Pedido diferente

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Após a conversa com a cunhada, a empresária retornou para a sala de espera e sentou ao lado da governanta. As duas iniciaram uma conversa sobre os últimos acontecimentos.



— Então quer dizer que ela ligou para ameaçar o seu Germano?



— Sim. - Lili assentiu e cruzou as pernas. — Ele ficou super mal e eu juro para senhora que se aquela boneca de vodu aparecesse na minha frente naquele dia, eu teria feito picadinho dela só pela forma que o Germano ficou depois de ter falado com ela.



— Ela sempre foi insuportável. - Euzébia confessou. — Eu odiava quando o seu Germano saia para trabalhar, porque ela ficava me humilhando.



— Nossa, dona Euzébia, e a senhora nunca falou isso para ele?



— Ah, dona Lili! - a  governanta suspirou. — Seu Germano já tinha tanto problema com ela e ainda tinha que ter cabeça para cuidar da Sosô, então eu preferi me calar e aguentar.



— Essa mulher vai colher tudo que plantou, minha querida! - tocou as mãos da mais velha e a apertou.



— Vai sim! - sorriu. — Dona Lili, a senhora vai se ocupar agora?



— Não. Eu tinha alguns compromissos da empresa por vídeo conferencia, mas cancelei tudo. - a olhou. — Por quê?



— Eu queria ir em casa fazer uma mala para o seu Germano e para a Sofia, mas não queria deixa-los.



— Eu fico aqui, sem problema nenhum. - sorriu cortês. — Pode ir tranquila!



— A senhora é um anjo! - abraçou a loira. — Se não for incomodo, eu posso pedir só mais um favor? - levantou-se.



— Claro!



— Faça o senhor teimoso comer alguma coisa. - referiu-se a Germano. — Quando ele fica muito preocupado, ele não come.



— Ah, pode deixar comigo. Ele vai comer. - afirmou convicta.



— Tá bom, então eu já vou indo. - deu mais um abraço na empresária. — Volto logo!



— Até já! - jogou um beijo para a governanta e pegou seu celular. Ia aproveitar o tempo livre para responder alguns e-mails importantes e algumas mensagens de sua secretária.



Lili passou longos minutos com a visão focada na tela do aparelho, até que um barulho da porta se abrindo e sendo fechada logo em seguida a chamou atenção. Germano havia voltado da sala de internação da filha.



— Oi! - sorriu para o arquiteto, que sentou ao seu lado. — Como foi lá?



— Difícil. - suspirou. — Ver uma criança de onze anos cheia de fios atrelado ao seu corpo e um aparelho respiratório a mantendo, não é fácil. - a olhou e seus olhos marejaram. — É a primeira vez que Sofia teve uma crise e eu não estava com ela, ainda por cima a crise foi grau quatro. Estou me sentindo culpado. - coçou a barba. — Se eu estivesse aqui, ela não teria esquecido a bombinha em casa e por conta da viagem, eu também me esqueci completamente de pergunta-la sobre os remédios. Se ela estava os tomando.



— Meu bem, nós não podemos controlar tudo. - tocou o rosto dele. — O que aconteceu foi uma infelicidade, derivada da falta de responsabilidade da mãe dela. Você não teve culpa. O importante é que você está aqui, agora, para a Sofia. - abriu seus braços e ele deitou a cabeça no ombro dela. — Eu nunca passei por uma situação dessas, mas imagino que seja difícil. - acarinhou as costas dele. — Mas ela vai ficar bem e vai sair ainda mais forte dessa.



Amor a segunda vistaOnde histórias criam vida. Descubra agora