Meredith pov
Que droga! Beije-me! Eu imploro, mas não me movo. Eu estou
paralisada por causa de uma necessidade estranha, desconhecida,
completamente cativada por ele. Eu estou olhando fixamente para a boca
perfeitamente esculpida de Andrew Deluca, hipnotizada e ele está olhando
para mim, seu olhar encoberto, seus olhos escurecidos.
Ele respira mais rápido que o habitual e eu parei completamente de
respirar. Eu estou em seus braços.Beije-me, por favor. Ele fecha seus olhos, respira fundo e sacode
brevemente sua cabeça como se respondesse minha pergunta muda.
Quando ele abre seus olhos novamente, é com algum novo propósito, uma
vontade de aço.
— Meredith, você deveria me evitar. Eu não sou homem para você...
— ele sussurra.
O quê? De onde veio isso? Seguramente, eu é quem deveria decidir.
Eu franzo minha testa para ele e balanço minha cabeça diante da rejeição.
— Respire, Meredith, respire. Eu vou ficar ao seu lado e irei te soltar
agora — ele quietamente diz e se afasta suavemente.
A adrenalina corre por meu corpo, não sei se por causa do ciclista ou
da proximidade inebriante de Andrew, mas estou fraca e arrepiada. NÃO!
Minha mente grita quando ele se afasta e sinto-me roubada. Ele tem suas
mãos em meus ombros, segurando-me o comprimento de um braço,
analisando minhas reações cuidadosamente. E a única coisa que eu posso
pensar é que eu queria ter sido beijada, fiz isto malditamente óbvio e ele não
quis. Ele não me quer. Ele realmente não me quer. Eu realmente estraguei o
café da manhã.
— Estou bem. — eu respiro, achando minha voz. — Obrigada, — eu
murmuro cheia de humilhação. Como eu podia ter interpretado mal a
situação entre nós? Eu preciso me afastar dele.
— Pelo que? — Ele franze a testa. Suas mãos não saem de mim.
— Por me salvar. — eu sussurro.
— Aquele idiota estava indo na direção errada. Eu estou contente que
eu estava aqui. Eu estremeço só de pensar no que poderia ter acontecido
com você. Você quer vir e se sentar no hotel um pouco? — Ele me solta, suas
mãos ao seu lado e eu na sua frente me sento uma idiota.
Com uma sacudida, procuro clarear minha cabeça. Eu só quero ir
embora. Todas as minhas esperanças inarticuladas foram esmagadas. Ele
não me quer. O que eu estava pensando? Eu brigo comigo mesma. O quê
Andrew Deluca poderia querer comigo? Meu subconsciente zomba de mim. Eu
me abraço e me viro em direção à rua e noto com alívio que o homenzinho
verde do sinal de trânsito apareceu. Rapidamente atravesso a rua,
consciente de que Andrew Deluca está logo atrás de mim. Fora do hotel, eu
giro brevemente para enfrentá-lo, mas não posso olhar em seus olhos.
— Obrigada pelo chá e por ter concordado com as fotos. — eu
murmuro.
— Meredith… eu… — Ele para e a angústia em sua voz exige minha
atenção, então eu o olho, de má vontade. Seus olhos cinzas são como o
deserto, enquanto ele corre a mão pelo cabelo. Ele parece destruído,
frustrado e todo o seu controle evaporou.
— O quê, Andrew? — Eu fico irritada porque ele não fala.
— Nada.
Eu só quero ir embora. Eu preciso levar meu frágil e ferido orgulho
para longe e de alguma maneira curá-lo.
— Boa sorte em seus exames, — ele murmura.
Huh? Isto é por que ele parece tão desolado? Este é o seu grande
fora? Desejar-me sorte em meus exames?
— Obrigada. — Eu não posso disfarçar o sarcasmo em minha voz. —
Adeus, Sr.Deluca . — Eu giro nos meus saltos, fico vagamente espantada
quando não tropeço, e sem dar a ele um segundo olhar, eu desapareço em
direção à garagem subterrânea.
