CAPÍTULO 30

2K 106 38
                                    

Acharam que eu não ia dar as caras aqui hoje, né? Hahaha O capítulo que deveria ter sido postado na quarta para vocês lerem. Espero que gostem.

Então votem e comentem a opinião de vocês, quero saber.

CAPÍTULO CONTÉM CENA DESTINADA A MAIORES DE 18 ANOS

****

― É bom vê-lo novamente, padre. ― Lúcio segurou as mãos atrás de si. Acompanhou meus passos, empolgado. Seu sorriso ia de orelha a orelha e os olhos vistosos tremulavam.

Viro o rosto para ele mirando sua expressão nítida.

― Estou apenas de passagem. ― Respondo, conciso.

― Imagino. ― Disse. O tom ameno da voz desaparecera. ― Não pretende ficar? As pessoas me perguntam por onde tem andando e o que esteve fazendo. Elas ― Ele se interrompeu, medindo a gravidade das palavras que pronunciaria.

― O que as pessoas dizem, Lúcio? ― Quero saber.

Ele encolheu-se subitamente.

― Dizem coisas, padre. ― Falou, pigarreando. Cruzou os braços bruscamente, evitando movimentos inseguros. ― As pessoas, o senhor Jones, a senhora Houston.

Arqueio as sobrancelhas, apertando os lábios numa linha quase reta. É claro que falavam. Eu não era mais o mesmo. Mudei. Não só fisicamente como emocionalmente e espiritualmente também. Nos primeiros dias as coisas pareciam mais fáceis. Eu os conhecia, conhecia todas aquelas pessoas, ou pelo menos achava que as conhecesse.

Quando as via fora da igreja sentia-me familiarizado, a vontade, seguro. Mas o tempo finalmente havia me feito entender que elas não significavam nada, nada além do que eu precisasse que fossem durante minha vida na igreja. Só isso. Então passei a ignorá-las, evitei estar onde elas estavam, respirar o ar que respiravam e quando, para minha falta de sorte, eu as encontrava, busquei trocar poucas palavras. Breves frases prontas, pensadas anteriormente para que eu tivesse uma chance de escapar de quaisquer assuntos que ganhassem uma direção indesejada.

Assim funcionou minha vida após o ganho da liberdade. Todos os dias, durante esse período eu lutei e resisti para que ela continuasse e continuaria até que não houvesse outra saída.

Olho de volta para Lúcio. É um garoto bonito. Se bem lembro deve ter dezesseis anos, ainda que pareça ter crescido uns dez centímetros. Está mais alto, mais forte e mais homem do que ontem. Ainda sorrir por qualquer motivo, um sorriso tímido e acolhedor.

― É um bom rapaz, Lúcio. ― Falo, apertando seu ombro num gesto fraternal. ― Não deve dar ouvidos a tudo dizem por aí. As pessoas são cruéis, até com elas mesmas.

― Sinto muito, padre. ― Baixou a cabeça, lamentando pelo atrevimento. ― Irei repreendê-las em vosso nome.

Sorrio, revirando os olhos para ele.

― Não será necessário, rapaz. Agradeço, mas eu sei lidar com isso sozinho.

Pisco para ele que me devolve um sorriso amarelo.

― Vamos, garoto. Agora leve-me onde aquele velhote estar.

― Não é possível, senhor.

Permito que prossiga, imaginando se houvesse motivos para que eu não fosse recebido. Será que estou maculado demais para ser prestigiado com sua presença? Ridículo.

― O padre Arthur faz a suas visitas pela manhã. A tarde ele recebe no confessionário aqueles que buscam por perdão. ― Continuou, meio atormentado. ― Cá entre nós, ele é muito rígido. ― Murmurou, certificando-se de que ninguém o ouviria queixar-se.

O Padre:(+18) COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora