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— Não se mova, — adverte-me, sinto sua cálida respiração sobre
minha pele. Chega ao meu umbigo, introduz a língua e me roça a barriga
com os dentes. Meu corpo se arqueia. — Mmm. Que doce é você, senhorita
Grey — Desliza o nariz desde meu umbigo até meus pelos púbicos, me
mordendo suavemente e me provocando com a língua. Sentando-se, de
repente, ele se ajoelha aos meus pés, agarra-me pelos tornozelos e me separa
as pernas.
Caramba. Ele agarra o meu pé esquerdo, dobra meu joelho e leva o pé
à boca.
Sem deixar de observar minhas reações, beija ternamente cada um dos
meus dedos e logo morde cada um suavemente. Quando chega ao mindinho,
morde com mais força. Sinto uma convulsão e gemo. Ele desliza a língua
pelo peito do meu pé... e já não posso mais vê-lo.
Isso é muito erótico. Vou entrar em combustão. Aperto os olhos e tento
absorver e suportar todas as sensações que me provoca. Beija-me o
tornozelo e segue seu percurso pela panturrilha até o joelho, onde se detém.
Então começa com o pé direito, repetindo todo o sedutor e assombroso
processo.
— Oh, por favor, — Eu gemo e ele morde meu dedo mindinho, e a
dentada se projeta no mais profundo de meu ventre.
— Todas as coisas boas, senhorita grey, — ele respira.
Desta vez não se detém no joelho. Segue pela parte interior da coxa e de uma
vez me separa mais as pernas. Sei o que vai fazer, e uma parte de mim quer
empurrá-lo, porque morro de vergonha. Ele vai me beijar lá!. Eu sei disso.
Mas outra parte de mim desfruta com antecipação. Ele muda para o outro
joelho e sobe até a coxa me beijando, me chupando, me lambendo e, de
repente, está entre minhas pernas, deslizando o nariz por meu sexo, para
cima e para baixo, muito suavemente, com muita delicadeza. Retorço-me...
oh meu Deus.
Ele para e espera que me acalme. Levanto a cabeça e olho para ele
com a boca aberta. Meu acelerado coração tenta tranquilizar-se.
— Sabe o embriagador que seu aroma é, senhorita grey? — ele
murmura, e sem afastar seus olhos dos meus, introduz o nariz em meus
pelos púbicos e cheira.
Ruborizo-me, sinto que vou desmaiar e fecho os olhos imediatamente.
Não posso vê-lo fazendo algo assim!
Percorre-me muito devagar o sexo. Oh, foda...
— Eu gosto disso. — Ele gentilmente puxa os meus pelos púbicos. —
Talvez devamos manter isso.
— Oh... por favor, — suplico-lhe.
— Mmm, eu gosto que me suplique, meredith.
E gemo.— Não estou acostumado a pagar com a mesma moeda, senhorita
Steele, — ele sussurra deslizando-se pelo meu sexo. — Mas hoje me
agradou, assim tem que receber sua recompensa. — Ouço em sua voz o
sorriso perverso, e enquanto meu corpo palpita com suas palavras, começa a
rodear meu clitóris com a língua, muito devagar, me sujeitando as coxas
com as mãos.
— Ahhh! — Eu gemo, meu corpo se arqueia e se convulsiona ao
contato de sua língua.
Segue me torturando com a língua uma e outra vez. Perco a
consciência de mim mesma. Todas as partículas de meu ser se concentram
no pequeno ponto nevrálgico por cima das coxas. As pernas ficam rígidas.
Ouço seu gemido, enquanto me introduz um dedo.
— Oh, querida. Eu adoro que esteja tão molhada para mim.
Move o dedo riscando um amplo círculo, me expandindo, me
empurrando, e sua língua segue o compasso do dedo ao redor de meu
clitóris. Gemo. É muito... Meu corpo suplica por alivio, e não posso seguir
me negando. Deixo-me ir. O orgasmo se apodera de mim e perco todo
pensamento coerente, retorço-me por dentro, uma e outra vez. Caramba. Eu
grito, e o mundo se desmorona e desaparece de minha vista, enquanto a
força de meu clímax torna tudo nulo e sem efeito.
Estou ofegante e vagamente ouço quando ele rasga o envelope da
camisinha. Muito lentamente ele penetra em mim e começa a mover-se. Oh...
meu.. Deus. A sensação é dolorosa e doce, forte e suave ao mesmo tempo.
— Como está? — pergunta-me em voz baixa.
— Bem. Muito bem, — respondo-lhe. E começa a mover-se muito
depressa, até o fundo, investe uma e outra vez, implacável, empurra e volta a
empurrar até que volto a estar perto da borda. Eu choramingo.
— Goze para mim, querida. — Ele me fala no ouvido, com voz áspera,
dura e selvagem, eu explodo enquanto bombeia rapidamente dentro de mim.
— Obrigada, porra — ele sussurra e empurra forte uma vez mais e
geme ao chegar ao clímax apertando-se contra mim. Logo fica imóvel, com o
corpo rígido.
Ele desaba sobre mim. Sinto o seu peso me esmagando contra o
colchão. Passo minhas mãos atadas ao redor de seu pescoço e o abraço
como posso. Eu sei, neste momento, que faria qualquer coisa por este
homem. Sou dele. A maravilha que está me ensinando é muito mais do que
jamais teria podido imaginar. E ele quer levá-la mais, muito mais, para um
lugar que eu não posso, na minha inocência, nem sequer imaginar. Oh... o
que devo fazer?
Apoia-se nos cotovelos, e seus intensos olhos cinza me olham
fixamen— Vê o bom que nós somos juntos? — ele murmura. — Se você se
entregar para mim, será muito melhor. Confie em mim, meredith. Posso
transportar você a lugares que nem sequer sabe que existem.
Suas palavras ecoam em meus pensamentos. Encosta o seu nariz no
meu. Ainda não me recuperei da minha insólita reação física e olho para ele
com a mente em branco, procurando algum pensamento coerente.
De repente, ouvimos vozes no salão, do lado de fora da porta do
quarto. Demoro um momento para processar o que estou ouvindo.
— Se ainda está na cama, tem que estar doente. Ele nunca está na
cama a estas horas. Andrew nunca se levanta tarde.
— Senhora deluca, por favor.
— Taylor, não pode me impedir de ver meu filho.
— Senhora Deluca, ele não está sozinho.
— O que quer dizer com não está sozinho?
— Está com alguém.
— Oh... — Até eu posso ouvir a descrença em sua voz.
Andrew pisca rapidamente, olhando para mim, com olhos
arregalados, com horror humorado.
— Merda! É minha mãe.Ele puxa para fora de mim, de uma vez. Eu estremeço. Senta-se na
cama, tira a camisinha usada e joga em um cesto de papéis.
— Vamos, temos que nos vestir... se quiser conhecer minha mãe. —
Ele sorri, levanta-se da cama e veste o jeans, sem cuecas! Tento me levantar,
mas continuo amarrada.
— Andrew... não posso me mover.
Seu sorriso se acentua, inclina-se e desamarra a gravata, que me
deixou a marca do tecido nos pulsos. Isto é... sexy. Observa-me divertido,
com olhos dançarinos. Beija-me rapidamente na testa e me sorri.
— Outra novidade, — ele reconhece, mas não tenho ideia do que está
falando.
— Eu não tenho roupa limpa. — De repente, estou cheia de pânico,
considerando a experiência que acabo de viver, o pânico me parece
insuportável. Sua mãe! Caramba. Não tenho roupa limpa e ela praticamente
nos pegou em flagrante delito. —Talvez devesse ficar aqui.
— Oh, não, você não vai, — Andrew ameaça. — Pode vestir algo meu.
— Ele veste uma camiseta branca e passa a mão pelo cabelo revolto. Embora
esteja muito nervosa, fico embevecida. Será que vou me acostumar a olhar
para este homem?
Sua beleza é desconcertante.
— meredith, você ficaria bonita até com um saco. Não se preocupe,
por favor. Eu gostaria que conhecesse minha mãe. Vista-se. Vou acalmá-la
um pouco. — Aperta os lábios. — Espero você no salão, dentro de cinco
minutos, caso contrário, eu virei e a arrastarei para fora daqui, com
qualquer coisa que esteja vestindo. Minhas camisetas estão nessa gaveta. As
camisas estão no closet. Sirva-se. — Olha-me um instante, inquisitivo e sai
do quarto.
