Pedido de Casamento

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A alvorada vai surgindo trazendo mais beleza ao campo. Junto com ela, os poucos empregados que estavam na residência começavam a preparar tudo para mais um dia. Uma mesa foi colocada no jardim em baixo das árvores para que a sua sombra servisse de amparo na hora em que o café da manhã fosse servido.
Felipa já estava de pé desde cedo, mas não acordou ninguém, afinal era um sábado de descanso. Maria José e Alessandro acordam e descem para contemplar a linda vista. Poucos minutos depois Fernando se junta a eles, mas ainda falta Victoria, o que Felipa estranha.

Felipa: Bom dia, senhora! Dormiu bem? (Diz entrando no quarto dela)

Victoria: Tive sonhos ruins à noite inteira. (Estava sentada em uma das poltronas, ainda vestindo sua camisola e um robe por cima)

Felipa: Quer desabafar sobre esses sonhos?

Victoria: Você sabe que não gosto de falar sobre isso.

Felipa: Nós viemos para cá para tentar descansar um pouco o juízo de toda aquela perturbação, mas a senhora continua com uma carinha de preocupada. (Estranha)

Victoria: É o Fernando, Felipa. Ele está muito distante de mim nos últimos dias. Já não é mais carinhoso comigo, e nem faz tanta questão de ficar ao meu lado, pelo contrário, parece que está fugindo de mim. (Tem um ar triste em sua expressão)

Felipa: Vocês brigaram?

Victoria: Não. Ele simplesmente se afastou sem motivos. (Levanta e começa a escolher uma roupa)

Felipa: Ele deve estar ocupado demais no trabalho.

Victoria: Isso nunca foi um empecilho para ele. Nem sei por qual razão fico dessa forma, eu sempre soube que isso que temos seria passageiro, e deve ter sido isso que aconteceu. Ele cansou de mim. (Fala cabisbaixa, e como tentando fugir do assunto, entra para o banheiro)

Minutos depois ela estava pronta. Felipa achou melhor respeitar o momento dela e não voltar a tocar no assunto, mesmo sabendo que Victoria estava perturbada com isso.
Ao descer, todos estavam sentados na mesa apenas esperando por ela. Alessandro na ponta, Maria José no lado esquerdo, Fernando no lado direito. Em outro momento, ela com toda certeza iria sentar ao lado de seu amado, mas não dessa vez. Se ele quer distância dela, ela dará distância. Ela senta ao lado de Maria José, recebendo um olhar triste de Fernando.
Eles vão se servindo e se deliciando com todas as comidas que foram preparadas para o desjejum. Bolos, pães, sucos, tapiocas, frutas... tudo isso acompanhado de boa conversa e sorrisos iam fazendo o começo da manhã perfeito. Até Victoria e Fernando já estavam mais soltos e trocavam olhares acompanhados de tímidos sorrisos, mas tudo mudou quando ouviram o barulho de um carro se aproximando. Olharam na direção do som e reconhecem o carro que se aproxima.

Alessandro: O que Hernan veio fazer aqui? (Se questiona)

Maria José: Será que aconteceu alguma coisa? (O carro para e ele desce)

Felipa: Não esperava o doutor aqui. Que eu saiba ninguém chamou um médico. (É irônica)

Hernan: Desculpem ter vindo sem avisar, mas eu fui até a casa de vocês e soube que tinham vindo para cá, então resolvi vir também.

Victoria: Se veio até aqui é porque o assunto é urgente.

Hernan: Minha querida! (Pega na mão dela e beija suavemente)

Fernando: Com licença, vou deixar vocês mais a vontade para conversar. (Se retira)

Hernan: Quero conversar com você, Victoria. Podemos ir para um lugar mais reservado?

Alessandro: Bom, eu e a Maria José vamos indo para a Cachoeira.

Felipa: Eu vou lhe esperar lá em cima.

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