15. Você não pode negar.

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Uma semana se passou. Mas vamos com calma para exemplificar o que ocorreu nessa semana não tão monótona. Na segunda feira Seulgi simplesmente fez o favor de satisfazer Irene na sala de instrumentos, como vocês bem acompanharam. Na terça-feira elas repetiram o ato no vestuário do ginásio, ato que aconteceu após Seulgi ter treinado com o time. Na quarta feira elas ficaram só com os beijos pelo tanto de trabalhos pendentes que possuíam. Na quinta mal se falaram por causa das ocupações de Irene com suas amigas, especialmente Solar, quem resmungava coisas sobre sua família um tanto puxada. Na sexta-feira, por fim, mataram a saudade no incrível e conhecido corredor dos armários, que segundo elas, foi o melhor e o mais perigoso lugar de todos.

No fim de semana trocaram mensagens por celular, já que os dois dias eram exclusivos para a família. Mas na segunda se encontraram de novo. No entanto, apesar de Irene gostar muito de ter a maioria da atenção da tomboy voltada para si, algo ainda a incomodava por demais, que se remete ao fato da legião de fãs de Seulgi existir e ser incrivelmente insuportável ao extremo. Não poderia simplesmente esconder o seu olhar queimando sobre as garotas que gostavam de se insinuar para ela, mas era obrigada a manter a discrição, coisa que foi proposta pelas duas quando alegaram que aquele caso seria muito melhor se fosse mantido em segredo.

Não era bem um relacionamento, propriamente dito, na verdade as duas se encontravam para aliviar o estresse que era estudar em período integral e ainda estarem no ano dos vestibulares. Puro sexo, em outras palavras. E tal coisa não incomodava a nenhuma das duas, pois ainda assim eram, em tese, livres e se pegavam quando bem entendia, foi exatamente isso o que estabeleceram.

Isso latejava na cabeça de Bae Joohyun. Só mantinham um relacionamento de sexo, somente sexo, mas ela sentia tanto ciúmes da Kang, um ciúmes extremo, daqueles que a fazem surtar por dentro e por fora querer matar alguém com suas unhas gigantes. Latejava tanto, mas tanto, que ela mal conseguia se concentrar no exercício de aritmética bem em sua frente.

Não que ela não soubesse como fazê-lo, até porque, segundo a mesma, nem precisava de duplas para tal proeza, mas já que a professora sempre insiste em chamar, indiretamente, seus alunos de incapacitados, era obrigada a aguentar as perguntas sem sentido de Chanyeol em seu ouvido.

— O que significa esse X? — o grandalhão apontava para o ícone em questão sobre a folha do caderno da Bae.

— É a incógnita, Chanyeol. — Irene respondeu impaciente, enquanto sua mente tentava se concentrar na imagem de Seulgi e Dana conversando descontraidamente. Não seria muito difícil perceber que a garota dos cabelos azuis também fazia parte da legião de fãs da tomboy.

— E o que seria incógnita? — outra pergunta num curto espaço de tempo, aquilo deixou Irene louca, com uma imensa vontade de fazê-lo engolir aquele caderno.

Ela o olhou lentamente, com a paciência do tamanho de um grão de mostarda, cerrando seus punhos minimamente. — Você por um acaso é burro naturalmente ou treina todos os dias?!

— Se eu treino? Oh, sim, eu treino... — mas o rapaz só entendeu parte da frase, que se remeteu à academia em sua mente brilhante. Chanyeol ergueu a manga curta de sua camiseta e amostrou seu bíceps bem dotado para a Bae, como se ela realmente estivesse interessada. — Veja só como sou forte...

— Pena que o tamanho do músculo não compensa a falta de cérebro. — a patricinha diz com desdém e então desvia seu olhar novamente em direção à tomboy.

— Poxa, Irene, não precisa me tratar assim também... — o rapaz parece realmente estar chateado e não esconde isso pelo seu tom de voz. — Se for por causa da queimada, eu já te pedi desculpas e também...

— Dá pra você falar a boca? — ela o corta, sem nem se importar com o que ele dizia. — Mas que porra, tudo o que eu quero é uma dupla que não me importune enquanto tento me concentrar em algo.

That Tomboy | SeulreneOnde histórias criam vida. Descubra agora