uma conversa;

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Depois de ter andado por longos minutos, Jisung decidiu que procuraria um lugar para sentar e tentar organizar as próprias idéias. Já havia chorado um monte, gastado todas as lágrimas existentes no seu corpo e se lamentado inúmeras por ter sido impulsivo e se entregado a Minho tão facilmente.

Se considerava burro.

Como chegaria para os pais e explicaria simplesmente que tinha passado um dos cios com o alfa e agora estava esperando um filho dele? E para a sua irmã então? Não queria nem imaginar.

Existia a possibilidade de sair por cima e acusar o mais velho de abuso, quem sabe pudesse ser taxado como um inocente que foi induzido pelo outro, mas ainda havia a chance de ser obrigado a se casar com o Lee para que assumisse seu bebê. Ele obviamente se separaria de sua irmã e magoar Jisoo não estava em nenhum de seus planos. Contanto que a honra dela ficasse intacta, se viraria consigo mesmo.

Inconscientemente ele foi parar em uma ponte vazia, não sabia onde estava e nem como voltar para casa, mas sentou-se na ponta dela para observar o movimento tranquilo da água e os pingos ralinhos de chuva caindo sobre ela, ainda perdido sobre o que fazer. Não era tão fácil decidir algo assim. O primeiro pensamento que teve foi de tirar a criança de alguma maneira, entretanto Jisung tinha medo de tudo e quando começou a pensar em morrer com um indigente em uma clínica clandestina ou em dar tudo errado e seus pais descobrirem do pior jeito, descartou a possibilidade rápido, passando para a próxima. E bem, a próxima seria contar tudo e atrapalhar ainda mais o relacionamento de sua irmã.

Como dito antes, ele não queria deixar a Han chateada em hipótese alguma. Lembrar-se do quanto ela ficava feliz falando dos preparativos de sua festa deixavam-no muito mais triste. Dos sorrisos largos por todo o seu quarto enquanto ela gritava: — Vai ser o dia mais feliz da minha vida!

Recordar era horrível.

Ele era horrível.

Sempre sorria de volta quando sua irmã o falava, tentando se distrair olhando os ternos brancos para padrinho sentindo ainda o gosto dos lábios de Minho, e quem sabe também estivesse com as manchas dos apertos fortes do alfa.

Cada pequena lembrança martirizava seu pobre coraçãozinho frágil e o faziam sentir mal por dentro de um jeito tão forte que seu peito doía.

— Eu preciso parar de pensar em Jisoo agora. — Suspirou, sentindo o incômodo da garganta irritada pelo choro recente. — Se continuar lembrando dela, vou ficar chorando que nem um maluco pela rua. E não é disso que você precisa, Jisung! — Respirou fundo pela primeira em minutos, ignorando a dificuldade pelo nariz entupido, e limpou as bochechas grandes antes de se levantar, olhando para os lados. Não sabia onde estava nem como havia chegado ali, muito menos como voltar a casa de Felix.

Completamente perdido e com o celular na mão, tentou ligar primeiramente para a irmã — deixando Lee como sua última opção, já que o ômega o encheria de perguntas — ouvindo os longos toques da ligação até que finalmente atendesse. Entretanto, diferente do que esperava, outra voz já bem conhecida por si o atendera.

— Alô? — Suspirou ainda mais pesado, xingando aquela péssima coincidência e sua incrível falta de sorte.

— Minho, onde está a minha irmã?

— Jisung? — Só ali o alfa se tocou do número que havia atendido sem olhar. — Ela deixou a bolsa no meu escritório enquanto foi resolver umas coisas ai que eu não sei o que é. Era urgente? — Estranhou a voz falha do loiro.

— Eu queria saber se ela poderia vir me buscar, é que eu peguei um ônibus errado... Mas não tem problema.

— Se você quiser, eu posso falar à ela quando chegar. Só me diga onde está. — Minho tomava um papel e uma caneta em mãos, pronto para anotar o endereço passado, óbvio que para si mesmo.

My Sister's Fiance ; MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora