Série Psicopatas Vol.02 - A envenenadora

Mau presságio

A garota se encontrava numa enorme janela no primeiro andar da faculdade, ela observava a insistente chuva cair do lado de fora da Instituição. Não entendia o motivo de sentir aquela velha e irritante apreensão, pois não havia motivos - até o momento -, o que era preocupante já que normalmente ela se sentia daquela forma quando algo ruim estava prestes acontecer, talvez fosse pelo jeito que as nuvens carregadas circulavam o céu cinzento, trazendo uma sensação agourenta. Seu amigo, Alex que dividia as despesas do apartamento com ela costumava falar que ela era um tipo de médium o que ela levava tão a sério quanto o conto da Carochinha, no entanto, naquele momento algo parecia gritar dentro dele e mostrando placas em Néon que realmente algo se espreitava em seu caminho. Ela levou aquele estranho sentimento para longe quando seus olhos reconhecem o veículo que estaciona bem em frente. Ela sorrir timidamente e desce as escadas com pressa enquanto pulava dois degraus por vez.

O fim de tarde trazia consigo nuvens cinza e carregadas de chuva que desabava sob a cidade como um dilúvio insistentemente quando uma bonita jovem sai às pressas da faculdade, ela não queria ficar toda molhada e por isso usou sua pasta onde guardava alguns materiais de estudo para sem sucesso se proteger da forte chuva. Seu cabelo castanho era longo e ondulado nas pontas e tinha pouco volume o que combinava com sua face miúda e infantil, seus olhos eram redondos e grandes e negros, seus lábios eram lindos e delicados e bem desenhados o que só realçavam seu sorriso jovial.

Seu nome era Sônia Villar e ela parecia mais uma garota adolescente e não uma mulher que já terminava o último período de Engenharia Civil, Sônia corria em direção a um carro que estava estacionado na saída da faculdade e logo entra no veículo, completamente encharcada pela chuva quando uma toalha foi estendida prontamente para ela, as mãos eram de um bonito homem com um sorriso cativante, seu noivo.

_Ai amor obrigada, não precisava ter vindo, eu pegava um táxi - disse Sônia dando um beijo em seu amado. - Faz tempo que você chegou?

Tony era o noivo de Sônia a alguns meses, eles já se conheciam quando ele ainda era casado com sua ex-esposa, Sônia era uma das secretárias de sua empresa e como ele era formado em Engenharia Civil e consequentemente trabalhavam na mesma empresa não foi difícil deles se reaproximarem, então depois que seu casamento acabou, ele e Sônia estreitaram o contato entre chefe e funcionária, e enquanto trocavam sugestões e ideias sobre o curso, dessa amizade surgiu um sentimento, a garota estava apaixonada por Tony, ele também estava, mas não conseguia demonstrar da forma que gostaria, ele acabou contraindo um mal que muitos psicopatas deixam em suas vidas, um entre vários, neste caso era a desconfiança, ele não queria cometer o mesmo erro que cometeu com Donna, o pedido de casamento só veio depois que Tony solicitou o mesmo detetive que havia descoberto alguns fatos de sua ex para saber mais sobre noiva. Ela na verdade já tinha dito tudo sobre sua vida, ela morava com os pais no interior de outro estado, mas teve que ir para cidade por causa da faculdade, rachando aluguel com um amigo que gay. O detetive Javier confirmou toda história dela, sem que ela soubesse, claro, pois Sônia sempre foi uma mulher de caráter e boa índole, ela não concordaria em ter sido bisbilhotada pelo seu futuro marido pelo fato de desconfiar dela a comparando com sua orgulhosa ex.

_Claro que precisava, acha que eu iria perder essa imagem linda na minha frente? Você com esse cabelo molhado deixando você ainda mais sexy - Tony tinha um semblante triste, ele sabia que tinha encontrado a mulher perfeita, esta mulher era Sônia, mas Donna o deixou com mágoas que só sua futura esposa poderia lhe ajudar a superar. - E não, não faz muito tempo que estou aqui.

Ela mordisca seu lábio e logo em seguida dá um rápido beijo em seu noivo.

_Sei, e para onde você vai me levar? - Pergunta Sônia