Uma vez na escuridão do concreto frio da garagem, iluminada com
sua luz fluorescente e deserta, eu me debruço contra a parede e ponho
minha cabeça em minhas mãos. O que eu estava pensando? Indesejada e
sem permissão sinto as lágrimas chegarem. Por que eu estou chorando? Eu
afundo no chão, brava comigo por esta reação insensata. Apoio-me em meus
joelhos e me fecho ainda mais em mim mesma. Eu desejo sumir. Talvez esta
dor absurda possa ficar menor ainda se eu sumir.
Coloco minha cabeça sobre meus joelhos e eu deixo as lágrimas
irracionais caírem desenfreadas. Eu estou chorando por algo que nunca tive.
Que ridículo. Lamentando por algo que nunca... – minhas esperanças
esmigalhadas, meus sonhos despedaçados e minhas expectativas frustradas.
Eu nunca fui rejeitada. Certo…eu sempre fui a última a ser escolhida
no basquete ou no vôlei – mas eu entendi que – correr e fazer qualquer outra
coisa ao mesmo tempo, como saltar ou lançar uma bola não é minha praia.
Eu sou uma negação em qualquer campo esportivo.
Romanticamente, no entanto, eu nunca me expus. Uma vida inteira
de inseguranças.
Eu sou muito pálida, muito fraca, muito desprezível, sem
coordenação, minha lista longa de culpas continuam. Então eu sempre
tenho sido aquela que repelia os admiradores. Houve aquele sujeito em
minha classe de química que gostou de mim, mas ninguém nunca havia
despertado meu interesse – ninguém exceto o maldito Andrew Deluca. Talvez
eu deva ser mais amável com caras como Paul Clayton e José Rodriguez, no
entanto eu acredito que por nenhum deles teria chorado num canto escuro.
Talvez tudo o que eu necessite seja dar um bom grito.
Pare! Pare Agora! - Meu subconsciente está metaforicamente gritando
comigo, braços dobrados, apoiando-se em uma perna e batendo seu pé em
frustração. Entre o carro, vá para casa, vá estudar. Esqueça ele… Agora! E
pare como toda essa porcaria de auto-piedade.
Eu respiro bem fundo e levanto. Componha-se Grey. Eu vou para o
carro de Kate, enxugando minhas lágrimas ao mesmo tempo. Eu não irei
mais pensar nele. Eu simplesmente posso encarar este incidente como uma
experiência e me concentrar nos meus exames.
Kate está sentada na mesa de jantar, com o notebook, quando eu
chego. Seu sorriso de boas vindas some quando ela me vê.
— Mer, o que aconteceu?
Ai, não... A inquisição de Katerine Kavanagh. Eu sacudo minha
cabeça para ela, como se dissesse — fique fora disso — mas eu poderia
perfeitamente estar lidando com um cego, surdo e mudo.
— Você andou chorando. — Ela tem um dom excepcional para
enunciar o que é malditamente óbvio, algumas vezes. — O que aquele
bastardo fez para você? — ela fala por entre os dentes, e seu rosto, Jesus! ela
está apavorada.
— Nada, Kate. — Este é realmente o problema. O pensamento traz
um sorriso torto à minha face.
— Então, por que você estava chorando? Você nunca chora. — Ela
disse, sua voz se suavizando. Ela fica parada, seus olhos verdes brilhando de
preocupação. Ela coloca seus braços ao meu redor e me abraça.
Eu preciso dizer alguma coisa para ela me deixar em paz.
— Eu quase fui atropelada por uma bicicleta. — Era o melhor que eu
podia fazer e isso a distraiu imediatamente...dele.
— Jesus, Mer! Você está bem? Está machucada? — Ela me segura na
distância dos braços estendidos e faz uma verificação visual de mim.
— Não, Andrew me salvou. — eu sussurro. — Mas foi apavorante.
— Eu não estou surpresa. Como foi o café da manhã? Eu sei que
você odeia café.
— Eu tomei chá. Foi legal, nada de mais para contar. Eu não sei por
que ele me convidou.
— Ele gosta de você Mer. — Ela abaixou seus braços.
