Capítulo 17

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Henry

- Henry? - ouço a voz de Arthur me chamar. Ele foi a primeira pessoa em que pensei em ligar.

- Estou aqui em cima. - respondo olhando o quarto ao meu redor, tomando um gole do meu uísque.

- Pensei que o "alcoólatra" da família fosse eu. - ironiza se aproximando de mim, colocando sua mão em meu ombro.

- Não começa Arthur. - respondo frio.

- Ok, já entendi. Nada de piadas. - disse se sentando na poltrona, próximo a mim. - Agora me diz, por que ligou a essa hora da noite, e principalmente, por que está bebendo no quarto do seu filho?

- Acabou! - respondo friamente, engolindo o nó na garganta.

- O que acabou Henry?

- Meu casamento.. minha vida acabou, Arthur. Leah não quer nem me olhar mais.

- Como assim acabou? Vocês não tinham se acertado? E o quarto do bebê, não mostrou a ela?

- Não tive nem a oportunidade. Tudo por causa daquela maldita mulher..

- Mulher? Sua amante?

- Que amante, Arthur. Eu nunca tive amante nenhuma. O que aconteceu com ela foi coisa de três segundos, nada mais que isso.

- Mas foi com ela que você traiu sua esposa. Como eu já te disse antes, quando um não quer, dois não se beijam. E nem adianta colocar a culpa na bebida.

- Você pode até ter razão, mas eu não queria aquilo. Não foi essa a educação que a mamãe e o papai nos deu. E você sabe o quanto eu amo minha mulher, desde que a conheci.

- Realmente, não foi essa educação que nossos pais nos deu.. A mamãe vai matar você...

- Não mais que o pai da Leah já quer me matar. - digo virando o resto do conteúdo do copo, e dou um suspiro profundo. - Com toda essa confusão, ela se estressou muito e passou mal.

- Como ela está?

- Bom, segundo Richard, ela está bem agora. Mas o bebê podia ter nascido prematuro.

- Pelo menos eles estão bem, é o que importa agora. O bem estar de ambos. - diz, olhando-me fixamente. - Dê um tempo, deixe os ânimos acalmarem um pouco. Depois você tenta falar com ela.

- É, você tem razão. Como sempre.. Obrigado por sempre estar comigo quando preciso.

- Sou seu irmão mais velho, é meu dever cuidar sempre de você e de nossa irmãzinha. - disse com um sorriso pequeno, dando uma piscadela. - Só não conte comigo quando a mamãe for matar você.

- Idiota. - sorrio negando com a cabeça - Quando eles chegam?

- Amanhã a tarde. Vou buscá-los no aeroporto..

- Ok. Enfim.. - dou um suspiro, me levantando. - É melhor tentar descansar um pouco.. colocar meus pensamentos em ordem.

- Também acho. Tome um banho e descanse um pouco. Com mais calma, você decide o que vai fazer.

- Sim. E quanto a separação e toda essa confusão, não diga nada a eles. Deixa que eu conto..

- Tudo bem, eu não vou dizer nada. Tchau irmão. - disse dando dois tapas leves nas minhas costas, saindo logo em seguida, me deixando sozinho.

Como ele bem disse, o jeito agora é manter a calma e pensar em como agir daqui para frente..

***

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