Casa

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A empresária ainda estava estarrecida com a revelação que acabara de ouvir. Se o fazendeiro havia ouvido seus sons de prazer, provavelmente tinha comentado com a esposa e os dois já tinham criado um estereótipo da mesma. Isso tudo foi o que passou pela cabeça da loira em menos de um minuto.



— Relaxa, Lili. - deu de ombros dando um passo para frente, mas logo sentiu a mão dela no mesmo o parando.



— Como relaxa? - o encarou. — O que será que eles estão pensando de mim, em? - pôs as mãos na  cintura.



— Que você tem uma vida sexual ativa? - induziu uma resposta.



— Germano, é serio.



— Lili continua fazendo a maluca e agindo como se nada tivesse acontecido. - continuou pelo caminho de pedras no chão que levava até o chuveirão próximo a piscina.



— Mas não é possível que o seu pai tenha escutado tudo. Me recuso a acreditar que ele tenha ouvido biônico. - cruzou os braços e ergueu as sobrancelhas.



— Que nada, ele deve ter escutado só o começo... - chegaram próximo ao espaço do chuveirão.  — E fica se fazendo de pão. Relaxa, Lili! - deu uma piscadela e correu para de baixo de um dos chuveiros. — Nossa, Sosô... - chamou a atenção da filha. — Você tá fedendo. - implicou.



— Claro, você me sujou inteira! - abriu os braços mostrando a roupa. — Meu cabelo estava tão cheiroso e hidratado.



— Já dizia o Raça Negra: Cheia de mania, toda dengosa... - cantou enquanto fazia som com as mãos, batendo uma na outra tentando formar a melodia do pagode antigo.



— Menina bonita... - a menina piscou para o mais velho.



— Sabe que é gostosa... - Lili completou entrando de baixo do chuveiro junto a Sofia.



— Ô se sabe! - o arquiteto flertou piscando para a empresária e soltou uma gargalhada logo em seguida.



Os três continuaram a tirar a lama de seus corpos, enquanto faziam brincadeiras. Eles transformaram o espaço do chuveirão em um karaokê improvisado usando os frascos de shampoo, condicionador e sabonete, que Olívia havia levado para eles. Sofia foi alvo dos ataques de cócegas de Germano e Lili.



De longe, Bernardo e a esposa observavam tudo, ambos foram tomados por uma alegria enorme. Estavam todos felizes e com os corações quentinhos, Lili havia chegado a tão pouco tempo na vida da família Monteiro e já era tão especial, que se alguém a ofendesse na frente dos pais de Germano, eles tomariam a dor para si e a defenderiam com garra. Ela estava trazendo alegria aos seus e aquilo para eles, valia tudo.



Após o momento no chuveirão, os três retornaram para dentro de casa e foram se trocar. Logo que desceram, Germano foi para churrasqueira, junto com Bernardo, assar as peças de carne, calabresa e o pães de alho que o fazendeiro havia preparado, enquanto Lili e Sofia foram para a cozinha com Olívia para juntas, fazerem um mousse de maracujá.



Logo o almoço estava completamente pronto e todos sentaram ao redor da mesa para degustar do churrasco. Lili não sabia explicar, mas a sensação de estar em casa era gigantesca. Ela sentia o carinho dos pais de Germano estendido a ela. Eles estavam cuidando muito bem dela e sem contar no clima positivo que cercava aquela família. Eles poderiam ser considerados malucos por outros que os visse de fora e não os conhece, mas quem estava por perto sabia que aquilo era resultado de muito amor, harmonia e o principal, espírito de bom humor elevado. Com os Monteiro não tinha tempo ruim, apesar de toda a condição financeira que tinham, o dinheiro nunca foi prioridade na vida deles, mas sim consequência de amor ao trabalho e uma boa gestão do tempo com a família. Para a empresária, estava sendo incrível apreciar aquilo. A humildade era a base fundamental do caráter deles.



Amor a segunda vistaOnde histórias criam vida. Descubra agora