Alecrim

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O dia amanheceu ainda mais lindo.

A luz do sol era ainda mais brilhante. O céu ainda mais azul. Os pássaros cantavam em um ritmo mais suave, ao mesmo tempo tão lindo. Parecia que o mundo sentia que um casal tão apaixonado havia reencontrado o caminho do amor novamente.

Que noite mágica tiveram... Se amaram de todas as formas possíveis e imagináveis.

Hora estavam em um sintonia mais suave e delicada, tentando redescobrir as sensações e reações que causavam no corpo do outro. Já em outras vezes, sentiam urgência para matar o desejo que reprimiram durante todos esses anos.

Eles se amaram como nunca antes...

Fernando acordou antes que sua amada. Ele amava admirá-la assim ao natural, até meio descabelada, mas sempre com seu corpo juntinho ao dele e um semblante sereno.

Nesse momento foi inevitável não ter seus pensamentos invadidos por algo que ela havia dito há oito anos...

Fernando: Eu sou um problema para você? (Ela se afasta dele e não consegue lhe encarar os olhos)

Victoria: É sim.

Ah se ela soubesse que é a calmaria dele.... E ele queria um dia ser o mesmo para ela.

O seu motivo de paz.

Ele a admirou mais uma vez e em seguida decidiu levantar para preparar uma surpresa para ela. Queria acordá-la de uma forma especial.

Depois de preparar um lindo café da manhã, com frutas, bolo, suco e pães, ele vai até o pequeno jardim de casa e tira alguns ramos de uma determinada erva, coloca em um jarro e leva até ela.

Fernando: Meu amor? (Ela abre os olhos vagarosamente) Bom dia, minha vida. Dormiu bem?

Victoria: Meu bem... Bom dia. Dormi maravilhosamente bem e você? (Dá um selinho nele)

Fernando: Dormir entre seus braços é sempre a melhor forma possível. (Beija a testa dela) Tenho uma surpresa e uma proposta para você.

Victoria: Amo surpresas... (Sorri lindamente)

Ele vai até um pequeno sofá que tinha em seu quarto e traz a linda bandeja que preparou para o desjejum de ambos.

Fernando: Trouxe tudo que você gosta. Inclusive, o suco é de maracujá. Sei que é o seu favorito.

Victoria: Que surpresa mais linda e deliciosa. Obrigada, meu amor!

Fernando: Faço tudo só para ver você bem e com esse sorriso lindo nos lábios.

Dito isso, se beijam mais uma vez e em seguida disfrutam do café da manhã.

Depois da noite agitada, precisavam comer bem para repor as energias, não é?

Victoria: Você disse que tem uma proposta para me fazer... Qual é? (Fala assim que termina de comer)

Fernando: A proposta tem haver com isso aqui. (Pega algo na bandeja)

Victoria: Com o alecrim? (Questiona ainda sem entender)

Fernando: Sim. Sabe o significado dele?

Victoria: Confesso que não.

Fernando: Na antiguidade o alecrim era muito utilizado em algumas celebrações, principalmente antes do casamento. Era muito comum levar um ramo de uma erva fresca para a noiva, e um ramo menor da mesma erva para o noivo, como símbolo da fidelidade. A partir desta tradição, o alecrim se transformou em um símbolo de amor eterno. Apesar de hoje não ser tão comum essa prática, quero entregá-lo a você como prova da pureza, da fidelidade e da força do meu amor por você. E minha proposta é que quero oficializar e assumir o nosso amor e compromisso. Já perdemos tempo demais, Victoria.

Victoria: Eu entendo, meu amor. Todos esses anos longe de você só me confirmaram o quão grande é o amor que sinto e já não posso mais guardá-lo só para mim. Está na hora de vivê-lo em sua plenitude. Eu quero ser sua namorada e quem sabe, talvez, um dia, mais que isso. Eu quero viver todos os passos do amor ao seu lado. Que tudo seja forte, simples e sincero, como o alecrim.

Foi bem nesse momento que os lábios de ambos se encontraram e selaram o compromisso de viver o amor em sua mais bela forma: a genuína.

