Ep. 24

53 5 23
                                    

Não sei quem está mais nervoso, se sou eu ou meu pai. Estou com medo do que ele vai falar, nem imagino oque seja, já que o encontrei chorando ontem a noite. Algo que é um tanto difícil de se ver, já que o vi chorar apenas por razões óbvias ou graves.

Isso está me deixando muito assustada.
_________________________________________

Fiquei olhando para eles, esperando alguém falar alguma coisa. Mas no momento ninguém falou nada desde a última fala do meu pai.

- Vocês não vão falar mais nada? - perguntei indignada - Em? Mãe? - Olhei pra ela e ela olhou pro meu pai - Pai? - olhei pra ele, e o mesmo suspirou.
- Bem... - assim que ele se pôs a falar, alguém toca a campainha. Droga.

Me levantei da mesa, já estressada e olhei mais a frente tentando enxergar quem havia atrapalhado a nossa conversa.

- Bom dia! - ditou tímido. Após minha mãe abrir a porta, logo sorrindo radiante para ele.
- Olá, querido. Pode entrar. - falou minha mãe, assim fechando a porta.
- Bom dia! - disse o Park a meu pai. Em seguida olhou para mim e sorriu fofo. - Bom dia, princesa!

Se eu não estivesse tão mal humorada por ele ter atrapalhado, sem querer, ou talvez eu estivesse assim por não ter tido uma boa noite. Eu teria pulado em seus braços, o enchido de beijos por todo o seu rosto, mas em vez disso...

-Bom dia. - falei fria, pegando minha mochila e saindo. Já estava fora de casa e não vi o Park, então gritei por ele. - Vem logo!!
________________________________________

Saí caminhando na frente. Estava muito brava. Ok, ele não tem culpa, mas oque eu posso fazer?

- Ei, Mel! - me chamou suave, continuou chamando mas não dei importância. - MELISSA !!! - dessa vez gritou me assustando e fazendo parar.
- QUÊ? - me virei e gritei de volta, ainda com os olhos arregalados pelo susto. - Tá louco?
- Estou tentando falar com você, mas você só me ignora. - falou, parando ao meu lado indignado.
- Aish... Você atrapalhou a minha conversa com meus pais. Eles iriam me contar alguma coisa. - falei chateada, revirando os olhos e me debatendo, feito uma criança mimada.
- Calma, princesa. - ditou pegando em meu braços, com leveza para me acalmar. - Você não parece nada bem. - tocou em meu rosto, e então, não consegui controlar o choro. Não sei o porquê, mas estava com uma vontade enorme de chorar. - Vem aqui. - logo em seguida, me abraçou.

Talvez estivesse tão fragilizada pelo acontecido na madrugada anterior.
_________________________________________

Bem, agora estou em casa. Não estou com cabeça pra ir a escola, tô tão mal.
O Park me trouxe até em casa, me confortou do melhor jeito possível, me abraçando e dizendo que me ama. Não poderia pedir alguém melhor que ele.

- Flor? - falou após ter batido na porta e em seguida a abrindo. Fiquei a olhando, deitada em minha cama. - Está se sentindo melhor? - apenas assenti. - Você está tão quieta... Estou preocupada, meu bem! - ela realmente está muito preocupada, é nítido em sua face e em sua fala.
- Calma, mãe! Eu tô bem, de verdade. - disse após ter pego em uma de suas mãos. Dando um sorriso forçado. - Eu só...só... - preferi ficar calada. Não quero mais ter um ataque. Quero me manter calma, sei que vou ficar bem.
- Seu pai e eu, tiramos o dia de folga. Então não tenha pena de nos chamar se quiser alguma coisa. - deu o seu sorriso mais sincero. Sorri de volta.
- Sim, sim. - então me lembrei - Mas, e então... O que o pai e a senhora queriam me falar? - após minha pergunta, a vi engolindo seco. O ambiente se tornou silencioso novamente.
- Depois nós te dizemos, ok? Agora não dá. - percebi que ela só queria que eu fosse compreensível e dissesse que sim. E foi oque fiz. Apesar de estar curiosa, só quero dormir por agora.
- Ok. - em seguida, bucejei. Minha mãe sorriu, veio até mim e me deu um beijo na testa. Logo saindo e ficando apenas eu e meus pensamentos.

Estou com sono, porém não consigo parar de pensar nas coisas que aconteceram.
_________________________________________

~Park Jong~On

A Melissa está muito estranha hoje. Estou muito assustado e preocupado. Ela é bem mais sensível do que aparenta ser, sempre sorrindo e conversando.
Paro de caminhar e dou meia volta. Estava a caminho da escola, porém, não vou conseguir me concentrar sabendo que a minha namorada está mal. Vou até a casa dela.
Na porta, pude ouvir as vozes do Senhor e Senhora Marques. Confesso que achei bastante esquisito, pela hora eles deveriam estar no trabalho.
Penso se foi uma boa decisão. Resolvo bater na porta, já que estou aqui e além de que já estou atrasado para a aula mesmo.
Enquanto aguardo alguém me atender, olho pela janela do quarto dela. Me dá apenas vontade de ir até lá e te abraçar, dizer o quanto a amo e que pode contar comigo para oque quiser.

- Olá! - o senhor Marques, me cumprimenta. Um tanto curioso. - Esqueceu alguma coisa?
- Olá! Não esqueci... É que... - agora, de frente para ele, não sabia oque dizer. - Bom... é... - ele me olhou torto, resolvi falar de uma vez - Eu, quero ver a Melissa.
- Ela está dormindo agora.
- Ah... - falei desanimado. Só queria ficar ao lado dela. - Tudo bem, então. Vou indo, se adiantar os passos consigo chegar até a 2° aula. - ditei sorrindo, não estava nada feliz.

Quando ia me retirar, o mais velho se pronuncia...

- Não adianta "adiantar os passos". Pode entrar, você é de casa. - sorriu. Sorri de volta e entrei.

Percebi que os pais dela estavam muito tensos. Então me atrevi a perguntar:

- Aconteceu alguma coisa? - após minha pergunta, os mais velhos se entre olharam. - Desculpa, se fui intrometido.
- Não, tá tudo bem. - disse a senhora. - Acho que vamos precisar da sua ajuda. - vi o homem a olhar nervoso.
- Como assim? - perguntei confuso e um tanto curioso.
- A Melissa precisa espairecer, você entende né? - assenti com minha cabeça - Então, queria perguntar se você podia fazer companhia pra ela esse final de semana. Você pode?
- Posso sim, claro. - disse animado. Obviamente iria concordar.
- Que bom! Mas então... - parou antes de terminar. Olhou para o seu marido, provavelmente ele não gostaria do que sairia de sua boca no minuto seguinte. - Vocês irão para a casa da minha mãe.
- O quê? - o homem ao seu lado, quase gritou incrédulo. - Não!! Não!! Eles mal começaram a namorar, e sua mãe é liberal demais. - olhou para mim e disse firme - Você não vai.

Não consegui me mover e nem falar nada. Estava muito assustado sob um olhar de um pai ciumento.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Feb 26 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Quando Tudo Começou Onde histórias criam vida. Descubra agora