Briga

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O nervosismo que lhe acometera naquele pequeno espaço de tempo em que ele recebeu a notícia, foi suficiente para o fazer suar frio e sentir suas pernas fraquejarem.



— Ei, cara! - Alfredo tocou os ombros dele. — Você está bem?



— Seu Germano? - Euzébia ainda estava na linha.



— Cuide dela, por favor. Irei pegar o primeiro avião para o Rio. - afirmou e desligou.



— O que aconteceu? - o empresário questionou preocupado.



— Minha filha teve uma crise de asma grave. - o arquiteto estava ofegante.



— Calma! - o parou no momento em que ele iria sair.



— Me desculpa, cara, mas minha filha é prioridade na minha vida. - tentou o empurrar para o lado, mas foi em vão.



Aquela atitude chamou a atenção de Lili que caminhava em direção a tenda junto com a cunhada.



— Espera, Germano! - Alfredo falou ao discar um número em seu celular. O arquiteto estava começando a ficar impaciente, pelo fato do empresário não o deixar sair dali. — Anderson, prepara o jatinho. Viagem emergencial para o Rio de Janeiro. - ele falava com o  piloto.



— Cara, não precisa. - Germano tentou conte-lo.



— Saída em no máximo trinta minutos. - continuou a dar as ordens. — Já chegamos no hangar. - desligou. — Vamos.



— Vamos para onde? - Lili interrompeu o irmão. — Por que você está pálido desse jeito? - a empresária se aproximou do arquiteto e tocou seu rosto.



— O que está acontecendo? - Júlia perguntou e enlaçou o braço ao do marido.



— Alice não deu os medicamentos de asma para a Sofia e ela teve uma crise grave. - praticamente sussurrou. — Ela foi para emergência.



— Eu pedi ao Anderson para preparar o jatinho e a saída é daqui a vinte e nove minutos. Você tem que ir logo. - Alfredo advertiu.



— Eu vou com você. - Lili tocou a mão dele e entrelaçou a dela, a apertando na tentativa de lhe passar conforto. — Vamos! - o puxou na direção do carro. O motorista estava do lado de fora.



— Obrigado, Alfredo! - Germano o olhou antes de adentrar o veículo.



— Disponha! Nos dê notícia.



— Lili! - Júlia chamou a atenção da cunhada antes que ela entrasse no carro. O arquiteto já estava no banco do passageiro, a esperando. — Não deixa ele se alterar com a mãe dela, para não dar margem no processo. Fica de olho em tudo, preciso do máximo de provas possíveis para alegar contra essa boneca de vodu. Ok? - a viu assentir. — Não perca nenhum vacilo dela. Preciso saber de tudo.



— Pode deixar. - deu um abraço rápido na advogada.



— Boa sorte, Germano! - acenou para o homem que apenas assentiu. Lili entrou no veículo, fechou a porta do carro e autorizou a partida.



— Vai ficar tudo bem! - a empresária falou ao puxar o homem para seu colo e acarinhar suas costas.



Seguindo ordens da patroa, o motorista passou pela casa deles e rapidamente eles amontoaram algumas roupas, documentos e aparelhos eletrônicos em suas respectivas malas. Eram quase nove e meia da manhã, o trânsito estava levemente favorável, então eles conseguiram concluir o trajeto até o hangar, chegando com  quase seis minutos de atraso.



Amor a segunda vistaOnde histórias criam vida. Descubra agora