thirty four! please you stay alive

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Jungkook nunca conseguiu esquecer a feição de Jimin quando pisou para fora daquele quarto alugado prometendo jamais vê-lo novamente.

Conseguiu enxergar nele, naquele dia, o semblante entristecido e desesperado que estampou seu próprio rosto quando o garoto foi adotado.

Era a sensação do abandono.

De perder aquela pessoa tão especial, tão decisiva em sua vida.

Park até cogitou ser tudo uma brincadeira de mau gosto, principalmente porque acreditar nisso lhe dava esperança de que talvez Jungkook voltaria.

Então, por dois dias seguidos, esperou na janela do hotel que seu menino voltasse. Não comeu, não dormiu nem três horas seguidas e também não se preocupou em tomar banho.

Estava, com todas as letras, destruído.

Deixou tantas ligações no celular de Jungkook que lotou sua caixa de recados. Mandou mensagens chorando, depois xingando, e depois pedindo desculpas. Ignorou todas as outras pessoas enchendo seu celular de mensagens recheadas de preocupação, e também todas as ligações de Yoohyeon.

Taehyung enviou quase sessenta emojis para chamar sua atenção, mas nada funcionava. Jimin estava paralisado, preso naquela dor cortante e na sensação de esperança porque a ficha ainda não havia caído.

Por isso, no terceiro dia, Tae deu um jeito de descobrir onde era o hotel.

Quando chegou, não se importou com a mata assustadora ao redor, ou com a boca engordurada da recepcionista enquanto comia frango frito, ou com as paredes descascando de forma descuidada.

Não ligou para nada, porque quando viu o estado do melhor amigo ao abrir a porta, entendeu que seu único propósito era passar ao seu lado aquela dor profunda de coração partido.

Trêmulo e encolhido, Jimin não conseguiu esboçar reação alguma quando Taehyung entrou, apenas deixou que seus olhos sem brilho algum lhe encarassem pedindo por socorro e carinho.

Kim não se aproximou de uma vez quando entrou e trancou a porta. Devagarinho, foi caminhando com o coração doendo ao ver sua pessoa favorita daquele jeito, observando à todo momento se ele demonstrava algum tipo de afastamento.

Não forçaria nenhum tipo de contato ou interação se Park não quisesse, sabia que seu amigo estava em estado de pânico por dentro.

Mas o que aconteceu foi o oposto, afinal o que Jimin mais precisava era de um pouco de aconchego. Por isso, com os olhos um pouco arregalados e as mãos tremendo ao lado do corpo, avisou baixinho:

— Ele foi embora, Taehyung. Jungkook me deixou.

O abraço que veio à seguir durou quase três minutos inteiros. Kim Taehyung aguardou que o pequeno chorasse na curva do seu pescoço, descendo e subindo a destra pelas costas alheias numa tentativa de acolhimento.

Tempo depois, completamente arrasado e confuso, perguntou:

— Ji, o que foi que aconteceu? Vocês estavam bem até o dia na casa do Yuta, nós nos divertimos tanto!

— Eu... eu não sei. Eu não sei o que aconteceu, talvez ele só tenha enjoado de mim e...

— Não, isso não e você sabe. Jungkook jamais enjoaria de você. — Taehyung finalmente conseguiu afastar um pouco o rosto de Jimin para poder encara-lo, levando sua mão até a face tomada por lágrimas, secando uma por uma. — Alguma coisa aconteceu, Jimin. Ele não recebeu nenhuma mensagem suspeita? Ou alguma ligação?

— Não que eu tenha visto...

Então, num estalo, o garoto se lembrou:

— Ele foi embora com Peter.

NEPTUNE • jjk x pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora