Mariana Ferraz, é uma jovem de humilde origem que nasceu no subúrbio do Rio de janeiro, quando fez treze anos sua vida virou completamente de cabeça para baixo com um acontecimento que a tornou solitária e em uma situação um tanto quanto cruel para...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Quando o despertador tocou com aquele barulho insuportável me acordando, decidi que simplesmente não iria para escola. Havia tantas coisas para arrumar em casa e eu estava cansada, resolvi tirar esse dia para mim.
Nesses dias eu costumava dormir até um pouco mais tarde para acordar com uma disposição maior e conseguir arrumar a casa que não era muito grande.
Então desliguei o meu despertador, virei para o lado e voltei a dormir. Por volta das onze da manhã, saltei da cama assustada ao escutar batidas desordenadas e fortes na velha porta de ferro.
— Acorda! Agora! — Pude escutar a voz de minha irmã, ela estava gritando muito brava. — Você acha que vai fugir de mim? — Continuava batendo.
Me levanto com os cabelos embaraçados, o olho colado por remelas e a saliva que escorreu por minha boca durante a noite. Calço meu chinelo e corro até a porta assustada.
— Que merda está acontecendo aqui? — Rodo a chave deixando Carolina entrar.
— Onde você está com a cabeça Mariana? — Vociferou quase me agredindo.
— Pode me explicar o que aconteceu? Não estou entendendo o seu alvoroço dentro da minha casa!
— Agora vai se fazer de desentendida? — Perguntou brava. — Acho que você esqueceu de alguma coisa ontem! — Apontou para seu filho que se escondia atrás da porta. — Eu te pago para ficar com meu filho e o nosso trato seria que você buscaria ele na creche todos os dias! Ta de sacanagem, porra?
Naquele instante, uma luz em minha mente se acendeu, e então eu dei a razão para ela.
— Meu Deus do céu! Eu me esqueci completamente.
— Esqueceu, porra? — Gritou. — O pior é eu ter que parar de fazer tudo pois a "Babá" esqueceu o meu filho na creche.
— Me perdoe! — Tento me aproximar.
— Não encosta em mim! — Virou as costas.
— Fica tranquila, isso não vai se repetir novamente. — Por mais que o salário que ela me pagava era uma mixaria, eu sabia que precisava daquilo para sobreviver.
— Não, não vai se repetir mesmo! Vou arrumar outra pessoa para ficar com ele! — Deu as costas me deixando falando sozinha.
— Não, pelo amor que você tem a Deus! Eu preciso dessa grana...
— Se você precisava, por que não levou a sério?
— Foi um acidente! Você por acaso já me perguntou o motivo desse atraso? Eu estava no hospital porque me machuquei! — Minha raiva em meio a ódio e tristeza tomam conta de mim. — Qual foi a última vez que você se importou comigo para falar a verdade, né?
— Não me importa! Era pra ter me ligado! — Rebateu o grito apontando o dedo na minha cara.
— Me perdoa! Eu imploro! — A primeira lágrima escorreu do meu rosto, e daí pra frente eu já sabia que não pararia.