Amizade

268 30 1
                                    

O beijo durou pouco mais de quinze segundos. O corpo a corpo. O unir das bocas. O toque. A junção dessas coisas fora suficiente para destravar a intimidade que faltava entre o arquiteto e a empresária que se conheciam a praticamente uma semana e meia.



— Você me deve mais uma. - comentou ao parar o beijo.



— Germano, você não quer que eu te dê uma adega logo? - o olhou ainda meio sem jeito por conta do beijo.



— Gosto dessa ideia. - ironizou. — Não precisa ficar acanhada por conta do beijo. - a olhou nos olhos. — É um teatro, certo?



— Com certeza. Quanto ao "acanhada"... - fez sinal de aspas. — Eu estou bem.



— Seus olhos se comprimiram e suas bochechas ficaram rosadas, você ficou assim no dia que caiu de bicicleta na minha frente.



— Você observou isso? - questionou incrédula.



— Eu observo tudo. - deu uma piscadela para ela.



— Hum. - deu de ombros vendo que ele olhava incessantemente para um quadro. — O que tanto olha?



— Um quadro que me lembrou a minha filha. - colocou as mãos no bolso. No quadro, havia uma fotografia de várias câmeras, desde modelos antigos até os mais novos em cima de uma mesa preta. Arte minimalista. — Ela adora fotografar. Em seu aniversário de dez anos, eu a dei uma câmera. - sorriu lembrando-se da reação da menina ao ver o objeto.



— Que incrível! Eu também adoro fotografia. É um dos meus hobbies favoritos.



— Você e a Sosô tem muito em comum. - olhou para a empresária.



— Um dia quero conhece-la.



— Em breve. - piscou para ela. — Vou levar esse quadro. - fez um sinal com as mãos e chamou Rafael, que não demorou a se aproximar dos dois.



— Pois, não?



— Vou levar esse. - o arquiteto falou apontando para o quadro.



— Certo! Você pode vir comigo? - olhou para o homem. — Preciso da sua assinatura no certificado de autenticidade.



— Vamos! - Germano tocou as costas de Lili e lhe deu uma beijo na bochecha. — Volto já! - sussurrou e acompanhou o fotógrafo até a mesa onde estava a documentação. Após formalizar o pagamento, local de entrega e o certificado, ele retornou para onde a empresária estava. — Podemos ir embora? Estou cansado e com fome.



— Claro. - sorriu.



— Vamos nos despedir e assim partimos. Ok? - deu seu braço direito para que ela segurasse.



— Ok! - assentiu e assim os dois foram até Rafael e Leila, despediram-se e foram para o carro. — Vamos comer pizza? Por favor! - sugeriu enquanto andavam pelo estacionamento.



— Carboidrato pesado demais para esse horário. - olhou o relógio em seu pulso, eram quase dez horas da noite.



— Qual é, Germano? - parou em frente a ele. — Só essa vez.



— Não sei, Lili... - coçou a barba.



— Por favorzinho! - uniu as mãos como se fizesse uma prece. — Você tem sido um amigo tão legal, vai querer ser chato agora?



Amor a segunda vistaOnde histórias criam vida. Descubra agora