𝟎 𝟒 𝟗

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Sendo uma quarta-feira bem atípica, hoje teria baile em comemoração à fuga bem sucedida do Escobar

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Sendo uma quarta-feira bem atípica, hoje teria baile em comemoração à fuga bem sucedida do Escobar. Ele conseguiu escapar do presídio durante a madrugada, depois de uma longa rebelião generalizada que deixou vários mortos para trás, incluindo a de policiais e presos.

Eu ainda não tinha ficado frente a frente com o desgraçado, tentei atrasar o máximo que eu pude, mas já estava me preparando para aquele momento enfadonho que aconteceria a qualquer instante. Na verdade, era difícil até de imaginar eu encarando nos olhos o responsável pela morte da minha filha, sem poder fazer absolutamente nada.

— Não quero você lá em cima, tudo bem? — Falei, apontando para o camarote da quadra. Dulce concordou com a cabeça, sem pestanejar.

Apesar de não querer que ela aparecesse, Dulce insistiu muito para me acompanhar. Ela entendia que seria um dos piores momentos da minha vida, e que eu nunca esqueceria.

— Eu chamei um amigo do colégio para vir no baile hoje, ele é meio mauricinho. — Ela falou gritando no meu ouvido, por conta da música alta que tocava. Passei o braço ao redor do seu corpo e a encarei de feição fechada.

— Que porra de amigo é esse, Dulce? — Estreitei os olhos, não gostando nada do rumo daquela conversa. Que amigo era esse que eu não conhecia? Não precisava ser muito inteligente para saber onde o garoto queria chegar com aquela amizade.

— Deu pra ter ciúmes dos novinhos agora é? Qual foi velhinho, não se garante? — Ela gargalhou, e deixou um grito escapar quando eu apertei a sua cintura. — Relaxa, ele é bem mais novo do que eu, e você sabe... Eu prefiro os mais experientes. — Brincou, dando um beijo no canto da minha boca.

— Eu acho bom mesmo, vou ficar de olho bem aberto nesse garoto. Ele que não tente nada com você, entendeu? — Dulce riu e balançou a cabeça, com descrença.

— Vou ficar de olho em tu também, deixa eu sonhar que você tá de graça com alguma piranha lá em cima. Vou meter a porrada nos dois, papo reto! — Ela revirou os olhos, mas pelo seu tom de voz estava falando sério.

Coloquei uma mecha do seu cabelo curto atrás de sua orelha e a puxei para um outro beijo. Me separei ao mesmo tempo que o volume das caixas de som era diminuído e Escobar aparecia na entrada da quadra, com Luane pendurada no seu pescoço. Tirei o braço de Dulce e me afastei um pouco, adiaria ao máximo a verdade sobre nós dois para o Escobar.

Ele passou ao nosso lado e subiu para o camarote, cumprimentando alguns caras durante o caminho. Christian veio logo atrás e indicou com a cabeça para que eu o seguisse.

— Fica aqui, tá bom? Daqui a pouco eu desço de novo. — Falei, e Dulce assentiu antes que eu lhe desse as costas e subisse com Christian para o camarote.

Escobar estava sentado no sofá fumando, Luane em seu colo me olhou de cara feia assim que eu fui caminhando até os dois. Quem via a indiferença agora, não imaginava que a vagabunda queria ficar me dando igual uma cadela no cio e que aprontou pra cima de Dulce só para mantê-la afastada.

Atração Perigosa [M] [EM BREVE SERÁ RETIRADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora