twenty seven! take me home where i belong

24.5K 2.1K 4.1K
                                    

Dois dias depois do encontro com Jungkook, Jimin estava disposto a concretizar suas duas promessas.

A primeira, um pouco mais complicada, era a de aceitar o desafio quase impossível de participar das etapas para a mostra de dança tão inalcançável.

A segunda, um pouco mais emocional, era a de levar Jeon de volta ao orfanato e checar como as coisas estavam, rever as madres e toda aquela alegria e magia que a infância naquele lugar guardava.

A realidade dos orfanatos era tão triste em sua grande maioria mas naquele lugarzinho tão simples e pequeno tudo fluía tão bem, principalmente porque era guiado e governado com o princípio mais bonito de todos: o amor.

Madre Lee amava aquelas crianças, amava o brilho no olhar de cada uma delas e também a inocência tão bonita. Eram felizes com comida simples, roupas e brinquedos doados e quartos divididos.

Por isso ali, sentado ao lado da mãe enquanto a mesma folheava uma revista sem muito ânimo, Jimin sorriu fraco. Estavam na sala de espera do consultório médico, era dia de exames de rotina e Yoohyeon não queria ir sozinha.

Contar com a companhia de Dongsun era praticamente um desperdício, afinal o homem só sabia reclamar e depositar toda a sua atenção no trabalho exaustivo da empresa.

Já Jimin, sempre tão doce — com exceção dos dias em que acordava uma fera e praguejava aos ventos pela casa — foi sua melhor opção. O garoto sabia que eram apenas exames rotineiros, mas mesmo assim segurou a mão delicada com um único anel de ouro branco no dedo indicador e a deixou em seu colo, demonstrando apoio e companheirismo.

— Está com medo? — Ele sorriu de pertinho.

— Acho que não. — Deixando a revista de lado, a mulher finalmente encarou o filho. — Tem certeza que não te atrapalhei? E as aulas?

— Minhas notas estão boas, e hoje as aulas nem são tão importantes assim...

— Park Jimin. — A intenção era chamar sua atenção de brincadeira, mas chamando-o assim, pelo seu sobrenome de nascença, acabou atraindo os olhos pequeninos para sua direção, até mesmo um pouco arregalados.

— Mãe...

— Você prefere assim, não é?

— Não é isso, é que...

— É seu direito, Jimin. É quem você é, e infelizmente quem te colocou no mundo não fui eu...

Indignado, Jimin chacoalhou a cabeça em aflição rapidamente numa negativa explícita. Então, agoniado com aquilo, explicou:

— Não é por isso, mãe! Não, não tem nada a ver com você. — Ainda era estranho dizer, mas ele afirmou em voz alta: — Eu te amo como uma mãe de verdade. É que é quem eu sou, entende? É o nome que aprendi a falar nos primeiros anos de vida, é o nome que meus amigos da escola e do orfanato me chamavam... Não muda absolutamente nada.

— Você promete?

— Prometo. — Beijou o topo da sua cabeça, sentindo o cheiro gostoso do shampoo.

— Song Yoohyeon? — A recepcionista chamou educadamente, tirando ambos daquele momento tenso, aguardando que ela a seguisse enquanto o filho esperava um pouco preocupado.

Enquanto isso, do outro lado da cidade, Jeon Jungkook rolava pelo tapete de tricô, brincando com o gato alaranjado que se divertia ao seu lado.

San sorriu observando tal cena, encostado na parede próxima enquanto assoprava sua xícara de café.

— Certo, reunião urgente para decidir o nome desse gato.

— Eu voto em Azulzinho!

— Jungkook, ele é laranja.

NEPTUNE • jjk x pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora