De manhã, antes mesmo do despertador tocar, Jimin se levantou com cuidado, caminhando com as pontas dos pés. Não queria acordar Jungkook de forma alguma tendo em vista o sono gostoso que ele dormia enquanto permanecia todo embolado naquele edredom macio.
As bochechas amassadas no travesseiro faziam com que a brutalidade que ele usou para agarra-lo na noite anterior parecesse coisa de outro mundo.
Mas que Jungkook possuía uma dualidade inacreditável todos já sabiam.
O garoto de cabelos azulados caminhou até a mesa da cozinha, parando para pensar como faria um café da manhã especial se sua geladeira só tinha besteiras e seus armários uma porção gigantesca de industrializados. Xingou mentalmente, encontrando no armário uma frigideira limpa.
Jimin resolveu que tentaria fazer ovos mexidos, mas acabou socando a frigideira na pia sem querer, estrondando um barulho extremamente agudo. A careta que se formou em seu rosto só não foi pior que sua sessão de xingamentos:
— Puta que pariu do caralho! Inferno! — E só depois de praguejar alto, se tocou que não podia fazer barulho.
Por sorte Jeon ainda estava no milésimo sono, e dormia pesado, finalmente tranquilo.
Sem saber o que fazer naquele momento, Jimin pensou em ligar para Taehyung, mas o garoto provavelmente não teria muito para acrescentar sobre cozinha e receitas. Foi aí que Park resolveu apelar. Por sorte, alguns dias antes, havia trocado números com San, afinal se preocupava com o bem estar de Jungkook e o garoto estava sempre por perto naquele trabalho horrendo.
Não pensou duas vezes antes de retornar por todo o caminho tortuoso de atravessar o apartamento na ponta dos pés para não acordar o mais novo, alcançando a maçaneta para se refugiar no corredor longo.
Só que, enquanto buscava pelo contato de San em seu celular, Jimin percebeu uma segunda presença ali. Foi erguendo a cabeça lentamente, curioso, se deparando com o vizinho de apartamento andando tão devagar quanto ele, encarando-o todo incrédulo. Talvez ele realmente tivesse ouvido a gritaria da noite anterior. Park quis rir. Rir não, gargalhar.
E ele ia fazer o que? Era um escandaloso na cama mesmo, e Jungkook, para variar, gemia gostoso.
Pediu desculpas mentalmente, vermelho por segurar o riso enquanto se encaravam daquela forma ridícula. E atrevido como sempre foi, arriscou:
— Bom dia, tudo bem?
E o homem, mesmo com aquela cara mau humorada, passava um ar engraçado e nada grosseiro, mesmo quando respondeu:
— Bom dia pra quem?
— Pra mim, com certeza.
— A noite foi boa, né? — O homem se atreveu a dizer, movendo a cabeça de um lado para o outro em desaprovação, mas ao mesmo tempo também parecia querer rir. — Descanse, pelo amor de deus.
Quando saiu por completo, Jimin tapou a boca com a mão livre e riu num misto de vergonha e incredulidade que precisou até mesmo se agachar no chão frio. Estava se sentindo tão vivo, tão fora de sua realidade e tudo parecia tão leve e tranquilo que seus lábios estavam se curvando para os ares. Só sabia sorrir. Era esse o efeito Jungkook.
Por isso ligou de uma só vez para San, queria que seu garoto acordasse com uma surpresa daquelas.
Porém, ao realizar tal ação, jogou para o quinto dos infernos o fato de que o relógio ainda marcava sete da manhã. San, ao atender, foi direto:
— Mas que porra? — Sua voz parecia extremamente rouca, ainda estava dormindo. — O que foi? Quem é? Eu já paguei a merda da conta de luz.
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NEPTUNE • jjk x pjm
FanfictionQuando criança, Jimin fez uma promessa para Jungkook dizendo que algum dia, independente do quanto demorasse, pintaria seu cabelo de azul em homenagem à ele e à Netuno, o planeta preferido do garoto mais novo. Vivendo num orfanato, os dois são separ...