Amada pelo Urso - Livro IV - Série Amores Indomáveis

10° Elo - Dandhara

_o que você esta tramando? - Elliot me trouxe a realidade, no momento em que o avião pousou no aeroporto.

_o que você quer dizer? - o encarei confusa.

_desde nossa conversa, você esta com um sorrisinho suspeito... Me diga, o que pretende? - ele olhou para o lado, tendo a certeza de que Carter e a esposa estavam desatentos - sabe, Aiden é meu cunhado, e eu tenho grande estima por ele, ficarei extremamente chateado com você se machucá-lo! - enfatizou.

Só pude sorrir diante de sua ameaça. Era esse tipo de relação que todos eles tinham, como uma enorme árvore, cheia de ramificações, porém todas conectadas, todas preciosas.

_por favor, apenas tenha paciência! - pedi com um sorriso.

Tinha tido uma ideia e mantive ela em mente desde a revelação duas noites atrás. Claro que, com minhas conexões limitadas, tive de pedir um favor a Thomas, antes de embarca-los de volta para casa. Como o pedido era simples, ele prontamente me ajudou, e eu pude falar com Zahira por algumas horas, e após ter certeza de que o que tinha em mente daria certo, tomei coragem para iniciar a execução.

_não vamos nos demorar, ainda temos um longo caminho a percorrer! - Carter falou assim que fomos buscar nossas malas na esteira.

_nem me fale, por sorte tivemos tempo para que eu escondesse essas olheiras de Iron! - meu mentor choramingou com um suspiro - agora, só desejo minha cama...

_nem me fale... - me juntei a ele com um suspiro - Carter, por favor, diga que alguém vem nos buscar, sim?! É crueldade fazê-lo dirigir até a vila depois de uma viagem longa como a nossa...

_eu gosto de estar vigilante durante nosso caminho, afim de garantir a segurança de todos, por conta disso, vou acabar acordado do mesmo jeito, mas, sim, tem dois carros a nossa espera! - ele declarou sorridente.

_oh, ainda bem! - Elliot sorriu amplamente.

Ele se preocupava com o bem estar de todos nós, menos o dele próprio, o que tornava tudo uma dor de cabeça sem fim. Saimos de forma discreta do aeroporto, Elliot e eu fomos num carro, Carter e Natalie em outro.

Já acostumados a presença um do outro, estávamos mais a vontade, conversando sobre bobagens aleatórias e quando nos escoramos para um cochilo, também foi algo natural.

Acordamos em algum momento, quando o carro parou bruscamente. Senti as mãos de Elliot em meus ombros, empurrando-me para chão do carro com força.

_fique abaixada... - ele ordenou.

_o que está havendo? - olhei para ele confusa e assustada.

_o carro da frente, Carter interceptou algo, paramos por precaução... Pode não ser nada, mas podem ser caçadores...

_mas aqui? Não estamos perto da vila? - tentei olhar pela janela, mas ja estava escuro, não me deixando reconhecer em que trecho do caminho estávamos.

Ouvimos uma movimentação fora do carro, e o motorista que nos conduzia, saiu armado. Senti meu coração disparar, quando algo bateu contra o nosso carro.

_TRANQUEM AS PORTAS! - Carter gritou a ordem, nos pegando de surpresa - NÃO É HUMANO!

Aquelas três palavrinhas, fizeram Elliot agir e pular para a frente, apertando alguns botões no painel, trancando as portas do carro. Por um momento ele me olhou em pânico, seus olhos ficaram dourados como mel e se arregalaram num nível anormal, com mãos trêmulas ele segurou meu rosto.

_você não cura... - balbuciou de forma incoerente, mas ainda sim, pude compreender.

De todos ali, eu era a única realmente indefesa. Sem super força, super resistência, super cura... Só a boa e velha humanidade, caracterizando-me como frágil e indefesa.