Sônia estava na casa de seus pais, ao seu lado estava Tony, ambos estavam sentados na mesa da sala de jantar, estava tudo em seu devido lugar, os quadros que sua mãe tanto gostava, que mostrava imagens de anjos e flores, no canto da sala estava os troféus que seu pai tinha ganho quando era mais jovem nos campeonatos de futebol, a mãe estava mais a frente do casal, o pai estava no lugar principal da mesa, como sempre, Tony parecia feliz apesar de nervoso.
_Então rapaz, o que você quer falar conosco? - Pergunta Roger, o pai de Sônia.
_Estamos ansiosos. - Diz Martha, a mãe de Sônia que estava com um sorrisinho no rosto.
Apesar do clima transparecer tenso, todos estavam felizes mas faziam como manda o figurino.
_Senhor Roger, dona Martha, eu... Eu quero me casar com a filha de vocês. - Por fim Tony solta de uma vez e Sônia tenta conter um sorriso. - Já somos noivos, mas agora vamos nos casar de uma vez, e queremos a bênção de vocês.
Os pais da noiva abrem um sorriso um para o outro, no mesmo instante o clima fica mais leve.
_É claro que abençoamos rapaz. - Diz Roger sorrindo.
_Mas será que a Sônia aceita? - Diz Martha com um tom de brincadeira.
Tony ajoelha-se perante a moça emocionada, seus olhos estavam mergulhados em lágrimas de felicidade._Sônia! Meu amor, você quer casar comigo? - Tony continua de joelhos com um sorriso no rosto.
_Sim, sim Tony eu aceito meu amor. - Sônia deixa as lágrimas escaparem, mas ela não se envergonha.
Tony tira de seu paletó uma caixinha azul aveludada, ao abri-la é revelado um lindo anel, os pais da noiva se entre olham e sorriam, o noivo tira o lindo anel, encara a sua amada e pega sua mão direita, mas quando ele vai colocar o anel nela, ele percebe que a moça não tem o dedo anelar, assim como o mínimo e o médio, Sônia toma um susto ao se dar conta daquilo.
_AHH! - Sônia solta um grito e olha para o lugar onde estavam seus pais, mas não vê nada além das cadeiras vazias. - Meu Deus, o que está acontecendo.
Sônia olha para o lugar que Tony estava ajoelhado, mas ela vê um par de sapatos altos e elegantes sendo usados por duas lindas pernas, Sônia vai levantando sua cabeça, seguindo o trajeto das pernas que levavam a um lindo corpo feminino usando um vestido vermelho, os braços seguravam uma bandeja mas a desesperada noiva não prestou atenção o que era, ela subiu mais seu olhar e fixou seus olhos nos de uma linda mulher loira, era Donna.
_Oi Sônia querida, está procurando por alguma coisa? - Donna abre um sorriso torto e mostra o que trazia, na bandeja tinha os três dedos que faltavam na mão direita de Sônia, um deles ainda estava com a aliança, a garota fica desesperada.
_Ahhhh! - Sônia acorda do pesadelo aos prantos, seu grito inaudível veio junto com lágrimas, ela olha para sua mão e vê que seu sonho tinha uma certa realidade, ela não sentia seus dedos, pois eles não estavam lá. Ela lembra-se da aliança, onde será que estava? Imagens de seus pais e de Tony lhe invadem sua cabeça, mas nem em seus sonhos Donna a deixava em paz, Sônia chorou mais e mais, foi quando a porta se abriu e ela viu a loira olhando para constar se a garota continuava na cama.
_Pesadelos querida? - Pergunta Donna, mas a resposta foi o silêncio. - Tudo bem, eu lhe trouxe algo, mas já que você não quer falar comigo eu vou sair.
_Donna? - A voz de Sônia estava muito fraca, parecia que ela iria morrer a qualquer instante, ela senta-se na cana, a loira a observa em silêncio, depois Sônia lentamente levanta-se. - Eu... Eu... Ah... Preciso tentar.
_Tentar? - Donna levanta uma de suas sobrancelhas.
_Eu nã... Eu não tenho ma... Mais forças para, para lutar. Mas eu... Eu não posso desis... Desistir. - Sônia ajoelha-se perante Donna, na sua cabeça vinha imagens de seus pais lhe esperando nos fins de semana que ela iria visita-los, sempre felizes ao ver sua única e amada filha, ela também lembrava de Tony, sempre tão cavalheiro com ela. A loira estava séria olhando para a moribunda ajoelhada com a cabeça em seus pés. - Eu... te imploro Donna.
Sônia chorava, ela não sabia como ainda tinha forças para chorar, ela estava desesperada e se apegaria a qualquer coisa que lhe manter-se viva, ela não queria morrer, não ali, não daquela forma.
_Por fa... Favor, Donna, me dei... Deixa sair... Eu... Eu ju... Juro que vou... Vou sumir da sua, hã, da sua vida. - Sônia queria viver e ela estava disposta a qualquer coisa, até se humilhar e continuou falando, mas seus soluços eram altos e causados devido ao choro que só alimentava sua súplica. - Me deixa ir... Por... Favor me deixa ir.
Donna se agacha e inacreditavelmente ela levanta Sônia gentilmente, a moça estranha, mas acha melhor ficar quieta e aceitar a ajuda da loira que lhe leva até a cama e a deita novamente.
_Querida, olha só o que você fez, molhou todo meu sapato novo. - A loira faz um barulho de negação com a língua. - Ti, ti, ti.
_por fa... - Sônia tenta falar, mas o dedo de Donna a faz calar-se, aproveitando para secar as lágrimas no rosto da moribunda.
_Você não vai a lugar nenhum, Sônia querida. O destino por mais irônico que seja fez com que a gente se esbarrasse, aliás, eu não tive a intenção de lhe atropelar, apesar de ter agradecido ao destino por isso, existe algo nesse universo, Sônia que fez a gente se está juntas agora, e se realmente existe um Deus, ele não ama você. - Donna sorri, e puxa o lençol, ela aplica mais uma pequena dosagem no soro em Sônia com sua seringa, depois ela pega algo no bolso, ela o encara por alguns segundos, em seguida pega a mão esquerda da garota e coloca algo nela, fazendo Sônia fechar a mão, depois ela sai do quarto deixando Sônia observando o teto.
Sônia já imaginava o que poderia ser ela lentamente abre sua mão e reconhece o pequeno objeto brilhante e sujo de sangue, era sua aliança, em seguida ela fecha a mão com a pouca força que lhe sobrava e caiu no choro, dessa vez seus soluços eram ouvidos em quanto Donna descia as escadas sorrindo.
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Série Psicopatas Vol.02 - A envenenadora
Mystery / ThrillerLinda. Sorrateira. Donna consegue encantar a todos, não só com seu charme, mas até com seu humor negro, conseguindo seus mais maldosos planos, destruindo sonhos e vidas. - Donna já é assim desde sempre. - Porém, além de toda essa indiferença e vaida...