Caramba. A mãe de Andréw. É muito mais do que esperava. Talvez
conhecê-la me permita colocar algumas peças no quebra-cabeça. Poderia me
ajudar a entender por que Andrew é como é... De repente, quero conhecê-
la. Recolho minha blusa do chão e me alegro por descobrir que sobreviveu a
noite sem estar muito amassada. Encontro o sutiã azul debaixo da cama e
me visto rapidamente. Mas se há algo que odeio é usar calcinhas sujas.
Dirijo-me à cômoda de Andrew  e procuro uma de suas cuecas.
Ponho-me uma cueca cinza da Calvin Klein, o jeans e meu Converse.
Puxo a jaqueta, corro ao banheiro e observo meus olhos muito
brilhantes, minha cara vermelha... e meu cabelo. Caramba... as tranças
estão desfeitas. Procuro uma escova, mas só encontro um pente. Ele teráque servir. Um rabo de cavalo é a única resposta. Eu me desespero com
minhas roupas. Talvez devesse aceitar a oferta de roupas de Andrew . Ponho a jaqueta e me alegro de que os punhos cubram as marcas da
gravata. Nervosa, me olho pela última vez no espelho. É o que posso fazer.
Dirijo-me ao salão.
— Aqui está. — diz Andrew levantando do sofá.
Olha-me com expressão cálida e apreciativa. A mulher loira que está
ao seu lado se vira e me dedica um amplo sorriso. Levanta-se também. Está
impecavelmente vestida, com um vestido estilo camisa, castanho claro, com
sapatos combinando. Está arrumada, elegante, bonita, e me mortifico um
pouco pensando como estou um desastre.
— Mamãe, apresento-lhe meredith grey. Meredith, esta é Grace
Trevelyan-deluca.
A doutora Trevelyan-deluca me estende a mão. T... de Trevelyan?
— Prazer em conhecê-la, — ela murmura. Se não estou enganada, há
espanto e alivio, talvez atordoamento em sua voz e um brilho quente em
seus olhos cor de avelã. Aperto-lhe a mão e não posso evitar de sorrir,
retornando o seu calor.
— Doutora Trevelyan-deluca , — eu murmuro.
— Chame-me de Grace. — Sorri, e Andrew franze o cenho. —
Usualmente sou chamada de doutora Trevelyan, e a senhora Deluca é minha
sogra. — Ela pisca um dos olhos. — Então, como se conheceram? —
pergunta olhando para andrew  incapaz de ocultar sua curiosidade.
— meredith me entrevistou para a revista da faculdade, porque esta
semana vou entregar os diplomas de graduação.
Dupla merda. Tinha-o esquecido.
— Então, você vai se graduar esta semana? — Grace pergunta.
— Sim.
Meu celular começa a tocar. Kate, eu aposto.
— Desculpem-me. O telefone está na cozinha. Aproximo-me e o pego
do balcão sem checar o número.
— Kate.
— Meu Deus! Mer ! – Que merda, é José. Parece desesperado. — Onde
está? Já liguei umas vinte vezes. Tenho que ver você. Quero te pedir perdão
pelo que aconteceu na sexta-feira. Por que não me respondeu as ligações?
— Olhe, José, agora não é um bom momento.
Olho muito nervosa para andrew, que me observa atentamente, com
rosto impassível, enquanto murmura algo para sua mãe. Dou-lhe as costas.
— Onde você está? Kate está muito evasiva, — ele queixa-se.
— Estou em Seattle.
— O que você faz em Seattle? Está com ele?
— José, eu ligo para você mais tarde. Não posso falar agora. E desligo.Volto com toda tranquilidade para andrew  e sua mãe. Grace está em pleno
falatório.
— ... e Elliot me ligou para dizer que você estava por aqui... Faz duas
semanas que não vejo você, querido.
— Elliot sabia? — Andrew  pergunta me olha com expressão
indecifrável.
— Pensei que poderíamos comer juntos, mas já vejo que tem outros
planos, assim não quero lhes interromper. — Ela agarra seu comprido
casaco de cor creme, vira-se para ele, oferecendo o rosto para ele. Ele a beija
rapidamente com suavidade. Ela não toca nele.
— Tenho que levar meredith para Portland.
— É claro, querido. Meredith, foi um prazer lhe conhecer. Espero que
voltemos a nos ver.