No outro lado da rua...

Irina: Aquela velha maldita passou a noite com meu marido... (Olhava fixamente para a casa de Fernando) Ela quer tudo o que é meu. Ela quer MINHA família, MINHA casa. MINHA VIDA! Mas não vai conseguir. Eu não vou deixar. (Começa a sorrir descontroladamente) Eles são meus. Só meus e de mais ninguém. Eles vão me pagar por isso. Primeiro será ele. Tem que pagar o preço por me abandonar. QUEM ELE PENSA QUE É PARA ME DISPENSAR DESSE JEITO? Além do mais, a desgraça dele, fará eu vê-la sofrendo e me deixará muito feliz. Depois, vamos ter um encontro muito agradável, senhora Lombardo. Me tornarei o maior pesadelo de vocês. (Falava sozinha, enquanto mantinha seu olhar para a residência) Alô? (Diz depois de discar um número em seu celular) Sou eu de novo. Liguei para dizer que já pode botar o plano em ação. Nosso primeiro foco é Fernando Alanis.

Mansão Lombardo

Felipa: Finalmente apareceu a margarida. Posso saber aonde a senhora se meteu? Saiu apressada e nem falou nada com a gente, nem com o motorista foi. Passei a noite aflita, sabia? Seu Alessandro ficou como um louco procurando pela senhora.

Victoria: Podem ficar tranquilos. Eu estou de volta e sã e salva. Nada de ruim me aconteceu, pelo contrário... (Fala com uma cara de boba apaixonada)

Felipa: Nos deixou quase tendo um ataque do coração e volta com essa cara de adolescente que sai escondido para aprontar... O que vou dizer para o senhor Alessandro?

Victoria: Quem perguntar, você diga que fui dormir nos braços do Morfeu...

Felipa: A SENHORA VOLTOU COM O SENHOR FERNANDO? (Diz surpresa) Muito espertinha...

Victoria: Não seja apressada. Na hora certa todos saberão. (Sobe as escadas e continua com um sorriso enorme no rosto)

Já no meio da tarde...

Felipa: Trouxe um suquinho bem gelado para refrescar nesse calor. (Fala entrando no escritório) Senhora, precisamos decidir o que serviremos no jantar, assim já mando as cozinheiras prepararem... (A encara) O que foi? Que carinha é essa? Estava tão feliz...

Victoria: Eu não sei, Felipa. Estava me sentindo tão bem, tão viva... (Sorri fraco) Mas desde o almoço que estou sentindo um aperto no peito, uma angústia. Sinto que algo de ruim vai acontecer. (Anda de um lado para o outro)

Felipa: Não pense negativo, não há de ser nada. Tome seu suco e tente relaxar.

Victoria pega o copo e dá um pequeno gole no suco.

Ao levar o copo a boca pela segunda vez, ouve o som alto do telefone da sala tocar. Inconscientemente, deixa o copo cair no chão e quebrar em vários pedaços, ao mesmo tempo que seu coração errava as batidas.

Até que...

SENHORA VICTORIA! SENHORA VICTORIA! SENHORA VICTORIA! - Ezequiel começou a gritar por ela.

Victoria: O que aconteceu? Por que desses gritos? (Fala receosa da resposta, e chega até a sala o encontrando)

Ezequiel: Seu Fernando está ferido no hospital. Ele sofreu um acidente, senhora.

O olhar de desespero dela é perceptível. Ela respira fundo e pega o telefone das mãos do homem.

Victoria: Sou a senhora Lombardo. (Tenta não se desesperar)

Ouve atentamente o que diziam a ela pelo telefone, quando sente suas forças escaparem e se ampara no sofá, no intuito de não cair.

Victoria: Isto é grave?

Lágrimas escorrem com urgência pelo seu rosto.

A conexão dos dois é tão forte, que ela havia sentido, que ele não estava bem, antes mesmo de saber.







"Que tudo seja forte, simples e sincero, como o alecrim." -- Essa frase utilizada na fic, foi retirada de uma cena entre os personagens Laura e Edgar da novela Lado a Lado.

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