O arquiteto olhou por cima dos ombros para trás e ao perceber do que se tratava, continuou a tomar seu café e esperou que os demais se juntassem a ele.
— Bom dia, seu panaca! - Bernardo chegou por trás do filho e lhe deu uma tapa leve na nuca.
— Ai! - reclamou passando a mão onde o homem bateu. — Bom dia, pai! - observou o mais velho sentar.
— Bom dia, meu filho. - Olívia beijou a cabeça do filho e sentou ao seu lado.
— Como foi a viagem? - Germano questionou.
— Boa! - Bernardo respondeu enquanto servia uma xícara com café. — O Dantas é um ótimo motorista. - referiu-se ao seu funcionário.
— É claro que ele é ótimo. Foi indicação minha. - Euzébia comentou de relance.
— Temos novidades, minha querida? - Olívia olhou para a governanta.
— Muitas fofocas.
— Eu quero saber também. - o mais velho chamou a atenção para ele.
— Que fofocas, em dona Euzébia? - Germano baixou o jornal que analisava e olhou para a mulher.
— Também quero saber. - foi a vez de Sofia.
— É coisa minha e da Euzébia, seus xereteiros. - Olívia respondeu e logo mordeu uma fatia de pão com queijo.
— Ainda bem que eu sou seu marido e você me conta tudo. - Bernardo tentou se gabar, mas levou os presentes na mesa a gargalharem. — O que foi? Eu sou alguma piada? - olhou para todos ali. — Olívia, você me conta as coisas, né?
— Confia! - Germano tomou o restante de café que havia em sua xícara e se levantou. — Preciso ir no escritório, família. Volto para o almoço! - virou-se para sair, mas a mãe o chamou.
— Traga a sua namorada para almoçar conosco. - pediu de forma irônica.
— Dona Euzébia...
— Não fui eu que contei. - a governanta levantou as mãos.
— Quem contou para vocês? - o arquiteto pôs as mãos na cintura e encarou os pais, que estavam sentados lado a lado. — Ah... - moveu a cabeça em negação. — Foi a fofoqueira da Clarisse.
— Todos são fofoqueiros nessa família, nem os funcionários escapam. - Sofia comentou sutilmente e finalizou seu suco.
— Por que a indignação, Germano? Não era para nós sabermos? - Bernardo questionou.
— Era, mas na hora certa.
— Ai, tanto faz. Você desencalhou e está com uma mulher bonita, destemida e inteligente, isso é motivo de festa. - Olívia falou. — Vai trazer ela ou não?
— Vou falar com ela. A agenda da Lili estava cheia hoje.
— Se não der no almoço, chame para o jantar. Estou com saudades da minha norinha. - a mais velha deu um sorrisinho.
— Meu Deus... - o arquiteto passou a mão no rosto. — Ainda bem que ela já conhece vocês.
— Para de frescura, Germano. Avise-a que queremos vê-la. - Bernardo praticamente ordenou. — E você, não vai para a escola? - observou a neta que já estava trajada com seu uniforme.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Amor a segunda vista
RomanceO dedicado arquiteto Germano Monteiro vai trabalhar para a empresária Liliane de Bocaiúva, como parte de um acordo para construção do novo prédio da Bastille. Em um âmbito de obras e grandes negociações, onde todos estão focados em suas próprias amb...