— Não mais. Eu não irei mais vê-lo. — Sim, eu consigo lidar com
isso.
— Ah é?
Droga. Ela ficou curiosa. Eu vou para a cozinha para que ela não
consiga ver meu rosto.
— Sim... Ele está fora do meu nível Kate. — Eu digo tão secamente
quanto eu consigo.
— O que você quer dizer com isso?
— Ora, Kate, é óbvio. — Eu giro para encará-la na porta da cozinha.
— Não para mim. — Ela diz. — Está bem, ele tem mais dinheiro que
você, mas até ai, ele tem mais dinheiro que muita gente nos Estados Unidos.
— Kate, ele... — Eu dou de ombros.
— Mer, pelo amor de Deus! Quantas vezes eu vou ter de te dizer?
Você é realmente linda! — ela me interrompe. Ah não! Esse discurso de novo não.
— Kate, por favor. Eu preciso estudar. — Eu a corto. Ela franze a
testa.
— Você quer ler o artigo? Eu já acabei. José tirou fotos maravilhosas!
Será que eu preciso de uma lembrança visual da beleza de Andrew
eu – não- te- quero Deluca?
— Claro. — Eu coloco um sorriso no rosto, como se fosse mágica e
vou até o notebook. E lá está ele, olhando para mim em preto e branco,
olhando para mim e encontrando minhas falhas.
— Eu finjo ler o artigo, o tempo todo olhando para seu olhar esverdeado ,
procurando na foto alguma pista o porquê dele não ser o homem para mim –
em suas próprias palavras. E subitamente, fica extremamente óbvio. Ele é
bonito demais. Nós estamos em polos diferentes, em mundos diferentes. Eu
tenho a visão de mim mesma como Ícarus, voando perto demais do sol,
queimando e caindo como resultado do meu desejo. As palavras dele fazem
sentido. Ele não é homem para mim.
Foi isso o que ele quis dizer e faz com que a rejeição dele seja mais
fácil de aceitar...Quase. Mas eu posso viver com isso. Eu entendo.
— Está muito bom Kate. — eu digo. — Vou estudar. — Eu não vou
mais pensar nele. Eu prometo para mim mesma e abrindo minhas anotações
de revisão, começo a ler.
É apenas quando eu estou na cama, tentando dormir, que eu me
permito deixar meus pensamentos voltarem para minha estranha manhã.
Eu fico voltando à citação “eu não namoro” e eu fico zangada por não ter
descoberto esta informação mais cedo, quando eu estava em seus braços
mentalmente implorando com cada fibra do meu ser para que ele me
beijasse. Ele já havia dito e repetido. Eu viro de lado. Estranhamente eu me
pergunto se ele seria celibatário. Eu fecho meus olhos e começo a divagar.
Talvez ele esteja se guardando. “Bem, não para você.” Meu subconsciente
sonolento me dá um último golpe e me joga na terra dos sonhos.
E esta noite eu sonho com olhos cinzentos, folhas caídas no leite, e
eu estou em lugares escuros, com uma luz estranha e eu não sei se estou
correndo para alguma coisa ou de alguma coisa... Não está claro.
Eu abaixo minha caneta. Acabei. Meu exame final acabou. Eu sinto
o sorriso do gato de Cheschire19 se espalhar pelo meu rosto. Provavelmente
esta é a primeira vez, esta semana, que eu sorrio. É sexta feira, e nós iremos
celebrar hoje à noite, realmente celebrar. Acho que irei ficar realmente
bêbada. Eu nunca fiquei bêbada antes. Eu olho o pavilhão esportivo
procurando por Kate e ela ainda está escrevendo furiosamente, cinco
minutos antes de acabar. É isso, o fim da minha vida acadêmica. Nunca
mais eu irei sentar em fileiras de ansiedade, isolada, como uma estudante.
Por dentro estou fazendo piruetas, sabendo perfeitamente que é o único
lugar onde posso fazê-las graciosamente. Kate para de escrever e larga a
caneta. Ela procura por mim e eu vejo o seu sorriso do gato de Alice,
também.
