Única saída

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O arquiteto olhava para a tela do iPad, inconformado com aquela situação. A ex esposa havia ido embora do Brasil logo após a separação deles, sempre que retornava ao país ela entrava em contato primeiramente com ele e não com a filha do casal.



— Por que ela não me avisou?



— Calma pai!



— Eu estou calmo. Só quero saber o porque dela não ter me avisado primeiro.



— Ah... não sei pai. - a menina deu de ombros. — Ela só disse que vem passar uns dias comigo.



— Ok... - suspirou. Não teria aquela conversa com a filha. — Filhota, já está ficando tarde, melhor você ir dormir, que amanhã tem escola. Um beijo! Te amo!



— Te amo, papai! Um beijo. - desligou.



— Germaninho. - Clarisse adentrou o quarto brincando com o irmão.



— Oi, Cla. - respondeu, ainda chateado com a ex esposa.



— Nossa, o que rolou? - questionou ao sentar na ponta da cama.



— Alice está vindo para o Brasil e não me informou. Sinto que ela está querendo tirar a Sofia de mim aos poucos. - colocou o iPad sobre a mesinha ao lado da cama.



— Por que você está achando isso?



— Há alguns meses a Sofia anda com uma história de que quer passar um tempo com a mãe no exterior. Conversa direto com ela e mal comenta comigo o que fala com a Alice. - suspirou. — Estou preocupado!



— Calma, maninho. - alisou a perna dele tentando passar conforto.



— Eu tenho medo dela induzir a Sosô a querer ir embora com ela. - coçou a barba. — Se isso acontecer, eu serei obrigado a ir para justiça. Eu nunca quis colocar a Sofia na posição de ter que escolher entre mim ou a mãe, mas terei que fazer isso se a Alice tentar algo.



— Você sabe que estou com você, sempre. - aproximou-se do irmão que estava encostado na cabeceira da cama. — Mas a Sofia é uma menina inteligente e isso não vai acontecer. Até porque ela tem ciência da mãe que tem. Alice é irresponsável e vive uma vida completamente desregrada, não tem condições de ter a guarda de uma criança.



— Exato.



— Fica tranquilo, maninho. Vai dar tudo certo. - apertou a mão dele que sorriu com o apoio da irmã. Eles sempre foram muito cúmplices, desde pequenos. — Mas mudando de assunto, me conta a verdade sobre o seu almoço com a Lili.



— Não aconteceu nada demais, Cla. - pegou o celular para mexer, mas a irmã tirou o aparelho da mão dele.



— Conta, agora!



— Nós almoçamos, conversamos e no final o ex dela apareceu no restaurante, eu fingi que era namorado dela e ela me pagou dois vinhos por isso.



— Tá brincando com a minha cara? - a engenheira gargalhou alto.



— Juro pela minha vida.



— A amizade já chegou nesse nível?



— Ah, a gente conversou sobre várias coisas e estreitamos os laços. Só isso. - deu de ombros. — Aliás, a história dela é muito bonita.



— Sim, é. - assentiu. — Estou vendo que alguém está interessado na baixinha.



— Não mesmo, Cla. Ela é legal e só isso.



Amor a segunda vistaOnde histórias criam vida. Descubra agora