Ela estende-me a mão, com olhos brilhantes e nós sacudimos.
Taylor aparece procedente de... onde?
— Senhora Deluca ? — Ele pergunta.
— Obrigado, Taylor. — Ele a segue pelo salão e atravessam as portas
duplas que vão para o vestíbulo. Taylor esteve aqui o tempo todo? Por
quanto tempo esteve aqui? Onde esteve?
Christian me olha.
— Então o fotógrafo ligou para você?
Merda.
— Sim.
— O que queria?
— Só me pedir perdão, já sabe... por sexta-feira.
Andrew  aperta os olhos.
— Eu vejo, — ele diz simplesmente.
Taylor volta a aparecer.
— Senhor Deluca , há um problema com o envio de Darfur.
Andrew  acena bruscamente para ele com a cabeça.
— O Charlie Tango voltou para o Boeing Field?
— Sim, senhor.
Taylor sacode a cabeça para mim.
— Senhorita grey.
Eu sorrio timidamente para ele, que se vira e sai.
— Taylor vive aqui?
— Sim. — responde-me cortante. Qual o problema agora?
Andrew  vai à cozinha, pega o seu BlackBerry e dá uma olhada aos e-
mails, suponho. Está muito sério. Ele faz uma ligação.
— Ros, qual é o problema? — pergunta bruscamente. Escuta sem
deixar de me olhar com olhos interrogativos. Eu estou no meio do enorme
salão me sentindo extraordinariamente auto-consciente e deslocada.— Não vou pôr a tripulação em perigo. Não, cancele-o... Lançá-lo-emos
do ar... Bom.
Desliga. A suavidade em seus olhos desapareceu. Parece hostil. Lança-
me um rápido olhar, dirige-se para seu escritório e volta um momento mais
tarde.
— Este é o contrato. Leia e o comentaremos no fim de semana que
vem. Sugiro que pesquise um pouco, para que saiba do que estamos falando.
— Para por um momento. —Bom, se aceitar e espero realmente que aceite.
— acrescenta em tom mais suave, nervoso.
— Pesquisar?
— Você pode ficar surpresa com o que pode encontrar na internet —
ele murmura.
Internet! Não tenho computador, só o notebook de Kate, e, é obvio, não
posso utilizar o do Clayton's para este tipo de "pesquisa", certo?
— O que acontece? — pergunta-me inclinando a cabeça.
— Não tenho computador. Estou acostumada a utilizar os da
faculdade. Verei se posso utilizar o notebook de Kate.
Ele me entregou um envelope pardo.
— Estou certo que posso... err, lhe emprestar um. Recolha suas
coisas. Voltaremos para Portland de carro e comeremos algo pelo caminho.
Vou vestir-me.
— Tenho que fazer uma ligação, — eu murmuro. Só quero ouvir a voz
do Kate. Ele franze o cenho.
— Para o fotógrafo? — Suas mandíbulas se apertam e os olhos ardem.
Eu pisco para ele. — Eu não gosto de compartilhar, senhorita grey .
Lembre-se disso. — Seu tom de voz calmo, é um arrepiante aviso e dando
um olhar muito frio para mim, ele volta para o quarto.
Caramba. Eu só queria ligar para a Kate. Quero ligar diante dele, mas sua
repentina atitude distante me deixou paralisada. O que aconteceu com o
homem generoso, depravado e sorridente que me fazia amor faz apenas meia
hora?
— Pronta? — Andrew  me pergunta junto à porta dupla do vestíbulo.
Eu concordo, incerta. Ele recuperou seu tom distante, educado e
convencional. Voltou a colocar a máscara. Leva uma bolsa de couro sobre o
ombro. Para que a necessita? Talvez ele fique em Portland. Então recordo a
entrega dos diplomas. Sim, claro... Estará em Portland na quinta-feira.
Está vestindo uma jaqueta negra de couro. Vestido assim, sem dúvida não
parece um multi milionário. Parece um menino extraviado, possivelmente
uma rebelde estrela de rock ou um modelo de passarela. Suspiro por dentro,
desejando ter uma décima parte de sua elegância. É tão tranquilo e
controlado... Franzo o cenho ao recordar seu arrebatamento com a ligação de
José... Bom, ao menos parece que o é.
Taylor está esperando ao fundo.

Boa noite gente ❤️

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