Desencontro

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O álcool, de certa forma, mexe com nossas estruturas e na maioria dos casos nos encoraja a fazer coisas que em sã consciência não faríamos. O beijo que começou calmo, evoluiu para algo mais feroz, carregado de volúpia. Tomada pelo desejo momentâneo, carnal, a empresária sentou-se no colo do arquiteto sem descolar as bocas uma da outra.



— Germano? É você que tá aí? - Clarisse falou em alto tom enquanto descia as escadas rumo a cozinha. Com o susto, o arquiteto tirou Lili de seu colo, ainda meio desnorteada e levemente alcoolizada ela deitou no chão rindo. — O que aconteceu gente?



— Lili escorregou e caiu no chão. - segurou-se para não rir. — Estava tentando ajudar ela a levantar. - ele permanecia de ajoelhado perto da empresária.



— Você tá bem? - Clarisse questionou observando que Lili estava com a mão na cabeça.



— Sim, obrigada. - gargalhou novamente.



— E por que você está sem camisa, em? - estranhou olhando para o irmão.



— Derramei vinho nela. - mentiu.



— Vocês estão bêbados?



— Não! - os dois responderam juntos e começaram a rir.



— Quantas garrafas de vinho vocês tomaram? - Clarisse analisou o ambiente.



— Uma no restaurante e duas aqui. Por que? Você tem alguma garrafa aí? - Germano brincou.



— Haja fígado, meu filho! - Lili comentou divertida.



— Vamos! Vamos! - Clarisse ordenou impaciente. — Os dois para o banho e cama, amanhã a gente trabalha.



— Calma aí, Cla! - o arquiteto falou sentando novamente no chão.



— Principalmente você, Germano, que fica insuportável de ressaca. Anda! Levanta! - puxou o irmão.



— Vamos, Lili! - o arquiteto puxou a empresária.



— Estou exausta.



— Quer que eu te leve no colo, patricinha do Leblon? - debochou.



— O filhinho de papai aqui é você. - gargalhou.



— Ai gente, deixem para namorar amanhã. Vamos! - empurrou o irmão com a mão esquerda e puxou Lili com a mão direita.



Os três subiram as escadas e foram para seus respectivos quartos. Após um banho relaxante tanto Lili, quanto Germano, deitaram-se e não se demoraram a dormir, pois além de estarem bêbados, estavam cansados.



Em decorrência do porre, o arquiteto não conseguiu levantar em seu horário comum, às cinco da manhã e dormiu até quase sete e meia quando Clarisse começou a ligar para ele descer para tomar café, pois ainda tinham muito trabalho pela frente. Ao levantar, tomou um banho rápido e desceu em direção a cozinha.



— Bom dia, príncipe! - a irmã comentou irônica.



— Oi, Clarisse! - respondeu com a voz rouca.



— Vai me dizer o que rolou ontem?



— Não. - coçou a barba. — Esse café tá amargo? - cheirou o líquido que estava na jarra.



— Igual você.



— Obrigado pela parte que me toca. - pegou uma xícara no armário. — Não precisa ficar com ciúmes, é só amizade.



Amor a segunda vistaOnde histórias criam vida. Descubra agora