𝟎 𝟑 𝟕

3.3K 260 242
                                    

Minha cama estava uma tremenda bagunça, era roupas para um lado, maquiagens jogadas no outro, sapatos até em cima da cômoda. Maite estava trancada no banheiro há mais tempo do que devia, se preparando para o baile de daqui a pouco.

Era quase onze horas da noite e tinha acabado de deixar o Samuca na casa da mãe de Coréia. Não gostava de farrear sem nenhum dos dois, mas tinha uma cota que eu não saia para aproveitar com as minhas amigas.

— Anda logo aí, Maite. Quero rebolar a raba logo, porra! — Anahí socou a porta do banheiro, impaciente. Maite respondeu através de um grito uma lista de insultos contra a mesma e logo abriu a porta. — Preciso arrumar meu muco!

— Como você é chata, viu? — Maite lançou um olhar mortal para Anahí, que deu de ombros e entrou no banheiro no seu lugar.

— Também te amo, irmã.

Maite revirou os olhos e caminhou enrolada em uma toalha até onde eu estava, terminando de me arrumar. Estava com um short jeans e um cropped bem babado que comprei no brechó da amiga da Anahí.

Acho que tive que esperar quase quarenta minutos para as duas bonitinhas terminarem de se arrumar, já estava quase dormindo no sofá.

— Demoraram tudo isso pra ficarem assim? — Brinquei, apontando para as duas.

Anahí fechou a cara e saiu me arrastando pelo braço para fora da minha casa, sem nenhuma delicadeza.

— Deixa de cutcharra e vamos logo! — Ela murmurou e saiu andando na frente.

Tranquei a porta de casa e escondi a chave embaixo do tapete. Hoje Coréia cobriria o turno da noite, então já sabia que ele chegaria só pela manhã.

Entrelacei meu braço no de Maite e subimos a rua em direção a quadra que rolava o baile, a doida da Anahí estava lá na frente, ela não perdia tempo e já ia dançando no meio da rua mesmo.

Assim que nós três chegamos ao baile, fomos comprar umas bebidas na barraquinha e depois partimos para a pista. Parecia que eu não dançava há uma vida, sem caô, que saudades!

Estava tocando uma música do Barões da Pisadinha na versão funk. Não demorou muito e Anahí já tinha inventado uns passinhos bem loucos, mas até que legais, o que causou uma crise de risadas entre Maite e eu.

As monas tudo olhando com inveja, mas fazer o quê. O bonde aqui era pesado demais e a gente logo dava o nome nos bailes.

Perdi a conta de quantas músicas dançamos e de quantas bebidas eu virei, mas a julgar do estado maluco que nós três nos encontrávamos, acho que não foi pouca coisa. Um MC muito famoso aqui do Vidigal estava arrasando em cima do palco e eu só conseguia notar o quanto ele era tudo de bom. Maravigood, uaaai!

— Você está pagando calcinha, amiga! — Maite gritou com o rosto todo vermelho, dando um cutucão no ombro de Anahí, que deu de ombros e continuou jogando a bunda para o alto.

Gargalhei e terminei de virar meu copo de vodka na boca, sentindo meu sangue ferver. Como era bom encher a cara e perder a noção das coisas!

— Deixa só o Coréia saber que tu brotou em baile sem ele. — Christian comentou assim que me viu.

Cruzei os braços e olhei-o da forma mais debochada possível. Se tinha uma coisa que me tirava do sério, era lidar com bofinho emocionado, uó.

— E desde quando ele manda na minha vida? Eu hein, faço o que eu bem entender, não preciso de autorização para sair e dançar com as minhas amigas. — Abri um sorriso forçado e puxei o cigarro aceso da sua mão, dando um trago. Soprei a fumaça toda na sua cara e saí andando em direção a barraca de bebidas.

Atração Perigosa [M] [EM BREVE SERÁ RETIRADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora