O Presente

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Alessandro: Fernando, bom dia! Que bom que chegaram, queria mesmo falar com você.

Maria José: Cadê a dona Victoria?

Fernando: É que....

Victoria: Bom dia à todos!

Ela diz enquanto entra na sala com a bebê em seus braços, deixando todos de boca aberta.

Alessandro: Como assim? Eu ganhei um irmão nessas horinhas?

Victoria: Bom, ainda não. Mas quem sabe sim... (Diz olhando encantada para a menina)

Maria José: Dona Victoria, como isso aconteceu? Como acharam essa coisinha linda? (Fala ao se aproximar delas)

Victoria: Nós a encontramos na porta da nossa casa de campo. Ouvimos o seu choro e quando abrimos a porta, lá estava ela.

Alessandro: Assim do nada?

Victoria: Sim. Alguém a deixou lá para que pudessemos cuidar dela. Alguém quer que ela seja nossa filha. (Acalenta a bebêzinha em seu colo)

Fernando: Mesmo assim já entramos em contato com as autoridades locais. Explicamos tudo o que sabemos, que é quase nada, mas mesmo assim fizemos o que é certo a se fazer.

Alessandro: Enquanto isso a bebê ficará aqui?

Fernando: Sim. Os policiais disseram que poderíamos ficar com ela enquanto eles investigam. Até porque ela é muito novinha para ficar em um orfanato e nós comprovamos que temos estrutura para cuidar bem dela.

Victoria: Vou subir e colocá-la para dormir um pouco. Aproveito para descansar também. Com licença. (Fernando a beija na testa)

Victoria sobe com todo cuidado as escadas e claro, sendo amparada por Felipa. Ao adentrarem ao quarto, Victoria coloca a bebê em sua cama e põe uns travesseiros em volta para a segurança dela.

Felipa: Vejo que seus medos foram ouvidos pelo Senhor lá de cima... (Fala ao sentar ao lado dela)

Victoria: Estou tão feliz e ao mesmo tempo com tanto medo. Eu já estou apegada aquela bebêzinha e tenho medo de que tirem ela de mim. Ao mesmo tempo que estou feliz por tê-la com a gente. Seria a filha que eu não poderia dar ao Fernando.

Felipa: Sabe, senhora, o seu Fernando já provou várias vezes que lhe ama assim, do jeito que é. Não pense que filho segura homem. Porque não segura.

Victoria: Não que eu ache que ela vai prendê-lo a mim. Mas me sentiria melhor, sabe? Ele não iria ter que precisar escolher entre ficar comigo ou construir uma família.

Felipa: Mas será que o seu Fernando quer mesmo ser pai? (A questiona)

Victoria: Claro que sim. Você precisa ver o quão lindo é os dois juntos e ele tentado aprender a trocar fralda, a colocar para dormir... (Fica em silêncio por uns segundos) Talvez essa bebêzinha seja um presente dos céus para nós.

Felipa: E se os policias ligarem e dizerem que acharam os pais dela?

Victoria: Se verem que eles são qualificados para cuidar dessa preciosidade, eu vou ficar feliz por ela, mas um pouco triste também. Eu já a amo e sei que o Fernando também.

O som da batida da porta ecoa pelo cômodo.

Fernando: Com licença, meu amor. Eu preciso ir. Tenho que passar na empresa para resolver algumas pendências.

Victoria: Quer vir jantar comigo hoje? (Levanta e coloco suas mãos em volta do pescoço dele)

Fernando: Claro que sim.

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