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Estava terminando de pentear meus cabelos pretos como a noite e encaracolados para fazer uma trança viking que minha melhor amiga Laila me ensinou há fazer quando escuto batidas na porta de meu quarto.

-Entre....-Eu digo e escuto a porta ser aberta revelando Benta toda sorridente.

-Menina Cecília vossa mãe pediu para vim chamar vosuncê para o café da manhã.Bá diz sorrindo e seu rosto e tomado pelo espanto quando ela passa seus olhos pelo quarto.

-Já estou indo Bá....só estou terminando de arrumar meus cabelos.Eu falo e a mesma me olha.

-Menina vosuncê arrumo todo o quarto.Ela diz me olhando espantada.

-Para isso aquele internato me serviu....as freiras nos ensinaram a fazer algumas coisas domesticas úteis que ao meu ver toda a sociedade deveria aprender.Eu falo me levantando da cadeira que ficava de frente para minha penteadeira e me afastando um pouco do espelho para olhar meu reflexo.

Meus olhos azuis que acabei puxando de minha mãe estavam mais escuros e meus olhos são um pouco puxados,minha boca não é muito carnuda e estava rosada junto com minhas bochechas,meu nariz é fino e arrebitado....e minha pele é bem branca feito leite e tinha que admitir com o passar dos anos ganhei corpo e minhas curvas ficaram bem acentuadas.

E eu aliso um pouco a barra do meu vestido vermelho florido e com as rendas pretas que estavam um pouco amassadas por ficarem guardadas por três dias em minha mala,suas mangas iam até meus cotovelos,sua saia era balão e o decote do vestido realçava muito bem meus seios.

Eu tinha que admitir que me tornei uma bela mulher....

-Mai menina Cecília o sinhô Barão vai ficar furioso se soube que vosuncê arrumo seu quarto,e não repita mai essas coisas menina,vosuncê sabe como seu pai fica quando ouve essas coisas.Bá diz vindo até mim e me segurando pelos ombros e eu lhe dou um sorriso fraco.

-Eu não me importo Bá sei que prometi a senhora minha mãe que não iria mais desafiar meu pai mas não irei fechar os olhos para tudo que ele fizer.Eu falo olhando para o chão e Bá Benta levanta meu rosto me fazendo olhar para a mesma.

-Minha fia não ralhe mais com o sinhô Barão por nois preto isso só vai traze mai problema pra sinhazinha.Ela diz e eu nego.

-Mas minha Bá isso não é justo todos vocês são seres humanos e vosmecês deveriam ser tratados como tal e não como animais.Eu falo e Bá respira fundo e volta há me olhar.

-Cecília muitos pretos acabam de baixo de sete parmos de terra por não aceita o próprio destino e teimam em fugi e afronta o sinhô e dá no que dá,a vida é assim e não vai muda e isso serve pra vosuncê tamem,aceita teu destino menina antes que sofra e entenda de uma vez Deus não dá um fardo maior do que a gente possa carregar e se nosso sinhô quis assim e se os planos dele pra nois preto for essa vida de sofrimento e dor só poderemos ter paciência e aceita.Bá Benta diz e eu sinto uma lágrima solitária escorrer por meu rosto.

-Sei que estou reclamando de barriga cheia e que meus problemas não chegam nem aos pés dos seus mas Bá eu não sirvo para ser senhora do lar e nunca servirei,vosmecê me criou e me conhece como ninguém e sabe que eu nunca consegui controlar minha língua e estou sempre querendo expor meus ideais e minhas ideias e meu pai está querendo me casar com o primeiro rapazote que aparecer por aquela porta,eu não quero me casar por interesse mas sim por amor Bá e Deus com toda certeza do mundo jamais deixaria vosmecês sofrerem assim ele já deu o seu próprio filho para pagar por todos os nossos pecados,são os seres humanos que não evoluem que a cada dois passos adiante retrocessão três passos e eu vou lutar com todas as minhas forças pra isso mudar.Eu falo enxugando a lágrima que escorreu por meu rosto e sorrindo e Bá me olha receosa e dá um beijo em minha testa e me abraça em seguida.

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