Poupando uma vida

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 O carro de Tony estaciona em frente a velha casa de sua ex mulher, ele encara o volante por alguns instantes, seus olhos estavam vermelhos, as lágrimas ardiam em fúria, Tony agora sabia do que Donna era capaz e que com certeza ela teria matado seu amado pai, Adônis. 

Ele sai do carro e olha para a casa que estava com todas as luzes apagadas, Tony observa que o carro de sua ex estava estacionado ao lado da casa, ele caminha em direção a porta de entrada, por mais que seu coração mandasse ele correr, ele tinha que seguir seu cérebro e ser cauteloso, ele sabia que a polícia estava perto de chegar e por um fim em todos os crimes de Donna, ele temia pela vida de Sônia, ele sentia-se culpado por tudo. Tony abre a porta e fica parado na sala esperando algum movimento ou barulho, é quando ele escuta um grito fraco vindo do primeiro andar, ele não pensa duas vezes e corre escada a cima, quando ele chega no fim, é surpreendido por Donna que o a certa com uma facada na barriga, Tony fica paralisado e com olhos arregalados, ele segura Donna pelos ombros e esta lhe encara com frieza no olhar.

_Demorou hein Tony? - Donna falava com seu ex em quanto segurava firme a faca que estava nas entranhas dele. - Finalmente o mocinho veio salvar a princesa do seu cárcere, mas temo que essa história não terá um final feliz para esse casal tão lindo, você não concorda comigo Tony?

Donna puxa a faca e Tony sem querer cospe na cara dela bastante sangue, ele tenta, mas não consegue segurar-se no corrimão e da mesma forma rápida que ele subiu, ele também desceu as escadas, mas desta vez rolando. Aquela escada era tão perigosa quanto as seringas de Donna, na verdade a loira usava qualquer coisa para liquidar seus inimigos, por mais que ela amasse seus métodos venenosos, Donna também não descartava uma faca afiada ou uma escada muito alta.

Tony cai sentindo-se tonto, ele olhava para o alto da escada e via sua ex descendo lentamente, passando sua mão suja de sangue na parede, ela usava um vestido que estava sujo de sangue, na sua outra mão tinha a faca que a pouco tempo estava encravada pela metade na barriga dele. Tony não acredita que aquele seria seu fim, ele iria lutar, claro, mas não podia esconder a surpresa de ter sido tão idiota de ter casado com aquela mulher, seu pensamento fugiu para Sônia, será que ela estava viva?

Donna fica de pé diante do homem esfaqueado, ele a fuzila com o olhar.

_As coisas não saíram da forma que você pensou não é mesmo Tony? - Donna olha rapidamente pela janela da sala vê ao longe, sirenes vindo em direção a sua casa.

_Acho que as coisas também não saíram da forma que você pensou, não é mesmo Donna? - Tony estava brincando no momento errado, com a pessoa errada.

Donna corre até sua direção e fica de joelhos e levanta sua mão que segurava a faca, ela desce a mão em direção ao peito de Tony fazendo ele gritar...era o fim.

Tony fecha seus olhos com força e se prepara para o golpe de faca que vinha em direção ao seu coração. Ele estranha a sensação, ele não sentia dor, imaginou que estaria morto, que seu coração tinha sucumbido rapidamente a lâmina da faca, mas logo ele percebeu que a dor em sua barriga causado pelo golpe com a faca ainda doía, e muito. Então, lentamente Tony abre seus olhos e se depara com uma cena que ele jamais imaginava.

Donna continuava segurando a faca em direção ao peito de Tony, ela estava trêmula apesar de segurar a faca com força, depois ela apoiou as duas mãos no cabo da arma amolada, em uma causa que não se pode explicar, Donna chorava, ela tentava mas não conseguia descer com a faca que estava a centímetros do coração de Tony.

_DROGA! - Donna joga a faca de lado e põe as duas mãos no rosto. - Eu não...Não consigo...que droga.

_Não me venha com essa Donna, só falta dizer que me ama. - Tony tentava manter-se acordado mas estava difícil.

_Não preciso lhe dizer nada, nem eu mesma entendo. - Donna levanta-se e olha novamente as luzes das viaturas policiais. - Não foi difícil matar algumas pessoas, dentre elas minha mãe, pai e irmã. Mas... Agora eu...Eu...Simplesmente não consigo, mas nem eu sei dizer o porque.

Tony logicamente não queria acreditar que Donna poupou sua vida porque o amava, imaginava que poderia ser mais um truque, mas pela primeira vez ele sentiu que ela estava sendo sincera, mas não iria comover-se e queria ganhar tempo para que a polícia chegasse na casa e ele tentou conversar com ela, mas ele esqueceu que ela era...Donna.

_Eu... Eu... Preciso saber... Você matou meu pai? - Pergunta Tony, Donna sabia que ele queria que ela ficasse na casa em quanto a polícia chegasse, mas ela já tinha seu plano de fuga.

_Sim Tony, eu matei seu pai em quanto você dormia na sua cama quente e confortável. - Donna falava limpando as lágrimas que desciam pelo seu rosto, ela já abria a porta para sair, mas rapidamente voltou e ajoelhou-se ficando com os lábios perto do ouvido de Tony. - Mas se isso serve de consolo, saiba que ele não sofreu na morte, foi bem... Rápido.

_Va...Vadia. - Tony falava entre os dentes em quanto tentava estancar o sangue que perdia.

_Agradeça que eu vou deixar você sobreviver. - Donna olha para o primeiro andar como se lamentasse por Sônia. - Mas não posso dizer o mesmo pela sua noivinha, acho que ela não passa desta noite.

_NÃO! - Tony tenta segurar Donna pelo calcanhar, mas é em vão. 

Donna corre deixando Tony com as mãos estiradas, como se ele quisesse estica-las para alcançar a loira. Donna entra no seu carro e o acelera fazendo sair fumaça, uma das três viaturas pára em frente a casa da loira, quatro homens fardados saem de dentro da viatura e correm para dentro da casa, as outras duas viaturas vão atrás da loira fugitiva.

Dentro do carro Donna pega seu aparelho celular e disca rapidamente para um número conhecido, a pessoa do outro lado da linha atende no terceiro toque.

_Hospital Nossa Senhora do Amparo.

_Sou eu, Donna. Eu só quero uma informação.

_Olha só, quem é vivo sempre aparece. Você não vem mais trabalhar?

Donna apesar de estar fugindo de dois carros da polícia, respirou fundo para não perder a paciência com a atendente intrometida, ela já estava muito confusa por ter poupado a vida de Tony, ela lembrou que uma vez o Dan sugeriu em mata-lo e ela negou no mesmo instante, ela se questionava o porquê de ter hesitado a esfaquear o coração de Tony.

_Quero informações sobre um paciente que deu entrada ontem no Amparo, ele se chama Danilo Machado.

Depois de ter as informações que precisava, Donna desliga o celular sem ao menos agradecer, ela joga o aparelho pela janela. Donna olha para o banco de trás como se houvesse mais alguém com ela.

_Muito obrigada pelo seu favor. - A loira abre um sorriso e acelera o carro que está sendo seguido pelas viaturas.

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Série Psicopatas Vol.02 - A envenenadoraOnde histórias criam vida. Descubra agora