Nós voltamos para casa em seu Mercedes, nos recusando a discutir a
prova final. Kate está mais preocupada com o que irá usar esta noite. E eu
estou ocupada procurando pelas chaves na minha bolsa.
— Mer, tem um pacote para você!
Kate está parada nos degraus em frente à porta, com um pacote na
mão. Estranho. Eu não fiz nenhum pedido ultimamente na Amazon.
Kate me entrega o pacote e pega as chaves para abrir a porta da
frente. Está endereçado a Senhorita Meredith Grey. Não há endereço ou
nome de quem enviou. Talvez seja da minha mãe ou de Ray.
— Provavelmente deve ser dos meus pais.
— Abra! — Kate diz, excitada, enquanto se dirige até a cozinha para
pegar nosso “Champagnhe de comemoração de exames finais”.
Eu abro o pacote e dentro eu acho uma caixa dourada com três livros
semi parecidos, recobertos com um pano antigo, cheirando a hortelã e um
cartão branco. Escrito nele, com uma letra cursiva e negra, está:
“Por que você não me avisou que havia perigo? Porque você não me
avisou? As damas sabem contra o que devem se proteger, porque há
romances que contam sobre esses truques.”20
Eu reconheço a citação de Tess of the D´Urbervilles. Eu estou pasma
com a ironia de que eu passei três horas escrevendo sobre a novela de
Thomas Hardy no meu exame final. Talvez não haja ironia, talvez seja
deliberado. Eu inspeciono os livros mais de perto, os três volumes. Eu abro a
primeira contracapa. Escrito em uma letra antiga está:
Puta merda! São as primeiras edições! Eles devem ter custado uma
fortuna e eu sei, quase que mediatamente, quem os mandou. Kate esta
recostada nos meus ombros olhando os livros. Ela pega o cartão.
— Primeira edição. — eu sussurro.
— Não! — os olhos de Kate estão abertos com descrença. — Deluca?
Eu confirmo.
— Não consigo pensar em mais ninguém.
— O que significa o que está escrito no cartão?
— Eu não faço nenhuma ideia. Eu acho que é um aviso.
Honestamente ele vive me alertando. Eu não faço ideia do por que. Não é
como se eu estivesse tentando derrubar a porta dele. — eu franzo a testa.
— Eu sei que você não quer falar sobre ele, Mer, mas ele está
seriamente interessado em você. Com ou sem avisos.
Eu não deixei de pensar em Andrew Deluca na última semana. Está
bem ... Então seus olhos verdes continuam assombrando meus sonhos e
eu sei que vai levar uma eternidade para expurgar a sensação de estar em
seus braços e esquecer seu cheiro. Por que ele me mandou isso?
Ele me disse que eu não era para ele.
— Eu achei um Tess primeira edição para vender em Nova York por
$14.000,00. Mas o seu está em melhores condições. Deve ter sido mais caro.
— Kate estava consultando seu bom amigo Google.
— Esta citação, Tess fala para sua mãe depois que Alex D´Urberville a
seduz.
— Eu sei.
Kate fica inspirada. — O que ele está tentando te dizer?
— Eu não sei e eu não me importo. Eu não posso aceitar isso dele.
Eu vou mandá-los de volta com alguma citação desconcertante de alguma
parte obscura do livro.
— A parte em que Angel Clare diz Foda-se? — Kate pergunta com a
cara mais sonsa do mundo.
— Sim, esta parte. — eu rio. Eu amo Kate, ela é leal e sempre me
apoia. Eu embrulho os livros e os deixo na mesa de jantar. Kate me dá uma
taça de champagne.
— Ao final dos exames e a uma nova vida em Seattle. — Ela sorri.
— Ao fim dos exames, nossa nova vida em Seattle e aos excelentes
resultados que teremos! — Nós brindamos e bebemos.
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onde tudo começa
FanfictionFiz uma fic no começo do ano mais perdi a conta e aqui estou eu para reposta ela por ameaça nos grupo pois bem, né . . FIC e baseada nos 50 tons de cinza mais adaptada para conta merluca espero que gostem