one! his fluffy cheeks

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QUINZE ANOS ATRÁS:

Miya noona! Noona, venha ver! — Jungkook gritou afobado, enroscado em seus próprios sapatos quase tropeçando, chamando a garota banhado em uma euforia absurda. — Chegou um garotinho!

— Mais um? — ela respondeu sem dar muita importância, mas quando o garoto se aproximou e puxou a manga do seu moletom tentando chamar atenção, Miya nada pode fazer além de colar o rosto na janela de vidro do segundo andar juntinho com Jungkook.

— Ele é fofinho, veja só! As pernas gordinhas, as bochechas fofas. — observou, encantado.

Aquela foi a primeira vez em que Jeon Jungkook se sentiu encantado por Park Jimin.

— Parece um gatinho amedrontado, olha lá. — ela reparou, sorrindo, passando a mão preguiçosa pelos fios desgrenhados do cabelo de Jeon. — está precisando cortar o cabelo, coelhinho.

— Eu gosto dele assim, noona.

— Ah, é? Então vamos deixar assim. Você pode deixá-lo do jeito que te agradar mais.

— Obrigado. — foi o que ele respondeu, mesmo querendo dizer inúmeras palavras de agradecimento por ter sido tão acolhido desde o momento em que chegou. Miya era como uma irmã mais velha, a irmã que nunca teve, ou talvez até tivesse porém jamais saberia devido à escassez de informação sobre o paradeiro de seus pais. Ela o fazia bem, ele era uma criança educada e gentil, e assim as coisas iam acontecendo e a vida ia passando.

— Vamos, vamos ajudar a madre Lee a recepciona-lo. — a garota sussurrou, apressada, puxando Jungkook rapidamente pelas mãos, descendo os inúmeros degraus com rapidez.

Quando chegaram na recepção, entretanto, não se sentiram muito bem. Jungkook quis chorar. Quis chorar porque o garoto à sua frente possuía os olhos marejados e uma feição dolorosa de medo e espanto. Os olhinhos tão pequenos e amedrontados, a boca inchada e trêmula, as mãos enroscadas em frente à barriga um pouco saliente e os pés juntos demonstrando certa timidez.

Sem delongas, Jungkook, que sempre foi tão adiantado para sua idade, apenas ignorou toda a burocracia entre a assistente social e a madre, dizendo: — Meu nome é Jungkook. Suas bochechas são gordinhas.

— Oh, já está fazendo um amigo? — a assistente social, tentando amenizar o clima tão pesado que era deixar a criança sozinha no mundo largada no orfanato, perguntou sorrindo e se aproximou. — diga seu nome também, Minnie!

— Minhas bochechas não são gordas. — Jimin fungou, cabisbaixo, deixando as mãos cheinhas secaram os resquícios de lágrimas. — seus dentes que são grandes.

E ali, involuntariamente, começou a história que já estava predestinada.

Porque naquele dia, quando o tempo fechou já à noite e Jimin se sentiu amedrontado e com saudades de casa, correu até o escritório da madre sem possuir conhecimento algum de que aquele era um lugar proibido para as crianças, e se escondeu sob a mesa de madeira com medo dos raios e trovões estrondosos.

Nenhuma criança se atreveu a avisa-lo que não podia entrar ali, muito menos o ajudou. E então, Jungkook com um pote de biscoitos amanteigados e a camiseta listrada cheia de farelos, caminhou até o local onde as crianças se aglomeravam para espionar Jimin e sentiu seu coração bater desregulado pela primeira vez na vida.

NEPTUNE • jjk x pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora