pecados. Desejar uma mulher que não me pertence. Ansiar pelo aconchego dos braços de alguém que me tem por perto por conveniência e amizade, seja lá qual for a maneira correta de interpretar esse tipo de relação.

Mas apesar de não poder tê-la para sempre comigo eu a amo. Sim. Eu a amo muito. Amo o seu cabelo castanho pendidos feito cascata sobre os ombros. Os olhos azuis expressivos. Aquele seu sorriso que sempre me pega de surpresa e o rubor de seu rosto quando está sem jeito.

Era a primeira vez que eu admitia sentir isso. Oliver é um homem de sorte. Encontrou a mulher perfeita, a pessoa ideal para viver e morrer até o último sopro de vento.

Entendo que vai chegar o dia em que os dois não precisarão mais de mim, então estarei só outra vez. Vivendo uma mentira inventada, um teatro mal produzido que ameaça desmoronar, mas nunca desmorona. No fim das contas vou reviver e reviver o mesmo pesadelo diversas vezes todos os dias até chegar o dia que vou sufocar.

É esse o meu destino. Quando fecho os olhos e memorizo tudo que enfatizei anteriormente é lá que me vejo. Na penumbra do vazio, arrebatado pela solidão e as faces sombrias que me perseguem. Estou lá agora. Sozinho. Procurando uma saída. Buscando chegar mais perto de onde eu possa pelo menos sentir o calor da luz nas palmas das mãos. Sem sequer olhar por cima do ombro temendo cair nas trevas de novo.

Ouço uma voz falar baixinho num sussurro estridente que me tira a concentração. Está perto, perto demais, com a boca roçando a borda do meu ouvido. A voz no escuro é inconfundível, eu jamais esqueceria aquela voz. Lembro como se fosse ontem.

― Kate? ― Pergunto, sem me atrever a olhar.

A respiração suave e o toque me fazem estremecer de imediato. Eu morreria se tudo aquilo não passasse de mais um delírio. Tem que ser real, precisa ser. Ou...ou eu sou exatamente o que dizem que eu sou. Louco.

― K-Kate? ― Arrisco, cerrando os punhos.

Sem resposta, fecho os olhos e lentamente dou as costas para escuridão com medo de ter perdido a noção de estado como das outras vezes. Precisa ser real. Murmuro a frase uma, duas, três vezes até ter certeza de estar de frente para ela.

A pele macia da sua mão deslizou pela maçã do meu rosto, tão devagar que não consegui conter um gemido. Sorrindo quase como uma criança desesperada, abro os olhos.

― Kate. ― Repito, apreciando o sabor que seu nome causava na minha boca.

Ela não falou. Apenas manteve seu olhar no meu. O mesmo olhar do dia que nos vimos pela última vez, salpicados de lágrimas e mais azuis que o próprio oceano. Pareciam emocionados, embora tristes e perdidos.

― Senti sua falta ― Eu disse, entre soluços.

Kate assentiu. Pegou meu rosto e me puxou para um abraço apertado. Estremeço. Ela parecia mais alta do que eu lembrava, mas eu estava o tempo todo descalço e de salto Kate ficava na altura de Oliver. A verdade é que isso não passava de um detalhe, eu não me importava com altura. Não poder vê-la como eu queria me deixava inquieto, mas procurei manter a atenção apenas nela, não me perdoaria se eu a perdesse de vista.

― Desculpa. ― Pedi ― Eu não queria ― Solucei, encharcando a manga do seu vestido com minhas lágrimas. ― Juro que eu não queria...

― Tudo bem, Henry. ― Falou, a voz entrecortada. ― Nós já esquecemos, você pode voltar agora. ― Murmurou.

Deslizando a mão pelo interior entre o tecido moletom da minha calça ela alcançou o que procurava. Contraio os músculos sentindo sua pele gelada em contato com meu membro.

Sem conseguir ficar duro aperto os lábios e as sobrancelhas incomodado, prestes a chorar. Abra os olhos. Ouço e dessa vez não é a voz de Kate. Percebo uma gota de suor escorrer pela testa, estou febril e um pouco desorientado querendo mais do quê nunca que a aquela voz saia da minha cabeça. Se eu a ouvisse, Kate acabaria indo embora. Eu não podia perde-la. Não posso deixa-la ir de novo. Não posso.

― Abra os olhos, Henry. ― Ela disse, ainda segurando o meu membro.

― Não.

― Você precisa. ― Falou, num tom mais grave.

― Por favor. ― Peço.

Ela me afastou. Sussurrou algo inaudível e então desapareceu. Fecho olhos na tentativa de encontrá-la, mas quando eu os abro nada acontece. Não há escuridão nem sombras, apenas o cômodo vazio do meu apartamento. Nenhum sinal de Kate, eu estava de volta. Deito na mancha de sangue que se impregnou no carpete e acordo exaltado.

Foi só mais um pesadelo. Tento ficar calmo repetindo a frase. Kate ainda estava na cama, aninhada nos braços de Oliver dormindo pesadamente.

Sem sangue nem sombras. Penso, voltando a dormir.

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E esse foi o capítulo de hoje. Não vou falar nada sobre, fiquem com as teorias de vocês aí. Essa semana ainda tem capítulo novo então votem muito. E preparem os corações....

Ta acabandooo

Aliás. Criei um perfil no instagram de autor, lá só vou falar sobre os livros que estou escrevendo, divulgação, literatura, recomendações e interagir com vocês se quiserem interagir comigo haha. Sigam lá pra me ajudar. Quiserem conversar é só me chamar no direct é isso, bjssss :3

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O Padre:(+18) COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora