𝟎 𝟒 𝟐

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Nossa o ano passou que eu nem vi, hoje mesmo era véspera de natal e eu nem me liguei, como podia existir uma mulher tão estabanada igual a eu, deixei de comprar até a roupa nova para usar na ceia. Era de lei fazer isso, quebrei a tradição, pô.

Mas no ano novo seria completamente diferente, passaria de dourado para que 2021 me trouxesse todo o dinheiro que gastei nesse ano. Ainda mais com essa quarentena dos infernos que nunca acabava. Ô doença maldita, porra! Vai para o raio que o parta coronavírus!

Quase não saí do morro esse ano por conta dessa doença, pô. Que vacilo dos xing ling. Próxima vez que eles enfiem o morcego no rabo, papo reto!

— Mamãe te ama muito, viu? Coisinha linda! — Enchi as bochechas de Samuca com beijos. Ele riu e me abraçou pelo pescoço, aliviando um pouco a minha saudade.

Gratidão. Era o que eu sentia pela tia Betina, graças a ela eu estava podendo ver meu menino de novo. Seria o primeiro Natal que ele passaria longe de mim, quase chorei quando me dei conta daquilo. Queria tanto meu bebê ao meu lado.

— Ele vai para Cabo Frio com o pai dele. — Betina me contou, e eu engoli a choradeira. Morria de medo em ver ele embolado com os amigos do Coréia. Tudo bêbados e sem juízo!

Samuca ainda era um bebê que necessitava de atenção e cuidados especiais, tinha que ficar o tempo todo de olho nele. Um descuido e... Nem gostava de imaginar aquela possibilidade. Coréia era um ótimo pai, eu não precisava me preocupar com isso.

— Eles voltam antes do ano novo?

— Acho que não, querida. — Betina negou com a cabeça. — Estou pensando em ir junto para ficar de olho no meu neto.

— Sério? Seria ótimo, tia. — Rapidamente respondi. — Não que eu não confie em deixar o menino com o Coréia, mas não sei se ele vai beber...

Ela concordou e continuamos conversando sobre mais algumas coisas. Fiquei por mais meia hora e depois fui embora, Coréia ficou de buscá-los antes do almoço e a última coisa que eu precisava no momento era que ele me flagrasse na casa da mãe dele.

Já estava descendo a rua de casa, quando senti o meu braço ser agarrado e fui puxada para dentro de um beco. Deixei um gemido escapar assim que os beijos dele desceram pelo vale do meu pescoço.

— Aí, Christopher... Quer que eu morra de susto? — Perguntei, empurrando-o de leve pelo peito.

— Não, mas talvez de beijos! — Riu e me roubou um beijo. Entrelacei os braços no pescoço dele e o puxei mais para mim, enquanto sentia a sua boca me devorar. — Onde vai passar a véspera de natal? — Ele me encarou sério, acariciando meu rosto com as pontas dos dedos.

Suspirei. Acho que os meus sentimentos estavam um pouco confusos.

— Ah sei lá, acho que com as meninas. — Dei de ombros. Não combinamos nada, se duvidar nem ceia ia ter, íamos apenas pedir umas pizzas. — Vai para a festa do Christian? — Ergui uma das sobrancelhas. Essa festa tinha todo ano, eu fui algumas vezes, era muito boa para encher o cu de bebida sem pagar nada.

— Pensei em algo mais interessante... — Ele sugeriu, me olhando daquele jeito que eu tanto amava.

— É? — Sorri. — O que seria?

— Você e eu... — Beijou o meu ombro. Mordi o lábio inferior, me controlando para não o atacar. — No Marea. Esse ano por conta da doença vai ser mais restrito, porém fiz reservas.

— É impressão minha ou está me chamando para sair? — Meu coração só faltava explodir de alegria. Não queria me iludir com Christopher, mas era meio que impossível quando ele me tratava assim.

Atração Perigosa [M] [EM BREVE SERÁ RETIRADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora