two! my heart recognizes you

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QUINZE ANOS DEPOIS:

Jimin estava exausto. Sabia que seria o primeiro dia treinando na empresa do pai, mas mesmo assim havia saído no dia anterior para farrear sem se importar com os compromissos. Dongsun sempre costumou ser um homem de integridade, compromissos, pontual e extremamente crítico. Mesmo sendo apenas o pai adotivo do garoto, educou-o desde que o resgatou no orfanato completamente amedrontado.

Park não queria ser adotado. Não queria conviver com uma nova família, aprender tudo de novo e ainda por cima numa família tão rigorosa e de grande poder aquisitivo. Ele queria continuar no orfanato com seus amigos e com Jungkook, principalmente porque, quando saiu dali, já estava entrando no período da puberdade e tudo se tornou difícil.

Não via mais Jeon com os mesmos olhos inocentes. Estava descobrindo sensações esquisitas quando olhava para ele, e principalmente um sentimento um tanto diferente pelo amigo. Nunca disse nada, afinal eram apenas pré-adolescentes e Jungkook era ainda mais novo, não entendia muito bem as coisas e tudo poderia se tornar uma grande confusão. Jimin não queria afastá-lo, era sua maior preciosidade na vida.

Quando chegou na mansão gigantesca e se deparou com cinco empregadas enfileiradas sorrindo, sentiu uma ânsia atingi-lo. Park queria seu quarto antigo, seus amigos e também Jungkook. Queria a madre Lee sempre tão rigorosa lhe dando ordens e lições e também espionar Jeon cantando escondido sentindo todo o seu corpo se amolecer.

— Ei, Jimin! Seja bem vindo! — sua nova "mãe", ou o que gostariam que ele aceitasse, disse num fio de voz emocionado, se aproximando do garoto cabisbaixo. — nós estamos muito felizes em te ter em nossas vidas, será muito feliz aqui.

O silêncio absoluto disse muitas coisas.

— Ele deve estar com vergonha ainda, mulher. — Dongsun sorriu, segurando o menino pelos ombros. — está com fome? Quer alguma coisa?

Meus amigos. Foi o que Jimin quis dizer.

Era muito azar, certo? Digo, além do garoto ter sido obrigado a mudar toda a sua rotina aos oito anos depois do acidente dos pais, ainda precisou abandonar todos aqueles que criou algum tipo de laços e iniciar uma vida ao lado de desconhecidos. Tudo de novo.

— Vou preparar um sanduíche. — Yoohyeon bradou alegre, sendo interrompida pelo marido que a segurou firmemente pelo punho direito, dizendo:

— Nada disso. Vamos sair para jantar essa noite. Os três.

E bem, aquela noite fora terrível para Jimin. Não em questão de comida, porque o restaurante escolhido deu de dez a zero em qualquer outra refeição que tivesse realizado em toda a sua vida, mas nunca se sentiu tão deslocado, nem mesmo quando chegou no orfanato.

Dongsun era chato, entediante, só sabia abrir a maldita boca para falar da maldita empresa e do maldito dinheiro que ganhava com ela. Yoohyeon era a definição de "sei lá, tanto faz". Seus olhos demonstravam que não era aquela a vida que desejava, mesmo sendo tão bonita e sorridente, apenas ouvia tudo e seguia em silêncio obedecendo o marido.

Jimin pensava em apenas uma coisa: Jungkook. Gostaria de saber se o garoto estava bem, se havia comido o ensopado feito pelas freiras e o que ele acharia se provasse aquela comida tão cara e sofisticada. Desejou estar ao lado do seu amigo, e não daqueles dois desconhecidos.

NEPTUNE • jjk x pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora