NEPTUNE • jjk x pjm

eleven! in your sea i drown

Leiam as notas finais 💙

☔️

Se pudesse classificar o jantar da empresa dos pais em uma palavra, Park Jimin escolheria "desastroso".

Vestido em seda com a pele mais aveludada do que nunca, desejou morrer quando observou um dos sócios do seu pai dando encaradas nada discretas enquanto ninguém via. Mas ele via, e céus, por mais que fosse horrível dizer isso, desejou não possuir visão alguma naquele momento. Tão luxuoso com a mulher ao lado naquela mansão imensa, e mesmo assim fazendo algo tão sujo em frente à todos.

O jantar era uma pequena comemoração devido à mais um dos projetos milionários que fora concluído, realizado na mansão de um dos braços direitos do seu pai, tudo estava incrivelmente impecável e Jimin precisava admitir. Mas às vezes, entretanto, gostaria de apenas curtir um restaurante barato com uma boa conversa sobre os pesares da vida, agradecendo por ter alguém para amar e conversar, ignorando a realidade tão esmagadora: a de que não possuía ninguém, era apenas mais uma pessoa solitária no mundo.

— Ei, príncipe. — Yoohyeon sussurrou sorrindo, atraindo sua atenção. — Está quietinho, quer algo?

— Estou bem. — sorriu. — A senhora está linda. — observou o colar de pérolas e também o vestido nude que caía pelo corpo da mulher de maneira absurdamente deslumbrante. Sua mãe era uma mulher linda, admirável, mas que infelizmente estava cada vez mais presa nas teias de Dongsun.

— Oh, obrigada meu anjo. — ela sorriu verdadeiramente. — Seu pai disse algo?

— Não, por que?

— Você anda meio apático desde...desde aquele dia em que ele...

— Está tudo bem, a senhora pode dizer. Aquele dia em que ele me bateu.

— Eu gostaria de ter evitado, Jimin. Eu não tolero violência, ele nunca agiu daquela forma...

— Está tudo bem, eu estou bem. — Park sorriu com ainda mais força, quase chorando por dentro porque não aguentava mais disfarçar o quão incomodado estava com toda aquela pressão exagerada.

— E é por isso que os negócios vão bem. — puderam ouvir Dongsun terminar a frase, todo orgulhoso, e então seu olhar se dirigiu até Jimin de propósito. — Quando um homem age feito homem, cria uma família e se dedica ao seu trabalho, tudo tende a dar certo. Homem e mulher, assim como tem que ser, e uma rotina responsável ao invés de baladas e bebedeiras. É isso que faz um homem de sucesso.

Park engoliu em seco. Sabia que era uma indireta bem direta, e sinceramente não sabia se o que estava dando mais ânsia era o discurso de seu pai ou os olhares ser vergonha alguma que alguns homens lhe davam na ponta oposta da mesa. Era humilhante.

Passou o jantar todo calado, agindo como uma verdadeira marionete de todos. Minutos depois, caminhando pelo jardim da casa com a taça de champanhe em mãos, respirou o ar limpo e desejou visualizar novamente os olhos redondinhos de Jungkook na época do orfanato. Tão pequenino, por onde andava? Estava bem financeiramente? Saudável e se alimentando com frequência?

— Por que alguém tão gracioso está perdido por aqui, hm? — Park ouviu uma voz desconhecida, mas o frio na espinha também pode ser sentido devido à aproximação inesperada.

Virou-se e observou o mesmo homem de antes o encarando sem pudores, sentiu a mesma ânsia anterior e desejou correr dali o mais rápido possível. Tentando se afastar, Jimin caminhou com lentidão, mas acabou sentindo as mãos alheias tateando seu abdômen para impedi-lo. Olhou ao redor, procurou por seus pais ou alguém que pudesse ajudá-lo, e nada. Precisaria enfrentar aquilo sozinho.