7 - Meu mundo desmoronou.

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Sinto uma leve brisa de vento gelado em meu rosto, e logo em seguida começo a sentir pequenas gotículas de água

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Sinto uma leve brisa de vento gelado em meu rosto, e logo em seguida começo a sentir pequenas gotículas de água. Com certeza estava começando a garoar, e a ideia de que eu precisava levantar apenas para fechar a janela do quarto me irritava bastante.

Quando se é pobre e mora no Rio de Janeiro você precisa entender uma coisa, provavelmente não vai ter acesso a um ar condicionado em casa, apenas a um ventilador velho e barulhento e se tiver sorte, um bom. Por isso, nada melhor do que dormir de janela aberta… Tirando os bichos que podem entrar no seu quarto, chuva e frio, nada pode dar errado. Agora estou aqui, pensando em mil coisas antes de fechar a janela.

Não deixo de notar que o sol já nasceu, então me estresso novamente quando pego o celular e tenho a certeza de que faltam vinte minutos para o despertador tocar. Nada, repito… Nada, deixa o sem humano mais furioso do que perder vinte minutos de sono na parte da manhã. O pior de tudo nem é o fato de acordar, e sim o fato de se virar para o lado e não ter sono para voltar a dormir.

Aproveito minha vantagem do banheiro, já que aqui na casa da Ka, só tem um banheiro.

Deixo a água invadir todo o meu ser e entro em transe por alguns minutos. Nesses momentos eu realmente tinha vontade de pegar uma tesoura e cortar todo o cabelo da minha cabeça. Meu Deus do céu, como lavar o cabelo é insuportável.

Hoje não é um bom dia, algo não está certo comigo. Continuando finalizando o banho e quando encaro minhas próprias pernas, surpresa… Uma enxurrada de sangue escorriam por lá, aí estava o motivo do meu stress.

Termino de me limpar e me seco, visto a minha roupa de antes e com passos cuidadosos vou até o quarto de Karen. Descobri que ainda não havia menstruado aqui, então não tenho nenhum absorvente.

Com passos cuidadosos, eu abro a porta e vou até a cama dela, começo a sacudir seu corpo de uma forma leve que não a assustasse, mas o suficiente para que ela acordasse.

— Amiga?

— Oi. — Ela grunhe enquanto abre os olhos remelados.

— Pode me emprestar um absorvente? — Não tenho motivos para cerimônia com ela, essa garota sabe até da quantidade de pelos que tem no meu corpo.

— Tem na segunda gaveta do banheiro. — Nesse instante percebo que o despertador dela toca.

Confirmo com a cabeça e dou meia volta para o lado da porta, mas ela me chama pedindo para voltar.

— Acho que acabei fazendo uma besteira ontem…

— O que tu fez? — Já me preparo para o pior.

— Beijei o Pedro, Mari.

— Ah! Que orgulho da minha menina. — Começo a explodir de felicidade.

— Por que você está feliz com isso? — Karen cruza as pernas emburrada na cama.

— Você que precisa me dizer porque eu não deveria estar…

Doce Juventude - [Em Andamento]Onde histórias criam vida. Descubra agora