𝟎 𝟏 𝟐

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— Mas que caralho é esse? — O policial resmungou alto e praguejou uma lista de palavrões, saindo de cima de mim. Meu coração parecia que a qualquer momento ia deixar o meu corpo. — Que merda você está fazendo? — Abriu os braços, ajeitando sua boina logo em seguida.

— Deixa ela comigo, Moura. — Christopher murmurou e me puxou pelo braço para fora da viatura.

— Porra, Monteiro, eu vi ela primeiro caralho. — Reclamou, mas se calou assim que recebeu um olhar frio de Christopher.

Esse cara já podia entrar para o time dos vingadores, sempre me salvando de várias roubadas, pô. Seria mais lendário que o Tony Stark.

— Seu comportamento é inadmissível, Moura. Irei reportá-lo ao capitão assim que possível! — Christopher murmurou e vi o espanto tomar a face do outro policial.

Ele achava o quê?

Que assediava garotas por aí e sairia impune?

— Qual é, Christopher? Nós somos amigos, cara, você não faria isso comigo. — Moura riu baixinho e deu um aperto no ombro de Christopher, que não mudou em nada a sua postura. — Ainda mais por conta de um mal entendido.

— Estupro de vulnerável é coisa séria, não é um mal entendido. — Christopher rebateu. Olhei para o seu rosto perfeito, admirada com tamanha beleza, e pude sentir a ira exalando dos seus poros.

— Olha só para essa garota! Ela é piranha, Christopher. Queria trepar comigo! — Apontou para minha roupa curta, como se aquilo definisse quem eu era.

— Sai fora, bicho ruim! — Fiz uma careta e não me intimidei com sua cara feia pra mim.

— Mesmo se quisesse, ela não está em seu estado perfeito, isso é nítido. — Christopher apontou para mim, que estava meio bêbada, até trocando os pés.

— Nem se ele fosse o último homem desta terra, eu ia querer dar pra ele. — Balbuciei, apertando os olhos.

— Vou levá-la pra casa... — Christopher se adiantou em falar. — Agora você, vamos nos resolver depois! — Ele saiu me puxando em direção a outra viatura, a única do Bope na rua.

— Vamos transar? — Perguntei, mordendo o lábio inferior assim que ele me ajeitou no banco do passageiro.

— O quê? — Exclamou, surpreso. — Claro que não!

— Por quê? — Fiz um bico ridículo. Queria tanto que ele me comesse mais uma vez.

Christopher bufou e deu a volta no carro, dando partida e indo embora do paredão. Vi a festa ficando para trás pelo retrovisor e quase chorei por não ter conseguido dar um beijo no Kitinho.

— Há inúmeros motivos, Dulce. O mais importante é que eu vou me casar em breve. — Ele respondeu, sem me encarar. Desci meus olhos pelo seu corpo delicioso, que estava todo fardado com o uniforme do Bope, e parei no volume protuberante no meio das suas pernas. — Não me olhe assim, porra!

— Nós já fizemos uma vez, qual o problema em fazer de novo? — Retruquei, sem entender a linha de pensamento dele. Já tinha corneado a mulher mesmo, um chifre a mais ou outro a menos não faria diferença agora. — Tu já vai para o inferno mesmo, gatinho. Bora fazer valer a pena.

— Você só fala merda.

— Só tu calar minha boquinha com outra coisa. — Sugeri, estendendo a mão e agarrando seu pau por cima da calça. Ele arregalou os olhos e me fitou, demorando alguns segundos para reagir e tirar minha mão do seu amiguinho.

— Você está chapada, não vou te comer. — Negou com a cabeça, bufando.

— Eu quero dá a boceta, ué. Se não for pra tu, vai ser para outro! — Ameacei sair da viatura em movimento.

Christopher revirou os olhos e segurou um dos meus braços.

— Dá pra ser menos infantil? — Ele desviou os olhos da estrada por alguns segundos. — Quantos anos você tem mesmo?

Tentei me lembrar de qual idade eu falei para ele antes, mas nada vinha na minha cabeça.

— Não sei, cara. Não me lembro... — Bufei.

— Dulce... — Murmurou, franzindo o cenho. Se ele soubesse que eu menti e que era menor de idade, o politicamente correto ia surtar comigo.

— Isso importa?

— Claro que sim, estou começando a achar que você é apenas uma garota. — Ele disse e engoli em seco, fingindo pouco caso. — A forma como se mete em problemas tão rápido...

— Não tenho culpa se a porra do mundo é um saco! — Falei bufando e ele me encarou novamente. — Não fazia ideia que policiais eram estupradores também.

— O quê? Não somos! Não generaliza, merda! — Christopher grunhiu.

— Acorda pra vida, gatinho. Vocês são tão sujos como qualquer outro bandido! — Cuspi as palavras. Ele apertou o volante, mas nada disse depois da minha declaração.

Pelo jeito deixei ele boladinho.

Depois de andar por mais alguns minutos por um caminho que eu não conhecia, Christopher deu seta e entrou em um prédio que não parecia nem de longe o Vidigal.

— Mudou de ideia, foi? — Lambi os lábios, lendo a palavra motel bem grande na entrada.

— Você não está em condições de ir para sua casa. Vou deixá-la dormir aqui e vou embora. — Ele avisou e abaixou o vidro para falar com o recepcionista.

Assim que ele pagou pela diária, entrou com o carro no estacionamento do prédio.

— Nunca tinha vindo em um motel antes, tu é o primeiro a me trazer. — Falei enquanto esperava ele abrir a porta do quarto.

Fiquei boquiaberta quando entrei no quarto. Tinha uma cama de casal enorme no meio do cômodo e uma banheira hidromassagem no canto, perto do banheiro.

— Nossa... — Murmurei, abrindo o frigobar e vendo que estava cheio de bebidas. Aquilo ali pra mim era o maior luxo. — Pensei que só existisse isso em filmes.

— Você gostou, Dulce? — Ouvi a voz de Christopher atrás de mim e assenti sem hesitar. Ele me encarava de uma forma diferente, até jurei ver um sorriso vacilar em seu rosto. — Bom, preciso ir agora. A diária já está paga, você pode ficar aqui até amanhã.

— Não, fica um pouco mais! — Pedi, segurando sua mão. Em seguida tirei uma cerveja de dentro do frigobar e lhe entreguei. — Bebe um pouco, não custa nada.

Christopher soltou um suspiro derrotado e se sentou na cama, abrindo a garrafa de cerveja.

Christopher soltou um suspiro derrotado e se sentou na cama, abrindo a garrafa de cerveja

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Atração Perigosa [M] [EM BREVE SERÁ RETIRADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora