That Tomboy | Seulrene

48. O campeonato.

Nota: olha só quem voltou, se não é a dona dos pensamentos de vocês! Este capítulo está incrivelmente grande e cheio de grandes acontecimentos. No final, acho que vocês irão me agradecer um pouco. Eu espero meus mimos!

...

Como Seulgi bem suspeitava, foi difícil. Ela se lembra de ter acordado de um sono mal feito, pois outra vez ela teve insônia em grande parte de sua noite. Quando acordou, somente o clarão do quarto a fez perceber que já era segunda-feira e que tudo iria ter sua continuidade, embora seu medo ainda existisse.

Seulgi também se lembra de ter tomado café da manhã com sua família. Moonbyul lhe encarou o tempo todo, como se tivesse algo a dizer, mas não o fez por causa de Seiha do outro lado da mesa. Então, elas permaneceram em silêncio, com uma Kang da garganta travada e outra Kang com a garganta cheia de saliva para trabalhar.

Posteriormente, Seiha as levou para a escola e se despediu das duas filhas. Seulgi, ainda calada, andava a passos rápidos e os punhos cerrados dentro de seu moletom. Moonbyul tentava entender seu comportamento, certamente com um pensamento já formado em sua cabeça. Quando ambas adentraram no colégio, nesse momento a skatista pôs a mão em seu ombro, indicando que ela parasse de andar.

— Tudo bem, eu não tenho certeza do porquê você estar tão calada, mas meu palpite é que isso tem a ver com o fato de você ter chegado tarde ontem.

A tomboy não esperava que sua irmã a tivesse visto chegar ontem à noite, mas agora se sentia preocupada por Moonbyul saber. Ela nem mesmo sabia qual explicação daria para Irene, o que diria para a mais alta? Não, Seulgi não gostaria de ter mais uma preocupação, não por agora!

— Precisei resolver alguns assuntos. — desviando seu olhar, a explicação fajuta foi a única coisa que saiu de seus lábios. Sua expressão fechada entregava para Moonbyul que aqueles assuntos não eram nada bons.

— Que assuntos, Bear? — Moon insistiu.

— Apenas assuntos inerentes, Moon. — mas Seulgi também insistiu em se fazer de desentendida.

— Eu não acredito em você. — a outra Kang disparou.

E para sua surpresa, não foi uma resposta grossa que veio a seguir, apenas o silêncio de sua irmã. Seulgi já sabia que não adiantaria dar patadas em Moonbyul, afinal, ela não estava errada em se preocupar. No entanto, a tomboy não queria compartilhar com ninguém sobre o que aconteceu, mesmo que o "ninguém" incluísse alguém que ela confia muito.

Logo, Solar chegou por trás de sua irmã, para sua sorte, e a puxou para alguns minutos de namoro. Foi o necessário para que ela pudesse ficar um pouco em paz com sua mente. Toda essa paz não existiu de fato, era apenas o consciente de Seulgi tentando fazê-la acreditar que nada daquilo aconteceu, isto é, uma parte dele. A outra parte a importunava com grandes marteladas de bom senso: Seulgi precisava pôr as cartas na mesa.

Sim, ela precisava ser sincera. Talvez Irene entenderia que tudo aconteceu por um deslize de bebidas em que Wendy excedeu. Sua amiga precisava de ajuda e a tomboy não negou. Ou talvez Irene ficaria confusa por não ter presenciado a cena, poderia até pensar que Seulgi manteria sentimentos sigilosos por sua companheira de time.

Tendo esses pensamentos, baseados em hipóteses, a conclusão que a tomboy chegou foi que ambas dariam a um resultado: o relacionamento que elas construíram certamente ficaria abalado com tal acontecimento. E Seulgi nem mesmo poderia se dar o luxo de estragar aquilo, bem porque ainda havia outro segredo a contar.

Por isso, sua lista de "coisas difíceis de se contar para a namorada" acabou de aumentar.

Mas a parte mais difícil do processo foi fingir que nada aconteceu, por enquanto. Esse "fingir" começou a partir do momento em que Irene chegou lhe beijando na bochecha e em seguida nos lábios. Ela parecia feliz, tão radiante, como Seulgi tinha medo daquele sorriso acabar.