Dois dias depois do encontro com Jungkook, Jimin estava disposto a concretizar suas duas promessas.
A primeira, um pouco mais complicada, era a de aceitar o desafio quase impossível de participar das etapas para a mostra de dança tão inalcançável.
A segunda, um pouco mais emocional, era a de levar Jeon de volta ao orfanato e checar como as coisas estavam, rever as madres e toda aquela alegria e magia que a infância naquele lugar guardava.
A realidade dos orfanatos era tão triste em sua grande maioria mas naquele lugarzinho tão simples e pequeno tudo fluía tão bem, principalmente porque era guiado e governado com o princípio mais bonito de todos: o amor.
Madre Lee amava aquelas crianças, amava o brilho no olhar de cada uma delas e também a inocência tão bonita. Eram felizes com comida simples, roupas e brinquedos doados e quartos divididos.
Por isso ali, sentado ao lado da mãe enquanto a mesma folheava uma revista sem muito ânimo, Jimin sorriu fraco. Estavam na sala de espera do consultório médico, era dia de exames de rotina e Yoohyeon não queria ir sozinha.
Contar com a companhia de Dongsun era praticamente um desperdício, afinal o homem só sabia reclamar e depositar toda a sua atenção no trabalho exaustivo da empresa.
Já Jimin, sempre tão doce — com exceção dos dias em que acordava uma fera e praguejava aos ventos pela casa — foi sua melhor opção. O garoto sabia que eram apenas exames rotineiros, mas mesmo assim segurou a mão delicada com um único anel de ouro branco no dedo indicador e a deixou em seu colo, demonstrando apoio e companheirismo.
— Está com medo? — Ele sorriu de pertinho.
— Acho que não. — Deixando a revista de lado, a mulher finalmente encarou o filho. — Tem certeza que não te atrapalhei? E as aulas?
— Minhas notas estão boas, e hoje as aulas nem são tão importantes assim...
— Park Jimin. — A intenção era chamar sua atenção de brincadeira, mas chamando-o assim, pelo seu sobrenome de nascença, acabou atraindo os olhos pequeninos para sua direção, até mesmo um pouco arregalados.
— Mãe...
— Você prefere assim, não é?
— Não é isso, é que...
— É seu direito, Jimin. É quem você é, e infelizmente quem te colocou no mundo não fui eu...
Indignado, Jimin chacoalhou a cabeça em aflição rapidamente numa negativa explícita. Então, agoniado com aquilo, explicou:
— Não é por isso, mãe! Não, não tem nada a ver com você. — Ainda era estranho dizer, mas ele afirmou em voz alta: — Eu te amo como uma mãe de verdade. É que é quem eu sou, entende? É o nome que aprendi a falar nos primeiros anos de vida, é o nome que meus amigos da escola e do orfanato me chamavam... Não muda absolutamente nada.
— Você promete?
— Prometo. — Beijou o topo da sua cabeça, sentindo o cheiro gostoso do shampoo.
— Song Yoohyeon? — A recepcionista chamou educadamente, tirando ambos daquele momento tenso, aguardando que ela a seguisse enquanto o filho esperava um pouco preocupado.
Enquanto isso, do outro lado da cidade, Jeon Jungkook rolava pelo tapete de tricô, brincando com o gato alaranjado que se divertia ao seu lado.
San sorriu observando tal cena, encostado na parede próxima enquanto assoprava sua xícara de café.
— Certo, reunião urgente para decidir o nome desse gato.
— Eu voto em Azulzinho!
— Jungkook, ele é laranja.
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NEPTUNE • jjk x pjm
FanfictionQuando criança, Jimin fez uma promessa para Jungkook dizendo que algum dia, independente do quanto demorasse, pintaria seu cabelo de azul em homenagem à ele e à Netuno, o planeta preferido do garoto mais novo. Vivendo num orfanato, os dois são separ...