A empresária olhou para o visor do aparelho e logo desviou seu olhar para observar o arquiteto dar uma piscadela para ela e adentrar o interior da casa, a deixando a vontade para falar no celular.
— Oi, Alfredo. - atendeu.
— Ei pirralha, você tá aonde? - o empresário observava a esposa na piscina enquanto falava com a irmã, deitado em uma espreguiçadeira. — Achei que viria para Angra, ficar conosco.
— Eu vim para fazenda de uns amigos em Teresópolis. - tomou um gole de água.
— Valei-me, desde quando você tem amigos que tem fazenda em Teresópolis? - coçou a barba. — Achei que era só o pessoal de Barretos e os de Goiás.
— Pois, é. Tenho amigos com fazenda em Teresópolis também. - respondeu ligeiramente.
— Tá doidinha para desligar, né?
— Nossa, como você adivinhou? - debochou.
— Você é muito ingrata sabia, só liguei para saber se você estava viva e pelo visto tá bem viva e insuportável.
— Deixa sua irmã curtir a vida em paz, Alfredo! - Julia gritou ao sair da piscina.
— Um beijo para a melhor cu do mundo. - Lili alterou o tom de voz para que a mulher escutasse.
— E única. - tomou o celular da mão do marido. — Como está?
— Melhor impossível.
— Tá com voz de quem andou transando. - a mulher comentou após pegar um martini e sorver o líquido.
— Acontece, né... - levantou-se rindo. — Tem que aproveitar as oportunidades.
— Bichinha safada. - a cunhada comentou gargalhando. — Aproveita! Te vejo segunda.
— Até, linda! - desligou e adentrou a casa a procura de Germano e se deparou com uma das cenas mais bonitas que ela já viu.
Sofia cochilava, a cabeça da menina estava sobre a coxa do pai, enquanto ele fazia cafuné nela. Em silêncio a empresária chegou ao ambiente e em silêncio ela permaneceu, até que o arquiteto sentiu a presença dela e sorriu para a mesma. Com cautela, ele ajeitou a filha de modo confortável no sofá e caminhou até Lili.
— E ai? Deu tudo certo? - sussurrou referindo-se a ligação.
— Uhum!
— Ainda quer ir na cachoeira ou nem? - deitou levemente o pescoço para o lado direito.
— Quero sim!
— Então vamos. - pegou na mão dela e os dois saíram juntos até a área externa.
Germano retirou o quadriciclo da garagem, a empresária subiu no veículo e o arquiteto deu partida rumo a trilha que levava a cachoeira. O caminho foi feito de forma tranquila, os dois conversavam amenidades, enquanto apreciavam a imensidão de mata verde com gados espalhados por todo o pasto.
Para acessar a cachoeira, eles precisariam adentrar o matagal. Como Germano tinha habilidade com o quadriciclo, Lili apenas o abraçou fortemente enquanto ele passava por dentro de algumas valas. Uma verdadeira aventura, recheada de gargalhadas e alguns gritos da empresária, consequência dos sustos que o arquiteto dava nela.
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Amor a segunda vista
RomanceO dedicado arquiteto Germano Monteiro vai trabalhar para a empresária Liliane de Bocaiúva, como parte de um acordo para construção do novo prédio da Bastille. Em um âmbito de obras e grandes negociações, onde todos estão focados em suas próprias amb...