Aparências

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O arquiteto encarou a namorada e assentiu. Ele não fazia ideia do que ela falaria, mas manteve-se calmo e aguardou.



— Germano, eu gosto muito de você, tá? - a voz estava levemente arrastada por conta da embriaguez.



— Eu sei. - sorriu e levou as duas mãos até o rosto dela, o segurando e acarinhando com seus polegares.



— Não disse que te amo ainda, porque acho que amor deve ser construído e estamos construindo o nosso, né?



— Fica tranquila. Penso da mesma forma que você.



— Mesmo achando que você não me merece, eu quero fazer isso dar certo. - seus olhos marejaram.



— Por que você está falando isso? - questionou de maneira suave.



— Porque você é bom e eu sou má. - fez bico.



— Amor, acho que você está cansada. Bebeu demais hoje, vamos deitar? - acarinhou os cabelos dela.



— Minha cabeça tá explodindo. - confessou.



— Melhor você tomar banho, um remédio e deitar. Vamos? - estendeu a mão para ela.



— Uhum! - a culpa estava corroendo o coração de Lili e seus pensamentos. Ela deu a mão para o namorado e os dois subiram em direção ao quarto dela.



Após tomarem um banho rápido, a loira vestiu uma camisa do arquiteto, tomou um antibiótico e se deitou. Germano logo se juntou a ela e os dois dormiram.



Por conta de todos estarem de ressaca eles acabaram por acordar mais tarde que o normal, era por volta das dez da manhã quando o arquiteto se levantou, fez suas higienes matinais e saiu do quarto deixando a namorada dormindo.



— Bom dia meu filho lindo! - Bernardo falou animado dando um susto no homem.



— Quê isso, pai! - pôs a mão sobre o peito. — Acordou alegrinho, né? - questionou franzindo o cenho. — Passarinho cantou essa madrugada? - gargalhou.



— Não só cantou, como deu um show! - respondeu dando uma piscadela.



— Viagra dando dias de glória para o seu Bernardo! - deu um tapa leve no ombro do pai e riu.



— Germano, você é ridículo! - revirou os olhos.



— Te amo, pai! - deu um beijo na bochecha do mais velho e seguiu rumo a escada sendo seguido pelo homem.



— E você? Como foi a madrugada? Você está com uma cara cansada. - evidenciou ao observar.



— Passarinho não cantou para mim não. - respondeu com bom humor. — Na verdade, estou preocupado. - confessou assim que terminaram de descer os degraus.



— Aconteceu algo? - a dupla seguiu para a mesa onde o café da manhã estava servido.



—  Lili veio com um  papo muito estranho ontem de não me merecer, mas que queria que déssemos certo. - puxou a cadeira e se sentou. O pai do arquiteto fez o mesmo. — Reclamou também que estava com uma dor de cabeça fortíssima. Eu sei que ela estava porre, mas fiquei reflexivo.



— Entendi. - serviu uma xícara com café. — Filho, conversa com ela hoje e questiona o porque dessas falas de ontem. Simples.



Amor a segunda vistaOnde histórias criam vida. Descubra agora