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  -Por modo de que vosmecês estão me olhando com essa cara parece até que estamos em um velório....-Eu digo intercalando o olhar entre minha mãe que estava chorosa e meu pai parecia apoquentado com algo,e estavam a minha frente enquanto estava sentada na cadeira da sala e observando que Graça e Lorenzo estavam num canto mais afastados.

-Preciso lhe falar Cecília....-O senhor meu pai diz e eu o olho.

-Pois diga de uma vez meu pai.Eu digo já aflita e ele respira fundo.

-Eu soube por altos sobre o que ocorreu aqui ontem em minha ausência....-Meu pai diz e eu abaixo meu olhar para o chão-....Quero lhe deixar claro que não sou a favor dessa brutalidade que Martinho fez para vosmecê e a escrava Graça,eu ouvi rumores e boatos por todas as partes dessa casa e roguei para que seu irmão José Antonio cuida-se para mim desses problemas mas ele não deu a mínima para o meu pedido e acabou aconteceu isso.

-Meu irmão José Antonio está mesmo se tornando um belo de um canalha e sem escrúpulos....-Eu digo e sentindo o olhar repreendedor de meus pais-....Continue senhor meu pai.

-Eu pensei e refleti sobre toda essa situação imoral e não posso mandar Martinho embora dessa fazenda.Meu pai diz e eu me levanto incrédula e o olho.

-O que o senhor estás há me dizer ???....que irá lavar suas mãos sobre toda essa vergonha que aconteceu de ante de seus próprios olhos.Eu digo aumentando meu tom de voz e sinto o olhar aborrecido de minha mãe.

-Olhe o jeito que se dirigi ao seu pai Cecília....-Ela diz e eu nego.

-Olhe vosmecês....Graça e eu quase fomos molestadas por aquele estrupício imoral e o senhor meu pai me diz que não irá fazer nada a respeito.Eu digo e meu pai respira fundo.

-Eu compreendo vossa raiva mas se esse assunto cair aos ouvidos de toda essa gente de Ouro Branco,será um escândalo pois todos irão achar que vosmecê foi desonrada e que foi despetalada pelo infeliz do Martinho e não irá arranjar um marido nunca mais.O senhor meu pai diz e minha mãe o olha indignado.

-Não é necessário discutirmos a honra de nossa filha assim tão abertamente e ainda mais na frente dos escravos.A senhora minha mãe diz e meu pai concorda com ela.

-Sim minha esposa tem razão....-Meu pai diz e suspira-....Minha filha desde que voltou para essa casa só temos brigado e trocado ofensas.

-Por modo de que será não meu pai ??? Eu nunca precisei do senhor para me defender pois aprendi sozinha e claro por esse gênio forte que herdei do senhor que me ajudam muito....mas quando eu realmente preciso dos meus pais....vosmecês me veem com essa de que estão mais preocupados com a ideia de um escândalo do que o fato que um maniaco me atacou e que teve a audácia de relar seus dedos em mim.Eu digo com raiva.

-Esse infeliz não há de relar nem mais um dedo em ti e confie na palavra de seu pai....-Ele me diz e me segura pelos ombros me fazendo sentar novamente na cadeira em minha frente-....Agora tente se acalmar pois tenho mais assuntos a resolvermos.

-Pelo jeito não irei gostar nada desses certos assuntos.Eu digo e vejo me pai acariciar sua barba e sorri.

-Ontem o senhor Ismael e eu acertamos os últimos detalhes para oficializarmos a corte entre vosmecê e Nicolas,e marcamos um pequeno almoço no sábado.Meu pai diz e eu sinto meu coração se apertar mas me mantenho firme e em silêncio.

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